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✝️ LUTO 😞 Morreu hoje, 28 de outubro, aos 66 anos, no Rio de Janeiro, o professor, compositor e etnomusicólogo CARLOS SANDRONI, considerado um dos maiores estudiosos da música brasileira. Ele estava em tratamento de saúde desde o início do ano contra um câncer. Com pesquisas dedicadas ao samba de roda e à cultura popular nordestina, Sandroni conquistou prestígio internacional.
De ascendência italiana por parte de pai, era filho do jornalista e escritor da Academia Brasileira de Letras Cícero Sandroni, falecido em junho deste ano, e da cantora Laura Austregésilo (filha de Austregésilo Augusto de Athayde), além de ser irmão da cantora Clara Sandroni.
Sandroni foi um dos grandes responsáveis pelo fortalecimento da Etnomusicologia no Brasil e teve papel fundamental na consolidação desse campo de estudos em nosso país, tornando-se uma referência nacional e internacional nesta área. Ele dedicou sua trajetória acadêmica e intelectual à valorização da música como expressão da diversidade cultural brasileira. Foi Professor Associado do Departamento de Música da UFPE, onde formou gerações de estudantes e pesquisadores com generosidade e sensibilidade.
Ele construiu de uma vasta e sólida carreira acadêmica: formado em Sociologia pela PUC-Rio (1981), mestre em Ciência Política pelo IUPERJ (1987) e doutor em Musicologia pela Universidade de Tours, França (1997). Atuou como professor-visitante na Universidade do Texas, em Austin, e na Universidade de Indiana em Bloomington (EUA), e como pesquisador-visitante no Centro de Pesquisas em Etnomusicologia e na EHESS (Paris, França). Professor-titular de Etnomusicologia no Departamento de Música, no Centro de Artes e Comunicação (CAC) da UFPE, foi fundador do Núcleo de Etnomusicologia da UFPE (1999) e do mestrado no Programa de Pós-graduação em Música da UFPE (2016),
Entre suas inúmeras contribuições, destacou-se como primeiro presidente da Associação Brasileira de Etnomusicologia (ABET), contribuindo intensamente para o fortalecimento da pesquisa em música, deixando um legado que inspira e orienta gerações de pesquisadores e pesquisadoras.. Sua produção acadêmica e atuação pública deixam um legado fundamental para a pesquisa e o pensamento crítico sobre a cultura brasileira. Dentre suas obras estão o livro "Feitiço Decente" (2001) e a música “Pão Doce”, composta em 1985, e inicialmente gravada por Clara Sandroni, irmã do professor.
Sandroni foi um dos coordenadores dos dossiês para registro do Samba de Roda do Recôncavo Baiano e das Matrizes Tradicionais do Forró. Além disso, fundou a Associação Respeita Januário (ARJ), entidade que, de 2011 a 2021, produziu relatórios que contribuiram para o reconhecimento, por parte do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), de bens culturais como o Cavalo-Marinho, a Ciranda, os Caboclinhos de Pernambuco e as Matrizes Tradicionais do Forró.
Violonista, também colaborou com o Conservatório Pernambucano de Música e se consagrou como autor de versões e composições próprias. Parte da sua obra está imortalizada nas vozes de outros grandes artistas nacionais – a exemplo de Milton Nascimento e Adriana Calcanhotto.
Em 21 de agosto de 2025, a Adufepe (Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco ) sediou o evento “Salvaguarda do Patrimônio dos Detentores da Cultura Tradicional Nordestina” em sua homenagem, realizado no auditório da entidade. A atividade celebrou a trajetória do professor e destacou sua relevância para o fortalecimento da cultura popular nordestina. O vídeo completo do evento pode ser conferido no canal do YouTube da Adufepe.
Carlos Sandroni foi sepultado no final da tarde de hoje no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. Deixou um legado ímpar para os estudiosos da música popular brasileira, cuidadosamente elaborado ao longo de décadas de dedicação acadêmica em sintonia com as expressões musicais do povo, que ele soube tão bem documentar. 👏👏👏👏👏👏
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
📖 Fontes consultadas para a postagem:
💻 Site da Revista Continente
📰 Site do Jornal Diário de Pernambuco.
⏳#muitahistoriapracontar⌛
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