terça-feira, 13 de abril de 2021

HOJE NA HISTÓRIA - 13.04.21 - 6 Anos da Morte de Eduardo Galeano

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📚 O escritor uruguaio EDUARDO GALEANO nasceu em 03 de setembro de 1940, em Montevidéu, no berço de uma família de classe média. Começou no jornalismo na década de 60, como chefe de redação e diretor dos jornais Marcha e Época, ambos em sua cidade natal. Em 1971, Galeano publica sua obra mais conhecida, As Veias Abertas da América Latina, que se torna referência para compreensão das mazelas  do Continente. Clássico entre os intelectuais da esquerda latino-americana, o livro analisa a América Latina desde sua origem. Na obra, Eduardo Galeano explica como a riqueza e fartura de toda uma região tornou-se sua ruína.

“Nossa derrota esteve sempre implícita na vitória alheia. Nossa riqueza gerou sempre nossa pobreza para alimentar a prosperidade dos outros: os impérios e seus agentes nativos. (…) o bem-estar de nossas classes dominantes – dominantes para dentro, dominados para fora – é a maldição de nossas multidões, condenadas a uma vida de bestas de carga”. Escreveu ele.

Após o golpe no Uruguai, em 1973, Galeano foi preso. Ao sair da cadeia, exilou-se na Argentina, onde dirigiu a revista Crisis, de viés político e cultural. Em 1976, mudou-se para a Espanha, com medo da repressão do regime militar do general argentino Jorge Videla. Na Europa, começou a escrever a trilogia Memória do fogo, com os livros Os nascimentos, As caras e as máscaras e O século do vento. Com o fim da ditadura uruguaia, em 1985, ele retornou à Montevidéu. Poucos são aqueles que décadas depois de entregar ao mundo uma grande criação, lembram dela e simplesmente dizem que “foi uma etapa que está superada”. Eduardo Galeano é um desses. E nem isso faz com que sua obra-prima, “As veias abertas da América Latina”, seja menos reverenciada.

Galeano comete, sem remorsos, a violação de fronteiras que separam os gêneros literários. Ao longo de uma obra na qual confluem narração e ensaio, poesia e crônica, seus livros recolhem as vozes da alma e da rua e oferecem uma síntese da realidade e sua memória.

O escritor lançou mais de 40 obras. Além das já citadas, algumas de suas principais publicações são De pernas pro ar, Dias e noites de amor e de guerra, Futebol ao sol e à sombra, O livro dos abraços, As palavras andantes e Vagamundo. Em 1975 e 1978, Eduardo Galeano recebeu o prêmio Casa de Las Américas. A trilogia Memória do fogo foi premiada pelo Ministério da Cultura do Uruguai em 1982, 1984 e 1986, anos de lançamento de cada um dos três livros. Nos Estados Unidos, o escritor e jornalista foi homenageado com o American Book Award, em 1989, e com o prêmio à Liberdade Cultural, da Lannan Foundation, em 1999. Em 2001, recebeu o título de Doutor Honoris Causa, concedido pela Universidade de Havana, de Cuba. Foi eleito o primeiro Cidadão Ilustre dos países do Mercosul e foi o primeiro escritor agraciado com o prêmio Aloa, criado por editores dinamarqueses.

Eduardo Galeano morreu em 13 de abril de 2015, em Montevidéu, aos 74 anos; portanto completando hoje seus seis anos de falecimento. Ele estava internado em um hospital na capital uruguaia e morreu devido a complicações de um câncer de pulmão, que já havia sido tratado em 2007. Seu último lançamento é Los hijos de los dias (2013). Seu legado como escritor continua atual, pertinente e sobretudo provocativo para quem deseja compreender a história latino-americana. 👏👏👏👏👏👏

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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