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😓🖤 Num dia como hoje, 21 de julho, há 458 anos, morria em Lisboa, MARTIM AFONSO DE SOUSA, fidalgo português que se tornou militar, comandante da expedição colonizadora de 1530-1532, donatário de capitanias no Brasil, e governador nas Índias portuguesas. Sua participação no início da colonização brasileira pelos portugueses é visível, pois coube a Martim Afonso fundar a primeira vila do Brasil, a de São Vicente, em 22 de janeiro de 1532, e lá construir o "Engenho do Governador", o primeiro engenho brasileiro. Quando D. João III dividiu o Brasil em Capitanias Hereditárias, ele concedeu os dois lotes da Capitania de São Vicente para Martim Afonso.
Martim Afonso de Sousa nasceu em Vila Viçosa, por volta do ano de 1500. Oriundo de família nobre, foi amigo de infância de D. João III. Na sua juventude, estudaria matemática, cosmografia e navegação. Com a morte do Rei D. Manuel I, em 1521, é enviado para Castela com a missão de acompanhar Dona Leonor, viúva do falecido Rei, que retornava à sua terra natal. Em terras espanholas, acompanha Carlos V nas lutas contra a França e casa-se com Dona Ana Pimentel, fidalga oriunda de uma família de grande prestígio. Em 1525 torna a Portugal, acompanhando a infanta espanhola Dona Catarina, irmã de Carlos V, que iria casar-se com Dom João III.
Em 1530, para colonizar as terras brasileiras, o rei Dom João III organiza uma expedição e entrega o comando a Martim Afonso de Sousa. Três dias antes de partir para o Brasil, o capitão é nomeado conselheiro da Coroa. No dia 3 de dezembro de 1530, partia de Lisboa a nau capitânia com Martim Afonso e seu irmão Pero Lopes de Sousa; o galeão São Vicente comandado por Pero Lopes Pinheiro; a caravela Rosa, com Diogo Leite, que já estivera no Brasil acompanhando a expedição guarda-costas de Cristóvão Jacques, e a caravela Princesa, comandada por Baltazar Fernandes, experiente nas lutas contra os franceses.
No Brasil, na costa pernambucana, combateu os franceses que contrabandeavam pau-brasil, tomando-lhes os navios, que foram incorporados à esquadra portuguesa. Em terra encontram o fortim, erguido por Cristóvão Jacques, saqueado. Fazem contato com Diogo Álvares Correia, o Caramuru, que estava há 22 anos em terras brasileiras, casado com a índia Paraguaçu, e tinha o respeito e a amizade dos índios da região. Seguindo para o sul, chegam ao Rio de Janeiro, no dia 30 de abril de 1531. Na região instalam uma oficina e um estaleiro, para reparo nas embarcações. A constante procura de ouro e prata foi fracassada. No dia 20 de janeiro de 1532, instalam o primeiro marco real da colonização na capitania de São Vicente. Constroem um forte e com a ajuda de João Ramalho, português casado com uma índia, fixa a primeira povoação permanente.
Aos poucos, Martim Afonso de Sousa ia cumprindo a importante missão para a qual fora destacado, instituindo o domínio português no Brasil. Em outubro de 1532, D. João III decide dividir o território em 14 capitanias hereditárias, doadas a 12 donatários. Martim Afonso de Sousa recebe São Vicente, posteriormente denominada Vila de São Paulo e seu irmão Pedro Lopes de Sousa é agraciado com Sant’Ana.
A plantação da cana de açúcar é iniciada em várias capitanias. O açúcar era produto raro na época, e de grande aceitação na Europa. A dificuldade de mão de obra e a necessidade de grandes recursos para instalação de engenhos fez muitos donatários fracassarem. Apenas duas capitanias prosperaram – São Vicente e Pernambuco. A de São Vicente graças aos esforços de Martim Afonso, João Ramalho e com o auxílio do Reino. A de Pernambuco foi entregue a Duarte Coelho, que logo trouxe a família e grande número de parentes. A vila de São Vicente prosperava, mas era constante a ameaça dos índios.
Retornando a Portugal em 1533, Martim Afonso de Sousa é, apenas quatro meses depois, nomeado Capitão-Mor do mar das Índias, sendo-lhe confiada uma armada de cinco naus, ficando assim encarregue de proteger as possessões portuguesas no Oriente. Logo ao chegar, prestaria ajuda militar ao sultão de Cambaia, em troca da construção de uma fortaleza portuguesa em Diu. Derrotaria ainda o Marajá de Calicute e combateria os corsários que saqueavam as embarcações portuguesas na região.
Seria nomeado em 1542, por Dom João III, “governador das partes das Índias”, o equivalente ao mais comumente falado Vice-Rei da Índia, posto onde permaneceria até o ano de 1545. Ao retornar para Portugal tornou-se importante personalidade nas decisões do Conselho de Estado; porém, segundo a opinião de alguns historiadores, ele foi obrigado a se afastar de cargos públicos, pois, naquela época, estava sendo acusado de enriquecer de forma ilícita. Martim Afonso terminou seus dias em Lisboa, no ano de 1571, tendo sido enterrado no Convento de São Francisco da Cidade. A seu filho, Pero Lopes de Souza, foi designada por herança a capitania de São Vicente. 😞😓😥😢😭
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
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