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✝️😭⚰️ A pergunta que virou refrão de "Angélica", "Quem é essa mulher?", composição de Chico Buarque em parceria com Miltinho, do grupo MPB4, e que tem sua resposta na biografia da mineira Zuleika de Souza Neto, mais tarde Zuleika Angel Jones, ou simplesmente ZUZU ANGEL. Uma das mais importantes estilistas da alta costura, mãe do estudante de engenharia Stuart Angel Jones, identificado como Paulo entre os militantes do Movimento Revolucionário 8 de Outubro, assassinado após ser preso e torturado por agentes do extinto Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) e da Polícia do Exército, em 1971.
Apesar do talento reconhecido no mundo da moda, Zuzu ganhou notoriedade internacional ao travar uma das mais longas e dramáticas batalhas contra a ditadura militar, até ser assassinada na madrugada de 14 de abril de 1976, completanto hoje 45 anos, em um atentado que durante décadas foi tratado como mero acidente. A estilista dirigia o próprio carro, um Karmann Ghia ano 1972, no túnel Dois Irmãos na estrada entre a Barra e a Gávea, no bairro carioca de São Conrado, quando perdeu o controle da direção, bateu na mureta lateral e capotou diversas vezes.
A versão de que ela teria dormido ao volante, sustentada pelos militares e pelas força de segurança da época, foi derrubada anos depois por testemunhas oculares que teriam visto o carro dela ser fechado propositadamente por outros dois veículos. Diante das sucessivas ameaças que vinha recebendo por telefone, uma semana antes do atentado, Zuzu Angel havia deixado um documento sigiloso na casa do compositor e amigo Chico Buarque. "Se eu aparecer morta, por acidente ou outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado filho", escreveu.
Em 1998, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos finalmente julgou o caso e responsabilizou o regime militar pela morte da estilista, cujo carro foi jogado para fora da estrada por veículo ocupado por agentes a serviço da repressão. Em julho de 2014, o ex-delegado Cláudio Guerra em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, reconheceu o coronel do Exército Freddie Perdigão em foto do local do crime, publicada no jornal O Globo, encostado em um poste a poucos metros do carro destruído de Zuzu.
Zuzu Angel foi sepultada no dia seguinte (15/04/76) no Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro, sob grande comoção, mas sem realizar seu maior desejo: localizar e sepultar os restos mortais de seu filho. "Paulo" Stuart Angel foi preso em 1971, aos 26 anos. O processo que deveria apurar sua morte foi arquivado em abril de 1972. Seu corpo nunca foi encontrado. O caso de Zuzu Angel foi levado ao ar no Linha Direta Justiça no dia 27 de novembro de 2003. Dirigido por Edson Edermann, o caso Zuzu Angel teve Zezé Polessa no papel da estilista. Em 2006, a vida de Stuart e de sua mãe foram levadas ao cinema, com o filme Zuzu Angel, dirigido por Sérgio Rezende, com Daniel de Oliveira e Patrícia Pillar no papel do militante-guerrilheiro e da estilista. O túnel Dois Irmãos, onde aconteceu o acidente provocado para matá-la, hoje se chama túnel Zuzu Angel, uma justa homenagem à Antígona brasileira. 👏👏👏👏👏👏
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
📚 Créditos do texto 📖 365 Dias que Mudaram a História do Brasil - Valentina Nunes - Planeta. O último parágrafo é nosso. 🙂
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