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🎋🌞 Quando amanheceu o dia 2 de julho de 1823, há exatos 200 anos, e as tropas brasileiras do Exército Pacificador puderam entrar em Salvador pela Estrada das Boiadas, (depois rebatizada como Estrada da Liberdade), após a saída da esquadra portuguesa comandada por Madeira de Melo se consolidou aquilo que costumeiramente os livros de História chamam de "Independência do Brasil", ao qual prefiro por razões metodológicas, e até didáticas, denominar como processo de emancipação política brasileira.
A versão oficial de que o grito de D. Pedro foi o suficiente para romper os laços que nos ligavam à metrópole portuguesa e que esta separação se deu de forma pacífica e sem grandes conflitos não condizem com os fatos da Guerra pela Independência na Bahia, uma luta época cujos primórdios remetem ao dia 19 de fevereiro de 1822 com assassinato de Joana Angélica, sóror do Convento de Nossa Senhora da Lapa, morta pelas tropas portuguesas a golpes de baioneta por tentar impedir que eles adentrassem e violassem as noviças. Foi a primeira mártir da guerra pela Independência na Bahia, uma guerra que se arrastou por 21 meses e que custou mais de duas mil vidas, a maioria voluntária que abraçou a causa emancipacionista, mesmo sabendo que pouco teriam a ganhar com ela.
A mesma Bahia que recebeu os primeiros portugueses em 22 de abril de 1500, que abrigou a primeira capital brasileira em 1549, e que foi o berço da única revolta colonial cuja base estava na população escravizada, a Revolta de Búzios de 1798, viu também o desfecho de um processo que começou longe, muito longe, quando um príncipe português decidiu fugir de Lisboa e instalar sua corte no outro lado do Atlântico. A entrada triunfal de um exército cujas fileiras abrigavam nomes como Maria Quitéria de Jesus Medeiros, o corneteiro Luís Lopes, a negra marisqueira Maria Felipa, faz a gente encher o peito de orgulho por saber que não só os ricos e poderosos protagonizam os feitos históricos, mas gente simples, do povo, às vezes até anonimamente, está por trás de acontecimentos que mudarão os rumos de uma nação. A grande lição dessa guerra é que um povo não adormece sossegado enquanto sua liberdade estiver ameaçada.
Até hoje, o 2 de julho é um feriado estadual na Bahia, onde se celebram com grandes festas, que misturam civismo, sincretismo religioso, folclore local e muita animação popular. O povo é o principal protagonista na festa, representado pelo Caboclo e pela Cabocla que desfilam pelas ruas soteropolitanas. O Hino da Bahia, composto por José dos Santos Barreto, faz referência direta à luta dos baianos por liberdade, terminando com a efusiva frase: "com tiranos não combinam, brasileiros, brasileiros corações", um eloquente manifesto que serve até mesmo para os dias atuais, quando a democracia é ameaçada e tempos tenebrosos são evocados por grupos que flertam com o neofascismo e o autoritarismo. Salve Maria Quitéria, Maria Felipa, Corneteiro Lopes, Joana Angélica! Viva 2 de Julho! 👏👏👏🇧🇷🇧🇷🇧🇷🇧🇷
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
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