quinta-feira, 18 de março de 2021

HOJE NA HISTÓRIA - 18.03.21 - 150 Anos da Comuna de Paris

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🇫🇷  A Comuna de Paris ocorreu na sequência da derrota da França na Guerra Franco-Alemã e colapso do Segundo Império de Napoleão III (1852-70), preso após a derrota em Sedan, e deposto em 4 de setembro de 1870. A Assembleia Nacional, eleita em fevereiro de 1871 para concluir a paz com a Alemanha, tinha uma maioria monarquista, refletindo a atitude conservadora das províncias. Os republicanos parisienses temiam que a reunião da Assembleia Nacional em Versalhes restaurasse a monarquia.

Para garantir a ordem em Paris, Adolphe Thiers, chefe executivo do governo nacional provisório, decidiu desarmar a Guarda Nacional (composta em grande parte por trabalhadores que lutaram durante o cerco de Paris). Os conflitos estouraram em 18 de março de 1871, há exatamente 150 anos, quando os soldados de Thiers chegam para confiscar os canhões da cidade, armazenados em Montmartre. Mas os canhões pertenciam aos parisienses: a maioria foi comprada graças a uma arrecadação popular. Rapidamente, barricadas foram erguidas na cidade. No dia 26 de março de 1871, as eleições municipais, organizadas pelo comitê central da guarda, resultaram na vitória dos revolucionários, que formaram o governo da Comuna.

Entre os integrantes do novo governo estavam os chamados jacobinos, que seguiam a tradição revolucionária francesa de 1793 e desejavam que a Comuna de Paris controlasse a Revolução; os proudhonianos, seguidores socialistas de Pierre Joseph Proudhon que apoiavam uma federação de comunas em todo o país; e os Blanquistas, seguidores socialistas de Auguste Blanqui que exigiam ações mais violentas. O programa que a Comuna adotou, apesar de suas divisões internas, previa medidas reminiscentes de 1793 (fim do apoio à religião, uso do calendário revolucionário) e um número limitado de medidas sociais (jornada de 10 horas, fim do trabalho noturno para padeiros), sendo também contemplados: a moratória dos aluguéis, a separação da Igreja, o divórcio por mútuo consentimento, a educação gratuita e obrigatória para meninos e meninas, e o fim do recrutamento compulsório pelo Exército francês.

Com a rápida supressão das comunas que surgiu em Lyon, Saint-Étienne, Marselha e Toulouse, a Comuna de Paris sozinha enfrentou a oposição do governo de Versalhes. Mas os Fédérés, como eram chamados os insurgentes, não conseguiram se organizar militarmente e tomar a ofensiva e, em 21 de maio, as tropas do governo entraram em um setor indefeso de Paris. Durante la semaine sanglante ("semana sangrenta"), que se seguiu, as tropas regulares esmagaram a oposição dos Communards, que em sua defesa ergueram barricadas nas ruas e incendiaram edifícios públicos (entre eles o Palácio das Tulherias e a Prefeitura de Ville). Considerado o maior massacre de civis no século XIX, a brutal repressão à Comuna de Paris deixou uma marca duradoura na memória.

Cerca de 20.000 rebeldes foram mortos, junto com cerca de 750 soldados do governo. Um terço da cidade foi destruída em incêndios durante os conflitos; entre 6.000 e 8.000 communards foram executados, quase 7.500 outros foram deportados para a Argélia ou Nova Caledônia, colônias francesas na época. A Comuna de Paris foi a última grande insurreição popular do século XIX, sendo citada por Victor Hugo na sua celebre obra “Os Miseráveis” (Les Misérables) publicada em 1862.  📖 💪👊💪 📖

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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