domingo, 31 de julho de 2022

HOJE NA HISTÓRIA - 31.07.22 - Morre Miró da Muribeca

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😓🖤Recife amanheceu sem poesia, encantou-se nesse domingo, aos 61 anos, uma das mais poderosas vozes da poesia pernambucana e nacional, que escrevia a vida vista das ruas, das janelas dos ônibus, de dentro do caos da metrópole. Um cronista de palavras simples, contundentes e precisas sobre o Recife e o mundo, que fez da poesia marginal, ou melhor, marginalizada, uma forma de expressão dos sentimentos que brotam do povo.

Seu nome: João Flávio Cordeiro da Silva, mas ficou nacionalmente conhecido como MIRÓ DA MURIBECA, nome inspirado no jogador de futebol Mirobaldo, dado pelo artista plástico Maurício Silva nos anos 1980, década esta na qual o Recife começa a descobrir a intensidade poética de Miró, sendo também a cidade uma de suas principais personagens, entre suas ruas, becos, bares e pontos de encontro. A notícia da morte foi divulgada nas redes sociais do poeta neste 31 de julho de 2022.

Miró da Muribeca nasceu a 6 de agosto de 1960, em Recife, no bairro periférico que juntou ao seu nome artístico (Muribeca); e estreou na poesia com “Quem descobriu o azul anil”, em 1985, numa publicação do autor. No mesmo formato publicou, dentre outros, “Ilusão de ética” (1995), “Para não dizer que não falei de flúor” (2004), “DizCrição” (2012), “aDeus” (2015), “Meu filho só escreve besteira” (2017) e o seu mais recente trabalho, “O céu é no sexto andar” (2021). Ao todo, foram mais de uma dezena de títulos e parte dos seus poemas foi reunida na antologia "Miró até agora" publicada pela Cepe Editora.

Mas, para além do papel, Miró usava seu corpo e sua voz para dar vazão ao seu trabalho, sempre circulando pela cidade e pelo mundo. Seu fazer artístico serviu de inspiração para tantos outros poetas das próximas gerações, que viam no trabalho de Miró uma nova possibilidade de se viver artisticamente os espaços urbanos.

Miró vinha enfrentando problemas de saúde e foi internado em maio, sob cuidados intensivos. O artista lutava contra um câncer com metástase, descoberto em 2020. Durante o período, foram realizadas campanhas de ajuda aos custos dos cuidados e para a realização de exames. Poucos meses antes, em novembro, ele havia lançado seu último livro, O Céu é no 6º Andar. 

Infelizmente a biografia que estava bem adiantada pelo escritor e professor de Literatura Wellington de Melo da Universidade Federal de Pernambuco, não saiu a tempo dele conhecer. O poeta e cronista será velado e sepultado na necrópole de Santo Amaro, no Recife. Miró deixa um filho e um neto. 

Espirituoso e genial, Miró costurava com as palavras como ninguém, deixa uma literatura singular, muito rica, profunda, crítica, "marginal", espontânea e originalíssima registrados também em alguns documentários e filmes, peças e momentos memoráveis que iluminou a todos que puderam conviver com ele o/ou conhecer seu trabalho. Miró dizia que sua poesia era da rua, acessível a todos, "do gari ao engenheiro". Ele se intitulava como “Alegrista” e é assim que ele gostaria de ser lembrado, como um poeta popular que dedicou a sua vida e a sua arte a nos encantar e a nos fazer pensar.

Encantou-se um dos grandes da nossa literatura, da poesia com a cara, o ritmo e a cor do Recife. Fica a saudade, e a força impetuosa das suas palavras, que seguirão conosco em afeto e lembrança. O Orun vai te receber com muito amor. Que sua nova jornada poética seja repleta de luz. Viva Miró! Miró vive !! 👏👏👏👏👏👏

#morremirodamuribeca
#lutopormirodamuribeca
#adeusmirodamuribeca

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📝 Fontes consultadas:

💻 Portais G1 e JC Online
📰 Jornais Diário de Pernambuco e Folha de Pernambuco

⏳#muitahistoriapracontar⌛

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