segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

HOJE NA HISTÓRIA - 13.12.21 - 183 Anos do Início da Revolta da Balaiada no Maranhão

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🪢"Cesteiro que faz um cesto faz um cento", assim dizia Manuel Francisco Ferreira dos Anjos, uma das lideranças da Revolta da Balaiada, que era conhecido como o "Balaio". A Revolta que sacudiu o Maranhão durante o período regencial teve como causas a instabilidade política local, agravada após o Ato Adicional de 1834 que concedia mais autonomia para as províncias, que no caso do Maranhão estava dividida entre os cabanos que eram conservadores e os bem-te-vis que eram os liberais, agravados pelas desigualdades sociais e pela crise que se abatia sobre a economia algodoeira. Além desses elementos, o recrutamento forçado de pessoas para lutarem nas outras revoltas que aconteciam pelo país, provocava ainda mais conflitos, como o que se sucedeu na Vila da Manga (atual Nina Rodrigues) no dia 13 de dezembro de 1838 quando o vaqueiro Raimundo Gomes, conhecido como o Cara Preta, invadiu a cadeia local para resgatar seu irmão que havia sido recrutado forçosamente para lutar no Exército. Raimundo Gomes conseguiu libertar o irmão e os outros presos, e ainda conseguiu a adesão da guarnição inteira para a causa libertária; e no dia seguinte lança um manifesto pedindo respeito à Constituição e respeito aos cidadãos. Armados e em bandos, eles saíram pelo interior maranhense arrigimentando mais gente e atacando as fazendas. Ao grupo liderado por Gomes se juntaria Manuel Francisco dos Anjos, o Balaio, cuja filha havia sido estuprada por Antônio Raimundo Guimarães, um policial que havia se hospedado em sua casa, mas que mesmo com as denúncias de Manuel nunca havia sido punido pela violência cometida. Manuel Francisco, fez então, justiça com as próprias mãos e matou o soldado. A convulsão social havia saído do controle dos revoltosos e na capital, São Luís, cabanos e bem-ti-vis se debatiam, culpando-se mutuamente pela explosão de violência. A cidade de Caxias, na época a segunda maior cidade do Maranhão, foi cercada pelos rebeldes, que após um sítio de 46 dias acabaram por tomá-la no dia 1° de julho de 1839. A radicalização do movimento, que poderia degringolar para uma grande luta abolicionista dividiu os revoltosos. A correção de forças muda com a chegada no Maranhão do então coronel Luís Alves de Lima e Silva, enviado pelo próprio imperador D. Pedro II para ser o presidente da província. Luís Alves tinha vasta experiência em sufocar revoltas, já tinha feito isso na Guerra da Cisplatina e na Guerra pela independência na Bahia. Aos poucos, Luís Alves consegue subornar líderes rebeldes e ir desarticulando os revoltosos. Nem mesmo a adesão de Cosme Bento dos Santos, com seus três mil negros alforriados do quilombo Tocanguira conseguiram mudar o curso dos eventos. Manuel Francisco acabou morto à tiros, negro Cosme foi preso e enforcado, e o vaqueiro Raimundo Gomes foi preso e morreu em circunstâncias misteriosas quando era levado para o Rio de Janeiro. A Balaiada deixou um saldo de aproximadamente 12000 sertanejos e mestiços mortos nos confrontos. Luís Alves de Lima e Silva recebeu o título de Barão e os vaqueiros remanescentes do grupo de Raimundo Gomes se debandaram pelos sertões dando origem ao que no futuro chamaríamos de cangaço. 🔪🌵

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo de Souza 🖋️professor e historiador.

👉 Para saber mais sobre a Revolta da Balaiada, assista:


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