🎶🖤🎤🎻 👨🦰 🪗🎤🖤
🎤😭 Num dia como hoje, 4 de dezembro, há 36 anos, morria em Porto Alegre (Rio Grande do Sul) Victor Mateus Teixeira, cantor e compositor que ficaria nacionalmente conhecido como TEIXEIRINHA, o "gaúcho coração do Rio Grande". Autor de uma das músicas mais conhecidas e tocadas na década de 60: a autobiográfica "Coração de Luto", onde retrata a forma cruel como perdeu a mãe aos nove anos, queimada após cair numa fogueira de lixo que fazia nos fundos do quintal da casa onde morava, após ter tido uma crise epilética.
Teixeirinha teve infância pobre. Seu pai era carreteiro e faleceu quando tinha seis anos. A mãe se foi aos nove anos, e ele menino órfão, passou a trabalhar em granjas na cidade em que nasceu. Depois foi para Porto Alegre, onde vendeu doces, verduras e trabalhou no cais. Muitas vezes, teve que dormir debaixo do viaduto da Avenida Borges de Medeiros, conforme declarou. Aprendeu a tocar violão sozinho.
Iniciou a carreira apresentando-se em circos e emissoras de rádio do interior gaúcho. Posteriormente apresentou-se em Porto Alegre, cantando em churrascarias e programas folclóricos. Em 1959, gravou seu primeiro disco, onde interpretou o arrasta-pé “Briga no batizado” e o xote “Xote soledade”, ambos de sua autoria. O disco não alcançou grande repercussão e ainda gravaria, naquele mesmo ano, mais dois discos. Em 1960, gravou o xote “Gaúcho de Passo Fundo” e a toada-milonga “Coração de luto”, ambas de sua autoria.
Com “Coração de luto”, conheceu seu grande sucesso. A toada, composta quase ao acaso, tornou-se um clássico, com mais de um milhão de cópias vendidas, sendo gravada em 21 idiomas. Por essa época, excursionando pela cidade de Bagé, conheceu a acordeonista Mary Terezinha, que cantava na rádio local. Os dois se casaram e se apresentaram juntos por 22 anos, realizando ainda doze filmes. Em 1961 gravou de Luiz Menezes a canção “Cantiga da saudade” e a valsa “Nunca mais”. No ano seguinte gravou de sua autoria a marcha “Obrigado doutor” e o tango “Migalha de amor”.
Em 1963 gravou, de sua autoria, o xote “Gaúcho andante” e a milonga “Volte papai”. No mesmo ano, recebeu o Troféu Chico Viola, uma premiação organizada pela Associação dos Funcionários das Emissoras Unidas (AFEU), e exibida pela TV Record de São Paulo, por ter sido o campeão de vendagem por dois anos consecutivos (1962 e 1963). Em 1964 gravou os arrasta-pés “Motorista brasileiro” e “Sorte tirana”, de sua autoria.
Em suas composições, manteve vivos ritmos como o vanerão, a vanera, a rancheira, a polca e o xote. Foi um pioneiro no cultivo e popularização das formas musicais gaúchas. Suas composições retratavam a vida em seu dia-a-dia, sem enfeites, numa linguagem cotidiana. Utilizou o rádio como intrumento fundamental de divulgação de seu trabalho. Comprava nas emissoras os horários mais populares, na madrugada, antes dos trabalhadores saírem de casa, ou então à noite, depois que retornavam. Na Rádio Farroupilha de Porto Alegre comandou os programas “Teixeirinha canta para o povo do Brasil” e “Teixeirinha amanhece cantando”.
Foi também produtor de cinema, através de seus “LPs filmados”. Produziu 12 filmes. De uma maneira geral, criava a história, gravava numa fita e enviava para o diretor ouvir e elaborar o roteiro viabilizando a idéia. Em seus filmes, não vivia nenhum personagem específico, e sim, ele mesmo, que travestido de herói, dava tiros e rolava pelo chão no estilo dos caubóis norte-americanos. Em 1966, fez seu primeiro filme, “Coração de luto”, com direção de Eduardo Llorente. Em 1969, filmou “Motorista sem limite”, de Milton Barragan. Em 1971, foi a vez de “Ela tornou-se freira”, de Pereira Dias. Em 1972, filmou “Teixeirinha a sete provas”, de Milton Barragan. Em 1974, “Pobre João”, de Pedro Dias. Filmou ainda, “Trilha da justiça”, “Carmem, a cigana”, “Gaúcho de Passo Fundo”, “Tropeiro velho” e “Filha de Iemanjá”. Este último filme acabou por levar sua produtora cinematográfica, a Teixeira Produções Artísticas, à falência.
Deixou uma obra com mais de 60 discos gravados e cerca de 700 composições. Em 1981, filiou-se ao PDS gaúcho na tentativa de seguir carreira política que não deu certo. Em 1994, a gravadora Continental lançou um LP com uma coletânea de suas composições interpretadas por diversos artistas, como Gaúcho da Fronteira, Os Monarcas, Os Garotos de Ouro, Os Milongueiros, Os Serranos, e outros. Graças a recursos tecnológicos, os intérpretes apareciam cantando em dueto com sua voz. Ao longo de sua carreira, recebeu 13 Discos de Ouro e um Galo de Ouro, este em Portugal. Excursionou pelo Brasil, América do Sul, América do Norte e Europa. Foi apelidado de “Gaúcho Coração do Rio Grande”. O gaúcho coração do Rio Grande ainda é lembrado como um grande nome da música regional sul rio-grandense. 👏👏👏👏👏👏
#36anosdamortedeteixeirinha
#historiadamusicabrasileira
#TeixeirinhaGauchoCoracaodoRioGrande
🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
📖 Créditos do texto 🖱️ Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira (versão web).
⏳#muitahistoriapracontar⌛
Sem comentários:
Enviar um comentário