terça-feira, 2 de julho de 2024

HOJE NA HISTÓRIA - 02.07.24 - 200 Anos da Confederação do Equador de 1824

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🦁🛡️ Num dia como hoje, 2 de julho, há 200 anos começava a CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR, movimento revolucionário de caráter republicano e separatista que eclodiu em Pernambuco sob a liderança de Manuel de Carvalho Pais de Andrade, e que contou com a participação das demais províncias do Nordeste: Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas. O movimento contou com a participação de importantes personagens da História brasileira, como o jornalista e médico baiano Cipriano Barata e o frade carmelita Joaquim do Amor Divino Rabelo Caneca, o Frei Caneca, cujos escritos no “Typhis Pernambucano” atacavam o autoritarismo de D. Pedro I.

Representou a principal reação contra a tendência monarquista e a política centralizadora do governo de Dom Pedro I (1822-1831), esboçada na Carta Outorgada de 25 de março de 1824, a primeira Constituição do país. O imperador, mesmo após a Independência do Brasil, permanecia atrelado aos interesses da Coroa Portuguesa, e mostrava-se simpático a uma proposta, feita pelo seu pai Dom João VI, de recriar o Reino Unido com base em fórmula que concederia ao Brasil uma ampla autonomia, porque assim preservaria seus direitos ao trono português. A fórmula, contudo, era vista por muitos pernambucanos como uma tentativa de recolonização. O movimento é considerado um desdobramento da Revolução Pernambucana de 1817.

Para derrotar os revolucionários, Dom Pedro I pediu empréstimos à Inglaterra e contratou tropas no exterior, que seguiram para o Recife sob o comando de Thomas Cochrane. Atacados por mar e terra, os revoltosos foram definitivamente derrotados em 29 de novembro de 1824. A repressão foi a mais violenta na história do império brasileiro: 31 revoltosos foram condenados à morte – sendo que 9 não foram executados porque conseguiram fugir –, centenas foram presos e muitos morreram em combate.

Ainda em retaliação, o imperador desmembrou a Comarca do Rio de São Francisco do território pernambucano (sete anos antes, Dom João VI havia desligado de Pernambuco a Comarca das Alagoas como punição pela Revolução Pernambucana). Devido ao seu espírito democrático, portanto, os pernambucanos perderam 62% do seu território, passando dos 261 mil quilômetros quadrados originais para os 98 mil atuais.

Apesar da intensa repressão e das perdas, tanto humanas, quanto territoriais, os pernambucanos viriam a se revoltar mais uma vez contra o Império brasileiro, desta vez em 1848, quando os liberais ligados ao Partido da Praia se rebelaram e explodiu a Revolução Praieira. 💣💥😠

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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segunda-feira, 1 de julho de 2024

HOJE NA HISTÓRIA - 01.07.24 - 30 Anos do Lançamento do Plano Real

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💲🎂 Num dia como hoje, 1º de julho, há 30 anos, era lançado o chamado PLANO REAL, um marco decisivo na história econômica do Brasil. O plano foi a resposta à hiperinflação que assolava o país – que estava em quase 3.000% ao ano (a inflação oficial do país ficou em 4,6% em 2023) –, mudando o padrão monetário e estabilizando a economia.

Em meio a tantos indexadores criados para corrigir preços e salários, a equipe econômica do então governo Itamar Franco criou um superindexador: a Unidade Real de Valor (URV). Por três meses, todos os preços e salários foram discriminados em cruzeiros reais e em URV, cuja cotação variava diariamente e era mais ou menos atrelada ao dólar. Até o dia da criação do real, em que R$ 1 valia 1 URV, que, por sua vez, valia 2.750 cruzeiros reais.

Ao indexar toda a economia, a URV conseguiu realinhar o que os economistas chamam de preços relativos, que medem a quantidade de itens de bens e de serviços distintos que uma mesma quantia consegue comprar. Aliado a um câmbio fixo, no primeiro momento, e a juros altos, para atrair capital externo, o plano deu certo. Em junho de 1994, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tinha atingido 47,43%. O indicador caiu para 6,84% no mês seguinte e apenas 1,71% em dezembro de 1994.

O real veio após uma sucessão de planos frustrados, incluindo aquele do governo Fernando Collor de Mello, que incluiu o confisco das poupanças (veja detalhes abaixo). Nos oito anos anteriores ao Plano Real, o país teve quatro moedas diferentes — cruzeiro (Cr$), cruzado (Cz$), cruzado novo (NCz$) e cruzeiro real (CR$).

A execução do Plano Real exigiu um planejamento meticuloso e inovações significativas por parte dos gestores da política econômica. Desde 1993, equipes do Ministério da Fazenda, Banco Central do Brasil e Casa da Moeda do Brasil trabalharam juntas no desenvolvimento do Plano, dividido em três fases.

Na primeira fase, iniciou-se o esforço de ajuste fiscal com a criação do Fundo Social de Emergência (FSE) para aumentar a arrecadação tributária e a flexibilidade da gestão orçamentária em 1994/1995. A segunda etapa foi marcada pela utilização da Unidade Real de Valor (URV), uma moeda escritural, embrião da futura moeda, que acabou sendo usada exclusivamente como padrão de valor monetário, ou seja, como unidade de conta que estabelecia os valores dos produtos e serviços no país.

Na última fase, a introdução do real implicou um desafio histórico para o Banco Central e a Casa da Moeda. Entre abril e junho de 1994, mais de 940 milhões de cédulas e 688 milhões de moedas foram distribuídas.

A Casa da Moeda desempenhou um papel crucial na produção das novas cédulas e moedas, utilizando tecnologias avançadas para garantir a qualidade e a segurança contra falsificações, com elementos como marca d'água, relevo tátil e dispositivos visíveis e invisíveis.

À época, o presidente Itamar Franco escolheu transformar seu chanceler, Fernando Henrique Cardoso, em ministro da Fazenda. Com uma equipe de economistas, eles gestaram o Plano Real. Antes de Fernando Henrique, o presidente Itamar teve três diferentes ministros da Fazenda. Um dos motivos para a escolha de FHC para assumir o combate ao descontrole inflacionário foi o seu bom trânsito político, dado que ele era senador licenciado.

Para explicar o funcionamento do plano e como os salários da população seriam beneficiados, FHC deu várias entrevistas à imprensa e, em março, chegou a participar do Programa Silvio Santos, o mais popular da época.

Um dos criadores do Plano Real e presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso, Gustavo Franco diz que o Plano Real envolveu a angariação de apoio político antes de ser posto em prática.

Outro pai do Plano Real, o economista Edmar Bacha, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no início do governo Fernando Henrique, diz que o objetivo do plano era fundamentalmente acabar com a hiperinflação.

O sucesso do Plano Real, no entanto, não se deve apenas à URV. Num momento raro de consenso político e de cansaço com a hiperinflação, o Congresso Nacional foi importante para aprovar medidas que saneavam as contas públicas. Uma delas, a criação do Fundo Social de Emergência, que desvinculou parte das receitas do governo e flexibilizou a execução do Orçamento ainda no segundo semestre de 1993. O Plano Real não apenas restaurou o poder de compra dos brasileiros, mas também trouxe confiança para os investidores e impulsionou o crescimento econômico sustentável. 

De lá para cá, o real já se desvalorizou bastante. A inflação oficial do país acumulou alta de 708% nesses 30 anos. Em outras palavras, uma moeda de R$ 1 de hoje equivaleria a R$ 0,12 da época. Parece bastante, mas não se compara com a dimensão do problema que o Real veio resolver. 💸💱🫰

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

💹 Para saber mais sobre outros planos econômicos brasileiros, acesse:



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