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📰 Jânio da Silva Quadros foi presidente do Brasil durante sete meses (31/01/1961–25/08/1961). Foi eleito pela UDN (União Democrática Nacional), partido que congregava os grupos que articularam a queda de Getúlio Vargas (mas como sabemos Vargas preferiu matar-se do que que renunciar ou ser deposto, coincidentemente na data de ontem, 24 de agosto). Durante a campanha, Jânio Quadros adotou a vassoura como símbolo e prometeu varrer a corrupção, fazendo acordos com grupos distintos e antagônicos, com seu estilo oportunista e popularesco. Apesar de ser eleito presidente em 1960, não conseguiu eleger o vice (naquela época votava-se separadamente para cada um dos cargos), sendo eleito João Goulart pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), partido herdeiro do Varguismo. É claro que essa mistura entre UDN e PTB, rivais históricos tinha tudo para dar errado... E deu mesmo! O governo de Jânio foi marcado mais por polêmicas do que por grandes ações. Algumas de suas insólitas medidas: proibiu brigas de galos e uso de biquíni nas praias, além de corridas de cavalos durante a semana. Em plena guerra fria, Jânio quis desenvolver uma política externa independente dos Estados Unidos e da União Soviética. A gota d'água foi quando ele condecorou o guerrilheiro Ernesto "Che" Guevarra com a ordem Cruzeiro do Sul (19 de agosto de 1961). Os mesmos grupos que o apoiaram, pediram sua cabeça, liderados por ninguém menos que o jornalista udenista Carlos Lacerda. Sem o apoio da UDN e atacado pela Imprensa, Jânio renunciou em 25 de agosto de 1961 abrindo uma crise política, uma vez que o vice João Goulart não estava no Brasil e militares reacionários e udenistas não queriam dar-lhe posse. Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul, e genro de Goulart, chegou a organizar uma rede de transmissão radiofônica chamada Cadeia da Legalidade para articular a resistência civil e militar diante da ameaça golpista. O imbróglio só foi resolvido porque Goulart aceitou a proposta de governar sob o regime parlamentarista, diminuindo, é claro, seus poderes enquanto presidente. No ano seguinte à renúncia, Jânio se candidatou ao governo de São Paulo, mas por poucos votos não se elegeu. Ele teve depois seus direitos políticos cassados pela ditadura militar e só voltou à vida política em 1986, após vencer nas urnas o adversário Fernando Henrique Cardoso e assumir a prefeitura de São Paulo. Jânio morreu em 16 de fevereiro de 1992, aos 75 anos de idade, mas deixou uma pergunta sem resposta: afinal, quem eram as "forças terríveis" que o obrigaram a renunciar, citadas no bilhete de renúncia? Há quem defenda que Jânio esperasse uma reação popular pedindo a sua volta, à qual ele aceitaria, mas com o aumento de seus poderes na presidência, mas esse clamor nunca veio. O golpe autocrático janista acabou sufocando o próprio mentor. E há também quem diga que faltou sobriedade na hora de redigir o famoso bilhete. 🥃
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
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