quinta-feira, 2 de junho de 2022

HOJE NA HISTÓRIA - 02.06.22 - 140 Anos da Morte de Giuseppe Garibaldi

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😓🖤 Num dia como hoje, 2 de junho, há 140 anos, morria aos 74 anos, em sua casinha na ilha de Caprera (Itália), GIUSEPPE GARIBALDI, considerado o "Herói dos Dois Mundos"; devido à sua participação em conflitos na Europa e na América do Sul. Uma das mais notáveis figuras da unificação italiana, projetada pela organização republicana Jovem Itália da qual fazia parte ao lado de Giuseppe Mazzini e de Camilo Benso, Conde de Cavour.

Giuseppe Garibaldi nasceu em 4 de julho de 1807, em Nice, que na época era parte do departamento francês dos Alpes Marítimos. Foi o segundo dos seis filhos de Domenico Garibaldi e Rosa Raimondi, que desejavam vê-lo seguir carreira acadêmica. Giuseppe, porém, preferia a vida ao ar livre e se tornou marinheiro, chegando a capitão da Marinha Mercante.

Ele passou dez anos de sua vida a bordo de navios mercantes e com o tempo chegou a obter licença de capitão. Em 1833, enquanto comandava a escuna Clorinda, entrou em contato com a sociedade secreta Jovem Itália, que esperava alcançar a unidade italiana por meio de um levante popular. Garibaldi se uniu à causa, jurando dedicar sua vida à libertação da sua terra natal do jugo estrangeiro.

Em fevereiro de 1834 tomou parte da fracassada insurreição de Gênova, sendo condenado à morte por uma corte genovesa. Refugiou-se em Marselha e, em 1835, fugiu para a Tunísia, chegando depois ao Brasil. No Rio de Janeiro, Garibaldi conheceu Bento Gonçalves, que estava preso por liderar a Revolução Farroupilha. Foi quando obteve dele uma carta de corso para aprisionar embarcações imperiais. Em 1º de setembro de 1838, ele foi nomeado capitão-tenente, comandante da marinha farroupilha. Com a chegada da marinha farroupilha a Santa Catarina, unindo-se às tropas do exército, sob o comando geral de David Canabarro, foi possível preparar o ataque a Laguna por terra e pela água.

A marinha farroupilha entrou através da lagoa de Garopaba do Sul, passando pelo rio Tubarão e atacou Laguna por trás, surpreendendo os imperiais que esperavam um ataque de Garibaldi pela barra de Laguna e não pela lagoa. Pouco tempo depois, o império reagiu com força total, com mais de três mil homens atacando por terra. Enquanto isto, por mar, uma frota de 13 navios, melhor equipados e experientes, iniciou a batalha naval de Laguna. Garibaldi fundeou seus cinco navios, que se bateram contra os imperiais valentemente, mas sem chances de vitória. Nos navios farroupilhas nenhum comandante ou oficial escapou com vida. O próprio Garibaldi, vendo a derrota iminente, queimou seu navio, a escuna Libertadora, e se juntou à tropa de Canabarro, que preparou a retirada de Laguna. Era o fim da marinha farroupilha.

Em Laguna, Garibaldi ainda conheceu Ana Maria de Jesus Ribeiro, conhecida depois como Anita Garibaldi, com quem se casaria e que se tornaria sua companheira de lutas na América do Sul e depois na Itália. Depois das quedas de Laguna, as tropas farroupilhas tomaram o caminho de Lages para retornar ao Rio Grande do Sul. A pedido, o Bento Gonçalves dispensou Garibaldi de suas funções e ele então mudou-se para Montevidéu, no Uruguai, com Anita e seu filho Menotti Garibaldi.

Foi em Montevidéu, que Garibaldi ingressou na Maçonaria, ingressando na Loja "Les Amis de la Patrie" e foi nessa cidade que começou a se inspirar pelo socialismo humanitário. Ainda no Uruguai, em 1842, foi nomeado capitão da frota uruguaia na luta contra o ditador argentino Juan Manoel Rosas. No ano seguinte, exerceu papel fundamental na defesa de Montevidéu, impedindo que a cidade fosse tomada pelos argentinos. 

Depois de retornar à Itália em 1848, ele se tornou uma figura de destaque no "Risorgimento", um movimento para expulsar as potências estrangeiras da Itália e unificar seus vários estados em uma nação independente. Garibaldi e suas tropas de “Camisas-Vermelhas” acabaram batalhando contra forças da Áustria, França e do papa. 

No ano seguinte, Anita, grávida e fragilizada, morreu em Ravena, após o casal ter que fugir de da invasão franco-austríaca a Roma em 4 de agosto de 1849. Condenado ao exílio, Garibaldi morou na África, em Nova York e no Peru. A maior conquista de Garibaldi veio em 1860, quando liderou um grupo de voluntários conhecido como “Os Mil” em uma campanha contra o governo dos Bourbon da Sicília. Embora em menor número e desarmado, seu exército esfarrapado saiu vitorioso depois de apenas alguns meses, abrindo caminho para a criação do Reino da Itália, sob o governante Victor Emmanuel II.

Em 1871, uniu-se ao venezianos na guerra Franco-Prussiana, onde venceu algumas batalhas, apesar das quais, a França perdeu a guerra. Não havendo aceitado o título de nobreza e a pensão vitalícia que o rei Vítor Emanuel lhe oferecera, Garibaldi retirou-se para sua casinha na ilha de Caprera, e lá permaneceu até o fim da vida, em 2 de junho de 1882, completando hoje 140 anos de sua morte.

Embora tenha deixado instruções detalhadas para sua cremação, seu corpo foi enterrado na ilha de Caprera, onde repousa com sua última esposa e alguns de seus filhos. Em 2012, foi decidido que o corpo de Garibaldi seria exumado para pôr fim às dúvidas acerca da verdadeira localização do cadáver. O objetivo é dar descanso aos rumores levantados pelos próprios descendentes de Garibaldi, que afirmam que a tumba que supostamente contém os restos mortais do antepassado terá sido remexida. Se as posteriores análises de DNA concluírem que se trata realmente do corpo de Garibaldi, talvez isso possa abrir o debate acerca de uma melhor preservação do cadáver, que terá sido embalsamado em vez de cremado, contrariando o pedido do próprio antes de morrer.

Ao longo dos anos, o culto a Garibaldi se manifesta na proliferação de folhetos patrióticos, calendários, cartões postais, adesivos. Naturalmente, surgiram inúmeras biografias de valor significativo, memórias pessoais, obras poéticas e teatrais. Muitos mantiveram o "garibaldinismo" vivo , tanto da direita quanto da esquerda. Claro que Garibaldi foi apropriado pelos fascistas, mas também pelos comunistas, a figura de Garibaldi tornou-se um símbolo de libertação popular.

Vemos as "Brigadas Garibaldi" dos comunistas lutando tanto na Espanha quanto na guerra civil na Itália. Basicamente Garibaldi parece ser uma figura intensamente romântica, rebelde e austera. Um personagem ímpar que viveu intensamente grandes acontecimentos históricos na Itália e na América do Sul. Duzentos anos depois Garibaldi ainda habita no imaginário mítico seja dos rebeldes que forjaram a república italiana, ou no cancioneiro gauchesco que exalta as lutas farroupilhas. Ao lado de Anita, formam o casal mais revolucionário de todos os tempos. 👏👏👏👏👏👏

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

👉 Para saber mais sobre Anita Garibaldi, sua fiel companheira, acesse:


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