🧫💋💪 👩🏻🦰 👊💄🔬
✝️😭⚰️ Num dia como hoje, 16 de setembro, há exatamente 45 anos, morria BERTHA LUTZ, cientista e ativista; ela foi responsável pela descoberta de espécies de sapo e por divulgar o movimento feminista no Brasil. Uma pioneira na luta em defesa das mulheres.
Bertha Maria Júlia Lutz nasceu em São Paulo em 2 de agosto de 1894, filha da enfermeira inglesa Amy Fowler e do cientista e pioneiro da Medicina Tropical Adolfo Lutz. Bertha foi educada na Europa, formou-se em na Universidade Sorbonne, em Paris, ela conheceu o movimento sufragista inglês, e não hesitou em exportá-lo para o Brasil.
Voltou ao Brasil em 1918 e ingressou por concurso público como bióloga no Museu Nacional, sendo a segunda mulher a entrar no serviço público brasileiro. Nesse mesmo ano, Bertha participou da criação de diferentes ligas de mulheres que buscavam maior inclusão em todos os setores sociais — não só em casa, como era o pensamento dominante na época. “Todas as feministas concordam que o domínio das mulheres é a casa”, disse certa vez. “Mas, atualmente, a casa não é mais um espaço englobado por quatro paredes.”
Pouco depois, fundou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF) e, em 1932, liderou o grupo na pressão para que o presidente Getúlio Vargas modificasse o código eleitoral para permitir que as mulheres votassem. Ela chegou a participar da comissão responsável por elaborar uma nova constituição e garantiu que direitos da mulher fossem incorporados no texto. E o fez com muito conhecimento de causa: formou-se em Direito em 1933 pela Faculdade do Rio de Janeiro, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Candidata, em 1933, pela Liga Eleitoral Independente, a uma vaga na Assembleia Nacional Constituinte de 1934, pelo Partido Autonomista do Distrito Federal, Bertha não conseguiu eleger-se. Mas obteve a primeira suplência no pleito seguinte e acabou assumindo o mandato de deputada na Câmara Federal em julho de 1936, devido à morte do titular, Cândido Pessoa. Sua atuação parlamentar foi marcada por proposta de mudança na legislação referente ao trabalho da mulher e do menor, visando, além de igualdade salarial, a licença de três meses para a gestante e a redução da jornada de trabalho, então de 13 horas diárias.
Com o regime do Estado Novo implantado em 1937 e o fechamento das casas legislativas, Bertha permaneceu ocupando importantes cargos públicos, entre os quais a chefia do setor de Botânica do Museu Nacional, cargo no qual se aposentou em 1964. Em 1945, foi uma das quatro mulheres — de um total de 850 — a participar da redação da Carta das Nações Unidas. Mais uma vez, assegurou que menções à igualdade de gênero fossem incluídas no documento.
No ano de 1975, Ano Internacional da Mulher, estabelecido pela ONU, Bertha foi convidada pelo governo brasileiro a integrar a delegação do país no primeiro Congresso Internacional da Mulher, realizado na capital do México. Foi seu último ato público em defesa da condição feminina.
Mesmo com toda a dedicação à política e ativismo, Lutz nunca abandonou a pesquisa, e descobriu uma nova espécie de sapos, o Paratelmatobius lutzii, conhecido como "Lutz’s rapids frog". Infelizmente boa parte dos registros do trabalho da bióloga foi perdida no incêndio do Museu Nacional em 2018. Bertha trabalhou no Museu por mais de 40 anos e deixou para a instituição vasta produção e pesquisa científica, além da documentação sobre as mobilizações pelos direitos das mulheres. Ela viveu até os 82 anos sem casar nem ter filhos, e morreu em 16 de setembro de 1976, no Rio de Janeiro, completando hoje seus 45 anos de falecimento. Seu exemplo inspira ainda hoje a luta de muitas mulheres por uma sociedade menos machista, menos misógino e com mais respeito entre todos os gêneros. 👏👏👏👏👏👏
#45anosdamortedeberthalutz
#historiadofeminismonobrasil
#GrandesFeministasBrasileiras
🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo🖋️ professor e historiador.
📖 Fontes Consultadas 🖱️ Revista Galileu, Wikipedia e site do Senado.
⏳#muitahistoriapracontar⌛
Sem comentários:
Enviar um comentário