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🛐 Um dos principais episódios do grande cisma ocidental da cristandade romana aconteceu exatamente hoje, dia 3 de janeiro, há 501 anos, quando o papa Leão X publicou a bula papal Decet Romanum Pontificem que excomungava Martinho Lutero, monge agostiniano e doutor em Teologia pela Universidade de Witenberg. A causa da celeuma foi a publicação das 95 Teses, afixadas na porta da igreja do castelo de Wittenberg por Martinho Lutero (alguns pesquisadores afirmam que Lutero teria apenas encaminhado o documento apenas para seus superiores) em 31 de outubro de 1517 na qual criticava abertamente a venda de indulgências na Alemanha realizada pelo monge dominicano Johann Tetzel, que chegou a afirmar que "quando o dinheiro cair na caixa, o céu estará recebendo sua alma". Leão X analisou as teses luteranas e avaliou como heréticas 41 delas, mas estabeleceu um prazo de sessenta dias para que Lutero se retratasse, deixando isso expresso na bula Exsurge Domine de 15 de junho de 1520. Lutero se negou a renunciar às suas ideias e após o final do prazo estabelecido pelo papa queimou no Portão Elster, em Wittenberg, a bula papal que o condenava e vários livros católicos, inclusive um de Direito Canônico, em 10 de dezembro de 1520, o que na prática era o reconhecimento público de seu rompimento com o Vaticano. A desobediência papal poderia ter custado sua vida, como aconteceu com John Huss (do qual Lutero era grande admirador) condenado às chamas da fogueira da Inquisição em; mas o apoio dos principes alemães, especialmente Frederico III, o Sábio (princípe eleitor da Saxônia) foi decisivo para que ele escapasse da Inquisição, mas não do julgamento secular do Sacro Império Romano Germânico, reunido em Worms em abril de 1521. Lutero reafirmou suas ideias em Worms, mas a essa altura sua vida já corria perigo, e Frederico manda levá-lo para o castelo de Wartburg, onde longe da agitação e dos problemas mundanos, ele traduz a Bíblia do latim para o alemão (coube a Lutero lançar as bases do alemão moderno). Em 2021, por ocasião dos 500 anos da excomunhão de Lutero foi realizada no dia 25 de junho, em Roma, uma audiência papal com representantes da Federação Luterana Mundial, na mesma data em que no ano de 1530 foi apresentada ao mundo a Confissão de Augsburgo, documento que proclama os princípios basilares da fé luterana. Existem dezenas de pedidos de ambas as partes para a Igreja Católica anular a excomunhão de Lutero, o que não aconteceu, pelo menos por enquanto, embora o próprio papa Francisco já tenha manifestado em numerosas ocasiões que Martinho Lutero era “um reformador” que quis mudar a Igreja, e não a destruir. 🙏📖🇩🇪
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️professor e historiador.
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