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🛐🕯️Num dia como hoje, 25 de dezembro, dia em que se comemora o nascimento de Jesus, há 374 anos na Inglaterra o NATAL ERA PROIBIDO de ser celebrado e comemorado! A iniciativa partiu de Oliver Cromwell, líder dos puritanos, nome dado aos calvinistas ingleses) que venceram as disputas internas durante a guerra civil inglesa (1642-1649), que opôs partidários do rei Carlos I contra defensores do Parlamento inglês, cujo resultado foi a Revolução Puritana de 1649 que depôs Carlos I e colocou no poder Cromwell no poder. A coisa se radicalizou a tão ponto que até o rei acabou sendo decapitado a mando de Cromwell em 1649.
O absolutismo dos Tudor que era criticado por Cromwell logo se manifestou em seu governo. Ele mesmo se autoproclamou "lorde protetor" dos ingleses em 1653, com poderes que seriam hereditários e vitalícios (qualquer semelhança com uma monarquia não é mera coincidência). Cromwell era anti-anglicano e anti-católico, e como o natal era uma festa comemorada por ambos – católicos e anglicanos – não demorou para que o novo mandatário dos ingleses lançasse sobre ela uma série de proibições.
O radicalismo de Oliver Cromwell associou as comemorações do natal às práticas pagãs, uma vez que a Bíblia não faz nenhuma menção sobre o dia do nascimento de Jesus, e a data do 25 de dezembro foi costurada por vários acordos entre papas e governantes, da Antiguidade à Idade Média, passando pelo imperador romano Constantino até o rei franco Clóvis, e ainda mais que em dezembro eram celebradas pelos romanos as saturnálias, festivais onde culminavam com a festa do nascimento do "sol invicto", exatamente no dia do solstício de inverno no hemisfério norte, ou seja, 25 de dezembro.
Oficialmente a lei que proibia o natal saiu em 1647, aprovada pelo próprio Parlamento inglês. A simples realização de danças, cantigas, apresentações de teatro e também o consumo de bebidas alcoólicas durante a data tornaram-se crimes graves. Símbolos como árvore de natal e até mesmo comidas tradicionais foram relacionados a rituais, de modo que também passou a ser proibido comer alimentos como pudim e tortas no feriado. Além disso, o comércio era obrigado a permanecer aberto durante todo o dia 25.
Para se ter uma ideia, a história foi tão insana que os guardas da Igreja de Santa Margarida em Westminster, Londres, foram presos por não conseguirem impedir a celebração. Nas cidades de Ipswich e Bury St Edmunds, jovens armados com pedaços de madeira com pregos nas pontas patrulharam as ruas para forçar os comerciantes a se manterem fechados.
No condado de Kent, foi necessário acionar o exército para conter a farra que se espalhara ao longo daqueles 12 dias. O grande júri de lá decidiu que os festeiros deveriam ser punidos perante à lei, o veredito só fez com que os cidadãos se rebelassem ainda mais contra o Parlamento.
Cenário parecido, porém mais dramático, ocorreu na cidade de Norwich. Em abril de 1648, o prefeito foi a Londres para explicar seu fracasso na contenção do Natal, mas a multidão fechou os portões para que ele não saísse. Soldados foram mobilizadas novamente e pelo menos 40 pessoas morreram na confusão devido a uma explosão em um depósito de munições.
A aversão ao Natal atravessou o Atlântico, levada pelos migrantes puritanos ingleses. De 1659 a 1681, quem celebrasse a data em Massachusetts, nos Estados Unidos, pagava multa. Mesmo quando não era alvo de punição, a comemoração do Natal na América inglesa foi incomum ou mal-vista mesmo ao longo do século XVIII e após a independência.
O Natal só voltou a ser permitido na Inglaterra em 1660, depois da morte de Cromwell e da restauração da monarquia com a subida de Carlos II ao poder. O feriado para celebrar o nascimento de Cristo só se tornou feriado federal nos EUA em 1870. Se fosse hoje, poderíamos criar uma campanha: "mais natal, menos puritanismo". 💪🎄🎅🎄👊
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#historiadasfestividadesnatalinas
🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
📖 Fontes consultadas:
🖱️ Site da BBC News - Brasil
🖱️ Site da Superinteressante
🖱️ Site da Revista Aventuras na História
⏳#muitahistoriapracontar⌛
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