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😓🖤Num dia como hoje, 5 de abril, há 45 anos, morria no Rio de Janeiro, o bandolinista e compositor LUPERCE MIRANDA, considerado o "Paganini do Bandolim". Além do bandolim, Luperce também tocava cavaquinho, piano e violão. Exímio instrumentista, ele chegou a ser elogiado até por Villa-Lobos que lhe declarou certa vez: “Menino, você é um gênio!”
Luperce Bezerra Pessoa de Miranda nasceu em Recife, Pernambuco, no dia 28 de julho de 1904. Filho de João Henrique Pessoa de Miranda e de Amélia Bezerra da Silveira Miranda. Na casa de Luperce a música era cotidiana: seu pai tocava piano, violão e bandolim e Luperce já começa pelo bandolim, aos oito anos, mas o convívio diário com a música acaba o aproximando também de outros instrumentos, como cavaquinho, guitarra portuguesa, viola caipira, violão tenor e piano. Ele teve 10 irmãos também instrumentistas, com os quais o pai organizou uma orquestra caseira.
Sua carreira inicia-se na década de 1920, quando começa a tocar em grupos vocais sertanejos de Recife. Foi justamente acompanhando um desses grupos – o Voz do Norte – que Luperce veio para o Rio de Janeiro. Em 1928, faz as suas primeiras gravações como solista de bandolim e cavaquinho, executando cinco composições suas. Em 1936, entra para a Rádio Mayrink Veiga, iniciando uma atuação quase contínua nas rádios, encerrada apenas com sua aposentadoria da Rádio Nacional em 1973. Em 1946 volta a morar em Recife, onde continua a se apresentar e trabalhar em rádio. Nesse período dá muitas aulas e torna-se um dos grandes estimuladores do choro nordestino. No retorno ao Rio de Janeiro, em 1955, começa a gravar LPs. É considerado um dos músicos que mais gravaram no Brasil, contabilizando cerca de 700 gravações. Foi professor de Déo Rian, Evandro do Bandolim e muitos outros. Em 1955 cria a Academia Luperce Miranda, na cidade de Nilópolis, Rio de Janeiro, onde, até o fim da vida, se dedica ao ensino de instrumentos de cordas.
Apreciador dos andamentos rápidos, Luperce se manteve um músico refinado, com belos fraseados e soluções harmônicas criativas. Precursor do bandolim solista, foi um dos criadores da linguagem e da técnica brasileira do instrumento. Teve presença significativa na evolução do samba e do choro, acompanhando praticamente todos os grandes cantores e músicos brasileiros de seu tempo. Inicialmente compondo músicas sertanejas e regionais (a embolada Pinião é seu maior sucesso nesse gênero), no início da década de 1930 passa a compor choros, frevos e valsas. De sua obra instrumental, as peças mais conhecidas são Picadinho à baiana, Reboliço e Segura o dedo. Considerando o volume de sua obra – cerca de 500 composições – Luperce gravou poucos discos próprios, com a maior parte de suas gravações registrada em 78 rpm. Em 1995, Pedro Amorim lançou pelo selo Saci o CD Pedro Amorim toca Luperce Miranda , totalmente dedicado à obra do mestre pernambucano.
Em 2001, foi o grande homenageado na noite inaugural do festival “Chorando no Rio”, promovido pelo MIS e transmitido para todo o Brasil pela TV-E diretamente da sala Cecília Meirelles, com apresentação de Ricardo Cravo Albin. Em 2004, foi lançado o livro “Luperce Miranda – O Paganini do bandolim”, de Marília Trindade Barboza. Na ocasião foi apresentado show no qual suas obras foram interpretadas pelos bandolinistas Déo Rian, Bruno Rian, Henri, Lentino, Joel Nascimento, Luperce Miranda Filho, Marcílio Lopes e Marco César. Sua obra pode ser apreciada no youtube e nos principais serviços de streaming de música. Seu legado para a música instrumental brasileira é imprescindível e inesquecível. Um grande instrumentista que não deve ser esquecido. 👏👏👏👏👏👏
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
📖 Créditos do texto:
🖱️ Site Casa do Choro
🖱️ Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira (versão web)
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