sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

HOJE NA HISTÓRIA - 31.12.21 - 33 Anos do Naufrágio do Bateau Mouche IV

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😞🖤 Num dia como hoje, 31 de dezembro, há 33 anos, às 23h50m naufragava nas águas da Baía da Guanabara o BATEAU MOUCHE IV, matando 55 pessoas. A embarcação seguia em direção à praia de Copacabana, onde os 150 passageiros assistiriam à queima de fogos de artifício do réveillon. O naufrágio aconteceu entre a Ilha de Cotunduba e o Morro da Urca. De casco chato, mais adequado a águas tranquilas, o barco não aguentou o excesso de peso.

A embarcação chegou a ser interceptada pela Capitania dos Portos, por volta das 22h daquela noite, o que a fez voltar ao cais para a contagem dos passageiros. No entanto, dez minutos depois, foi liberada e partiu em direção à praia de Copacabana. Os corpos das vítimas e os sobreviventes foram resgatados pela traineira Evelyn Maurício e pelo iate Casablanca que chegaram ao local em seguida.

As investigações para apurar as causas do naufrágio do Bateau Mouche foram cercadas de contradições, principalmente no que dizia respeito à capacidade de carga da embarcação. A própria construtora do iate Kamaloka, que se tornou o Bateau Mouche IV, afirmou que o barco, construído em 1970, não comportava 150 pessoas.

O laudo elaborado pela Marinha detalhou que além de falta de estabilidade e excesso de passageiros, foi identificado o mau estado de conservação do barco; entrada de água do mar através de escotilhas abertas e dos banheiros do convés inferior; colocação inadequada de uma camada de cimento no convés superior, além de duas caixas d’água; e a distribuição inadequada de mesas, cadeiras e pranchões que não estavam fixos. A perícia realizada pela Polícia Civil apontou as mesmas irregularidades no barco.

No dia 16 de março de 1989, o inquérito da Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre o naufrágio do Bateau Mouche foi concluído, após 75 dias de investigação. Quatro pessoas foram indiciadas: o mecânico responsável pela manutenção do barco – Edson Gonçalves de Carvalho –, os sócios da Bateau Mouche Rio Turismo – Álvaro Pereira da Costa e Faustino Puertas Vidal – e o dono da Itatiaia Turismo, que organizou o passeio – Francisco Garcia Riveiro – seriam ainda julgados pela Justiça do Rio de Janeiro. 

Entretanto, 33 anos depois, nenhum dos envolvidos no caso está preso, mesmo condenados, acabaram conseguindo fugir da prisão em 29 de maio de 1994. Apenas uma família recebeu indenização. A sentença – resultado da ação movida pelo economista Boris Lerner, que perdeu mulher e filho no naufrágio – condenou também o dono da empresa que organizou o passeio e a União, já que esta deveria ter fiscalizado o barco. Os demais processos aguardam o julgamento dos infindáveis recursos. 

O naufrágio do Bateau Mouche foi tema do Linha Direta Justiça, exibido em 29 de julho de 2004. O programa reconstituiu os últimos momentos dos passageiros naquela noite de réveillon e entrevistou sobreviventes, advogados e promotores do caso. A atriz global Yara Amaral foi uma das vítimas da tragédia. 😞😓😥😢😭

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Créditos do texto 📺 Memória Globo (adaptado)

⏳muitahistoriapracontar⌛

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