domingo, 28 de março de 2021

HOJE NA HISTÓRIA - 28.03.21 - 53 Anos do Assassinato do Estudante Edson Luís

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✝️⚰️😭 A história de Edson Luís de Lima Souto é parecida com a de centenas de jovens brasileiros que são obrigados a migrarem para outras regiões em busca de novas oportunidades de estudo. Nascido a 24 de fevereiro de 1950, natural de Belém, o jovem Edson Luís migrou para o Rio de Janeiro para estudar no Instituto Cooperativo de Ensino, onde cursava o artigo 99 de 1º ciclo. No Instituto funcionava o restaurante Calabouço, palco do homicídio cometido pelo aspirante a oficial Aloísio Raposo, que matou Edson Luís com um tiro dado à queima-roupa no dia 28 de março de 1968, portanto há 53 anos hoje. Edson tinha apenas 18 anos na época e não era militante de nenhum grupo estudantil.

O aumento dos preços das refeições servidas no restaurante Calabouço foi o pretexto para os estudantes organizarem uma pequena passeata de protesto. 300 deles estavam reunidos jantando quando foram recebidos à bala pela Polícia Militar. Edson Luís morreu ali mesmo, mas não foi a única vítima fatal: Benedito Frazão Dutra morreu horas depois no hospital Souza Aguiar. Outros estudantes também foram atingidos: Matos Henriques, Antônio Inácio de Paulo, Walmir Gilberto Bittencourt, Olavo de Souza Nascimento e Francisco Dias Pinto.

Temerosos de que a polícia sumisse com o corpo, os próprios estudantes se recusaram a deixar que ele fosse enviado para o I.M.L. e a necropsia foi feita ali mesmo, com o local cercado pela polícia militar e por agentes do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). O corpo foi levado em passeata até as escadarias da Assembleia Legislativa, na Cinelândia, onde foi velado. O enterro foi acompanhado por uma multidão. A cidade do Rio de Janeiro parou no dia do enterro. Salas de cinema da Cinelândia amanheceram anunciando três filmes: A Noite dos Generais, À Queima-Roupa, e Coração de Luto. Os manifestantes ainda colaram cartazes por toda a cidade onde lia-se "Mataram um estudante. E se fosse seu filho?", "Bala mata fome?" e "Os velhos no poder, os jovens no caixão". Edson foi enterrado no cemitério São João Batista ao som do Hino Nacional cantado a cappela pela multidão emocionada. A morte dele recebeu o registro 16.982 e teve como declarante Mário Peixoto de Souza.

A missa de sétimo dia de Edson Luís foi celebrada no dia 4 de abril na igreja da Candelária. Ao término da cerimônia, as pessoas que deixavam a Igreja - familiares, amigos, estudantes, trabalhadores - foram cercadas e atacadas a golpes de sabre, pela cavalaria da Polícia Militar do Rio de Janeiro, deixando vários feridos. A morte de Edson Luís foi o estopim para a explosão de diversas manifestações contra o regime militar em todo o país, como a famosa passeata dos cem mil em 26 de junho de 1968. O governo respondeu aos protestos com o endurecimento da dita dura contra os opositores com a edição do Ato Institucional n°5 em 13 de dezembro de 1968. Para o jornalista e escritor Zuenir Ventura, autor do célebre "1968 - O Ano que Não Terminou", o assassinato de Edson Luís foi um divisor de águas no contexto do regime militar brasileiro: "pode-se dizer que tudo começou ali — se é que se pode determinar o começo ou o fim de algum processo histórico. De qualquer maneira foi o primeiro acontecimento que sensibilizou a opinião pública para o movimento estudantil". 👊📘👊🏽📕👊🏿

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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