quinta-feira, 6 de julho de 2023

HOJE NA HISTÓRIA - 06.07.23 - Morre Zé Celso - Criador do Teatro Oficina

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✝️ LUTO 🖤 Um dia triste para o Teatro brasileiro, morreu hoje, 6 de julho de 2013, aos 86 anos, o dramaturgo, diretor, ator, encenador e criador do Teatro Oficina, José Celso Martinez Corrêa, conhecido como ZÉ CELSO. Nome influente nas artes cênicas brasileiras, o dramaturgo havia sido hospitalizado em estado grave na terça (4), após um incêndio em seu apartamento, localizado no bairro do Paraíso, zona sul paulistana. 

O artista sofreu queimaduras de segundo grau no rosto, nas pernas e nos braços, em 53% do corpo e inalou muita fumaça. No incêndio, outras três pessoas que estavam no apartamento inalaram fumaça e foram socorridas, mas já receberam alta. As causas do incêndio ainda são investigadas. Há a suspeita de que tenha começado por meio do aquecedor, ligado pelo próprio dramaturgo. A informação de sua morte foi anunciada no Instagram do Teatro Oficina, fundado pelo dramaturgo, que havia sido homenageado pela lista Forbes 50 Over 50 no início deste mês.

José Celso Martinez Corrêa nasceu em 30 de março de 1937 na cidade de Araraquara, no interior de São Paulo. Por pressão dos pais, Martinez ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, mas logo chamou atenção para métodos de atuação de Constantin Stanislavski, ator e pedagogo russo. Durante a graduação, em 1958, ele se reuniu com Amir Haddad, Renato Borghi, Etty Fraser, Fauzi Arap e Ronaldo Daniel para criar a Companhia Teatro Oficina – posteriormente intitulada Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona. O grupo chamou atenção durante a ditadura militar, com uma linguagem que Zé Celso definia como “pulsão dionísica”.

Ao longo de sua carreira, Zé Celso desenvolveu um estilo de encenação marcado pela fusão de diversas linguagens artísticas, incorporando elementos do teatro, dança, música e performance. Seu trabalho ficou marcado por ser arrojado, provocativo e politicamente engajado, explorando questões sociais, políticas e culturais em suas produções.

Uma das montagens mais famosas dirigidas por Zé Celso foi "O Rei da Vela", de Oswald de Andrade, encenada pelo Teatro Oficina em 1967, uma das muitas influências de Caetano Veloso para o Tropicalismo. A peça causou grande impacto na época devido ao seu tom irreverente, crítico e experimental, além de abordar temas relevantes como o capitalismo e a exploração da sociedade brasileira. Essa montagem é considerada um marco no teatro brasileiro e consolidou a reputação de Zé Celso como um diretor inovador e audacioso.

Chico escreveu Roda Viva inspirado em O Rei da Vela, de Zé Celso. Foi Ze Celso quem dirigiu a primeira é famosa montagem de Roda Viva com Marieta Severo. A peça foi perseguida e se transformou num marco da resistência à ditadura.

Além de sua contribuição para o teatro, Zé Celso também se envolveu em diversas lutas políticas e sociais ao longo de sua trajetória. Ele participou ativamente da resistência contra a ditadura militar no Brasil, enfrentando censura e perseguições. Sua postura corajosa e sua defesa da liberdade artística renderam-lhe admiradores e seguidores ao redor do país.

Em junho de 2023, Zé Celso se casou com seu companheiro Marcelo Drummond, com quem tinha uma relação de mais de 40 anos. Ao longo de sua carreira, o diretor recebeu inúmeros prêmios e honrarias, incluindo o Prêmio Shell de Teatro e o Prêmio Mambembe. Zé Celso é visto como mestre por nomes como Julia Lemmertz, Leona Cavalli, Reynaldo Gianecchini, Alanis Guillen, Alexandre Borges e outros.

Até  o fim da vida, ele trabalhou intensamente no Teatro Oficina, tanto na criação e direção de espetáculos como na manutenção do espaço como um centro cultural vivo e pulsante. Se uma palavra definiu Zé Celso, ela é Resistência. Resistiu à ditadura, resistiu à especulação imobiliária, resistiu aos grandes empresários e resistiu com arte. O Teatro Oficina, criado por ele, foi palco de grandes peças de teatro e grandes eventos políticos em defesa da democracia.

"Teatro é ao vivo. Olho no olho, respirando o mesmo ar, tendo vivido o mesmo dia na mesma cidade, ator e espectador estabelecem uma relação", foram as palavras escolhidas pelo diretor e escritor Aimar Labaki para descrever a dramaturgia criada por Zé Celso. Antropofágico, inquieto, irreverente, antenado e revolucionário é o pouco que se pode resumir desse genial autor e diretor. O teatro brasileiro deve e muito a genialidade de Zé Celso.

Os gregos podem se orgulhar de Ésquilo, Sófocles e Eurípides, os alemães tem Bertold Brecht, e nós, brasileiros, tem a genialidade de um ZÉ CELSO. O artista não morre, apenas se encanta, pois nada espanta a vontade de quem faz da arte sua mais importante expressão de vida! Valeu Zé!!! 👏👏👏👏👏👏

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Fontes consultadas:

📺 Canal History Channel Brasil
💻 Portais G1, R7, UOL e JC On Line
📰 Sites dos Jornais Folha de São Paulo e Metropolis.

👉 Para saber mais sobre Augusto Boal, o criador do Teatro do Oprimido, o acesse:


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