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💣💥 Num dia como hoje, 9 de julho, há exatos noventa anos começava em São Paulo a REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932, um movimento armado contra o governo de Getúlio Vargas que reivindicava a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte. A Revolução Constitucionalista, episódio que também foi chamado de "Guerra Paulista", foi o mais importante movimento ocorrido em São Paulo e o último grande combate armado do Brasil. O Dia da Revolução e do Soldado Constitucionalista foi transformado em feriado civil, data magna do estado de São Paulo, através da Lei nº 9.497, de 5 de março de 1997, a partir de um projeto de lei apresentado pelo deputado Guilherme Gianetti e sancionado pelo então governador da época, Mário Covas.
Após a Revolução de 1930, Getúlio Vargas, que era gaúcho, assumiu o poder da nação, depondo o então presidente Washington Luís e impedindo que Júlio Prestes, paulista, assumisse o governo. Vargas destituiu o congresso e retirou poderes dos Estados. Muitos paulistas acreditavam que Getúlio convocaria uma Assembleia Constituinte e eleições presidenciais, fatos que não ocorreram, gerando revolta no Estado.
A nomeação de João Alberto Lins de Barros, um pernambucano de Recife, para interventor do Estado em 1930 já começou a desagradar a burguesia paulista. No ano seguinte, ele foi substituído pelo paulista Pedro Manuel de Toledo, mas o estrago já estava feito.
Na busca de um regime constitucional e com apoio de comerciantes, profissionais liberais, maçons e estudantes universitários, em 23 de maio de 1932 ocorreu um grande ato político na cidade de São Paulo pedindo a realização de eleições, que terminou com o assassinato de quatro estudantes paulistas por policiais: Mário Martins de Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes de Souza e Antonio Camargo de Andrade. As iniciais dos seus nomes dos jovens tornaram-se o símbolo da revolução e batizou o movimento.
Utilizando os meios de comunicação existentes na época – rádios e jornais – foram mobilizados mais de 200 mil voluntários, dos quais cerca de 60 mil atuariam em combate. As tropas paulistas, incluindo-se o efetivo da então Força Pública, atual Polícia Militar – que participou com cerca 10 mil combatentes, 4 aviões, 5 trens blindados e diversos veículos também blindados.
Nos dias seguintes, algumas unidades militares em Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Amazonas aderiram ao movimento, mas o apoio maciço esperado, visando marchar para o Rio de Janeiro e depor Vargas, não se materializou. Embora bem organizadas, as forças paulistas não tinham força suficiente para enfrentar as tropas federais, que chegaram a usar aviões para bombardear os rebeldes.
Cerca de 100 mil soldados aliados do governo federal partiram para o enfrentamento com os paulistas. O combate chegou ao fim em 2 de outubro de 1932, com a rendição dos paulistas, após 90 dias de intenso combate e cercadas por tropas federais com necessidades de alimentação e armamento.
Apesar da derrota no campo de batalha, politicamente o movimento atingiu seus objetivos, pois a luta pela Constituição foi fortalecida. Em 1933, as eleições foram realizadas e, em 1934, foi reunida a Assembleia Constituinte para elaboração da nova Carta Magna do país, promulgada no mesmo ano, com a aprovação de importantes leis como a garantia do voto para a mulher, jornada de trabalho de 8 horas e 13º salário. Vargas ficou no poder até 1945, quando foi finalmente deposto.
As duas principais avenidas que ligam a cidade São Paulo de norte a sul receberam nomes de datas ligadas á Revolução Constitucionalista – 9 de Julho e 23 de Maio. Também em homenagem aos jovens estudantes que foram assassinados em defesa do movimento constitucionalista, o dia 23 de maio é reconhecido como o Dia da Juventude Constitucionalista.
Em homenagem aos mortos do movimento de 1932 foi construído um Obelisco, localizado no Parque do Ibirapuera, o maior monumento da cidade, com 72 metros de altura, abrigando em seu interior um mausoléu onde estão os restos mortais dos estudantes mortos em 23 de maio de 1932 e de mais de 600 combatentes que lutaram durante a Revolução Constitucionalista. Projetado pelo escultor Galileo Emendabili, tudo em torno dele lembra o número 9, desde sua altura à quantidade de degraus na entrada.
Orgulho dos paulistas, a Revolução de 1932 jamais deverá ser esquecida, como forma de honrar a memória daqueles que lutaram e deram suas vidas por um Brasil mais justo e perfeito. Até hoje ela é celebrada e comemorada no Estado de São Paulo, que preserva sua história de luta e rebeldia contra as promessas não cumpridas de Vargas após chegar ao poder em 1930. 90 anos depois, os eventos de 1932, ainda inspiram aqueles que lutam e sonham por liberdade e democracia. 👊💪👊💪👊
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
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