sexta-feira, 31 de março de 2023

HOJE NA HISTÓRIA - 31.03.23 - 59 Anos do Golpe Militar de 1964

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⛓️⛓️ A renúncia de Jânio Quadros (25/8/1961) colocou o Brasil numa situação de instabilidade política. Setores conservadores, políticos udenistas como Carlos Lacerda, e militares não aceitavam João Goulart, vice-presidente eleito pelo PTB varguista, para suceder à Jânio. No Rio Grande do Sul, o governador Leonel Brizola liderou um movimento chamado "cadeia da legalidade", disposto a ir até as últimas consequências para garantir a posse de Jango. A solução para o impasse foi Jango assumir com menos poderes, com a implantação do parlamentarismo, e Tancredo Neves ficou com o cargo de primeiro-ministro. O parlamentarismo seria derrotado no plesbicito em 6 de janeiro de 1963. Jango estava disposto a levar a cabo seu projeto reformista chamado de "reformas de base", proclamado no celébre "Comício das Reformas" no dia 13 de março de 1964 quando subiram no mesmo palanque Jango, Brizola e Miguel Arraes.

A resposta dos conservadores, anticomunistas e reacionários viria no dia 19 de março com a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, a passeata dos 500 mil que abriu caminho para o golpe planejado, na prática, no dia 28 de março, em Juiz de Fora, numa reunião com os generais Olímpio Mourão Filho e Odílio Denys e o governador de Minas Gerais, Magalhães Pinto. A data acordada para o início da mobilização militar e tomada do poder seria 4 de abril. Entretanto, na madrugada de 31 de março, Mourão Filho, numa atitude intempestiva, deslocou suas tropas de Juiz de Fora para o Rio de Janeiro. O Congresso providenciou medidas para legalizar o golpe, declarando a vacância do cargo presidencial. As principais cidades do país foram tomadas por soldados armados, tanques e jipes. Governadores opositores do golpe como Brizola e Arraes foram depostos e presos. No dia 1° de abril, a sede da União Nacional dos Estudantes (UNE) no Rio de Janeiro foi incendiada. 

Desde a destituição de João Goulart (Jango) até a reabertura democrática, em 1985, seriam 21 anos de autoritarismo. Nesse período o Brasil foi governado pelos generais Humberto de Alencar Castello Branco (15/4/1964 a 15/3/1967), Arthur da Costa e Silva (15/3/1967 a 31/8/1969), Emílio Garrastazu Médici (30/10/1969 a 15/3/1974), Ernesto Geisel (15/3/1974 a 15/3/1979) e João Baptista de Oliveira Figueiredo (15/3/1979 a 15/3/1985). Apenas com a eleição pelo colégio eleitoral em 1984 de Tancredo Neves e José Sarney, o ciclo de generais-presidentes foi quebrado. Entre os militares defensores do regime de exceção instaurado em 1964, o golpe era chamado de "revolução" ou " contrarrevolução", movimento respaldado pela força dos quartéis, com apoio de segmentos da sociedade civil.

Eram aliados dos militares os grandes proprietários rurais, a burguesia industrial paulistana, grande parte das classes médias urbanas, além de setores conservadores e anticomunistas da Igreja Católica e é claro apoio velado dos Estados Unidos. O golpe estabeleceu um regime autoritário, nacionalista e alinhado politicamente com os Estados Unidos e o anticomunismo. Houve profundas modificações políticas e sociais no país. O chamado "milagre econômico" resultou em grande endividamento externo e aumento das desigualdades sociais. Apesar da afirmação do ministro Delfim Netto de que era preciso "Fazer o bolo crescer para depois distribuí-lo", isso nunca aconteceu, pois "o bolo cresceu, mas nunca foi dividido"!

O regime militar de 1964 estabeleceu uma ditadura que, ao longo dos anos, endureceu, culminando com perseguições políticas, prisões, tortura e censura. Militares e agentes do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) passaram a combater qualquer manifestação contrária ao governo. O golpe de 1964 foi apoiado por jornais como O Globo, Jornal do Brasil e Diário de Notícias. A data oficial do golpe, 31 de março, é contestada por historiadores, que apontam para o dia 1° de abril, o dia da mentira, por isso refutada pelos militares. Os historiadores argumentam que até o dia 1° de abril, Goulart ainda ocupava a presidência. 😞😓😥

#59anosdogolpede1964
#historiadaditaduramilitarbrasileira
#DitaduraNuncaMais

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

👉 Para saber mais sobre o Golpe Militar de 1964, acesse:




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domingo, 26 de março de 2023

HOJE NA HISTÓRIA - 26.03.23 - Morre a Atriz Vanda Phaelante

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✝️ LUTO 🖤 Ás vésperas do dia mundial do teatro a cena teatral pernambucana amanheceu enlutada com a notícia da morte de VANDA PHAELANTE (78 anos), escritora, jornalista, poetisa, diretora de teatro e atriz pernambucana. Segundo a família, a recifense estava em casa, no bairro do Rosarinho, na Zona Norte da cidade, quando sofreu um infarto fulminante. O viúvo de Vanda, o ator e jornalista Renato Phaelante, disse que ela foi a terceira atriz a ser vista como dama do teatro pernambucano, após Diná de Oliveira (1907-1998) e Geninha da Rosa Borges, que faleceu em 26 de junho de 2022, aos 100 anos.

Com mais de 40 anos de carreira, a Vanda escrevia desde 1977, sendo autora de peças, romances, biografias e poemas. Foi uma das pioneiras do TAP - Teatro de Amadores de Pernambuco, junto com grandes nomes da dramaturgia pernambucana, como Reinaldo de Azevedo, com quem contracenou na peça "Um Sábado em 30", e Geninha da Rosa Borges. Durante anos protagonizou o papel de Maria na Paixão de Cristo do Recife, dirigida pelo saudoso José Pimentel. Ao todo, foram mais de 30 peças, só pelo TAP.

Em 1986 fundou a Cooperarteatro que reunia grandes atores e atriz pernambucanos, que produziu "As Conchambranças de Quaderna, de Ariano Suassuana". Como jornalista, Vanda foi diretora do Núcleo de Rádio e TV da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). 

Em 2019, Vanda Phaelante lançou seu último romance, "Acorrentados". Além do viúvo, Vanda deixou dois filhos (Renata Phaelante e Francisco Phaelante) e quatro netos. Seu corpo foi velado e cremado no Cemitério Morada da Paz, em Paulista. Sua obra será sempre lembrada pelos amantes das artes cênicas pernambucanas. 👏👏👏👏👏👏

#morrevandaphaelante
#lutoporvandaphaelante
#adeusvandaphaelante

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Fontes consultadas:

🖱️ Portal G1
🖱️ Enciclopedia Itaú Cultural
📰 Site da Folha de Pernambuco

👉 Para saber mais sobre Geninha da Rosa Borges, Reinaldo de Azevedo, e José Pimentel, grandes nomes do teatro pernambucano, acesse:




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HOJE NA HISTÓRIA - 26.03.23 - 33 Anos do SINTEPE - Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco

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📚 O SINTEPE - Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco surgiu em no dia 26 de março de 1990, portanto completa hoje seus 33 anos. Até 1979, havia entre ambas as entidades docentes do Estado, a CPP (Centro dos Professores de Pernambuco) e a APENOPE (Associação dos Professores do Ensino Oficial de Pernambuco), um clima de desconforto em função de ofertarem as mesmas atribuições aos associados docentes. A partir da mudança da APENOPE, para uma linha mais sindical, as tensões aumentaram significativamente, ampliando, com isso, a disputa pelo controle do movimento no Estado. Na década de 80, a APENOPE juntamente a outras entidades de trabalhadores educacionais do Estado, norteadas pelos avanços do movimento educacional de unificação nacional, desdobraram em Pernambuco um processo correspondente pautado pelo mesmo projeto de união.

Em março de 1990, realizou-se o Congresso de Unificação. A APENOPE representando os professores regentes; a AOEPE (Associação dos Orientadores Estaduais de Pernambuco), os orientadores educacionais; a ASSUEPE (Associação dos Supervisores do Estado de Pernambuco), representando os supervisores, e a Coordenação dos Servidores Administrativos representando os funcionários das escolas. Foi através do “Congresso de Unificação” que a maioria das entidades epresentativas da educação básica do Estado funda, em 1990, o Sindicato dos Trabalhadores da Educação em Pernambuco, SINTEPE. Tal feito tornou o SINTEPE uma instituição de referência sindical na defesa dos interesses dos trabalhadores da educação pernambucana, esteio das lutas por melhores condições e reconhecimento social.

O SINTEPE representa os trabalhadores em educação do estado, englobando Professores, Orientadores, Supervisores, Técnicos e o pessoal Administrativo lotado na Secretaria de Educação das redes públicas estadual, representa ainda os trabalhadores da educação de 32 redes municipais em Pernambuco. É filiado à CNTE e a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Possui um total de 26.746 filiados da rede estadual. Desse total, 11.796 são aposentados e 14.950 são da ativa, representando um percentual considerável de filiados em relação a um total de profissionais da educação da rede estadual de Pernambuco. A sede do SINTEPE é em Recife, sendo que conta com 13 (treze) subsedes regionais no estado de Pernambuco. Três delas – Região Mata, Centro, Regional Agreste Meridional e Regional Sertão do Sub Médio São Francisco – possuem apenas representação da rede estadual e 10 (dez) representam também docentes municipais em 32 cidades do estado (dados de 2014).

SINTEPE é um sindicato que, embora tenha como foco principal a luta pela melhoria salarial dos trabalhadores em educação de Pernambuco, participa, também, de campanhas nacionais e internacionais dirigidas à melhoria da educação e pela valorização docente, realiza ações de formação político-sindical, formação profissional, atividades culturais e de lazer, é um canal de informação dos trabalhadores pernambucanos em educação, além de ter assento em espaços de decisão importante na política educacional do estado, como o Conselho Estadual de Educação, o Fórum Estadual de Educação e o Conselho Estadual do Fundeb, entre outros.

Sua importância na articulação e mobilização dos profissionais em educação do Estado de Pernambuco é sentida até hoje, na organização de manifestações, paralisações, atos públicos e moções (sejam de apluso o repúdio), na cobrança de pautas relativas à melhoria das condições de trabalho nas unidades de ensino, e também no que tange às questões salariais. Apesar das críticas, vem mantendo um bom nível de trabalho junto às bases e atualmente se prepara para mais um pleito sindical. A atual diretora é Ivete Caetano, sucessora de Valéria Conceição após as eleições sindicais de 2021. 👊📚👊📐👊

#33anosdosintepe
#historiadaslutassindicaispernambucanas

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Créditos do texto 🖊️ REGUEIRA TRINDADE, Henrique José Gonçalves. HISTÓRIAS DE VIDA DE DOCENTES QUE SE TORNARAM SINDICALISTAS. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal de Pernambuco-CE Programação de Pós-graduação em Educação: 2016. * O último parágrafo é de nossa autoria. 🙂

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sábado, 25 de março de 2023

HOJE NA HISTÓRIA - 25 de Março - Data Magna do Ceará

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📜⚖️ Num dia como hoje, 25 de março, há 139 anos, a então província (hoje Estado) do Ceará abolia oficialmente a escravidão em seu território, uma iniciativa inédita no Brasil – o último do continente a fazer isso –, quatro anos antes da assinatura da Lei Áurea (Lei 3353 de 13 de maio de 1888) sancionada pela princesa Isabel, na condição de regente. O feito histórico colocou o Ceará no protagonismo do movimento abolicionista brasileiro na época e inspirou políticos, escritores, advogados e demais pessoas a aderirem à causa da libertação dos escravos.

A luta abolicionista cearense deve-se pelo menos a três importantes personagens: Maria Tomásia, uma distinta aristocrata, atuou como um grande suporte financeiro e político para o movimento abolicionista na área, estabelecendo uma rede de auxílio aos escravos fugitivos; Preta Tia Simoa, uma mulher negra liberta, liderou ao lado de seu marido José Luís Napoleão, a "Greve dos Jangadeiros"; e Francisco José do Nascimento (o grande Dragão do Mar ou Chico da Matilde) que liderou uma rebelião de jangadeiros impedindo o embarque de escravizados nos navios negreiros no porto de Fortaleza, recusando-se a transportar escravos em navios.

O fato histórico tornou-se a data magna do Estado do Ceará a partir da aprovação da Lei nº 16.292/2017, sendo um feriado estadual, um momento significativo para homenagear e lembrar os símbolos de resistência, liberdade e dignidade da cultura cearense. Não por acaso, o Ceará recebeu o título de “Terra da Luz!” Onde a luz da liberdade brilhou primeiro! Viva o povo cearense! 👏👏👏👏👏👏

#datamagnadoceara
#libertacaodosescravos
#historiadoabolicionismobrasileiro

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

👉 Para saber mais sobre o movimento abolicionista brasileiro, acesse:



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terça-feira, 21 de março de 2023

HOJE NA HISTÓRIA - 21 de Março - Dia Nacional das Tradições de Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé

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🗓 Pela primeira vez na História do Brasil, celebramos oficialmente em todo o país as religiões e tradições de matriz africana hoje, dia 21 de março, Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé. A data foi instituída pela lei 14.519/2023, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 6 de janeiro de 2023, e coincide com o marco escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para, anualmente, celebrar o Dia Internacional contra a Discriminação Racial. A oficialização da data é uma importante conquista que visa a valorização das tradições e nações afrobrasileiras como patrimônio cultural brasileiro e a conscientização sobre o racismo religioso, infelizmente ainda muito presente na nossa sociedade.

É fundamental celebrar a diversidade cultural e religiosa num Estado laico como o Brasil, pois ajuda a conscientizar a população sobre a necessidade de superarmos o racismo religioso, que ainda persegue e violenta, cotidianamente, os povos de terreiros. A demonização dos cultos de matriz afro-brasileira é comum, sendo seus seguidores perseguidos e suas divindades atacadas por pessoas de outras denominações religiosas. Numa democracia todos e todas têm direito à sua fé. O que não há é o direito à discriminação e à violência por conta de opções religiosas das pessoas.

Essa data é uma oportunidade para celebrar e valorizar a cultura e as tradições dos povos africanos que foram trazidos para o Brasil como escravos, e que contribuíram significativamente para a formação da nossa identidade cultural. Também é uma oportunidade para promover o respeito e a tolerância às diversidades religiosas e culturais. E reconhecer a sua importância histórica e cultural, e valorizar a sua contribuição para a construção da nossa identidade enquanto povo brasileiro. A fé, a cultura, a religiosidade e a ancestralidade dos brancos não é melhor e nem superior do que a fé, a religiosidade e cultura e a ancestralidade dos negros. Viva o candomblé e as tradições ancestrais dos povos de terreiro! Viva a diversidade desse imenso caldeirão cultural e espiritual que é o Brasil! 🏹🕯✊🏿

#dianacionaldastradicoesdasraizesdematrizesafricanas
#diainternacionalcontraadiscriminacaoracial
#salveopovodeterreiro
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

🙏🥁 Para saber mais sobre os principais Órixas das religiões de matriz afro-brasileira, acesse:




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segunda-feira, 20 de março de 2023

HOJE NA HISTÓRIA - 20.03.23 - 207 Anos da Morte de D. Maria I, Rainha de Portugal

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👸🌊⛵ Num dos momentos mais dramáticos da História portuguesa, na madrugada de 27 de novembro de 1817, quando todos apressadamente corriam para os navios que deveriam levar a Corte portuguesa para o Brasil, antes da chegada das tropas napoleônicas do General Junot, num momento de insanidade, aquela a quem chamavam de "a Louca", foi quem teve a lucidez de falar a verdade: "não corram, não corram, vão pensar que estamos fugindo". A fala é de Maria Francisca Isabel Josefa Antônia Gertrudes Rita Joana de Bragança, que durante 38 anos (1777-1815) reinou sobre Portugal, sendo a primeira mulher a conquistar este feito.

D. Maria I era a filha mais velha de D. José I e D. Mariana Vitória. O casal régio apenas havia tido filhas, o que explica que a herdeira ao trono fosse uma mulher. Apesar de não ser novidade no contexto europeu, não era comum uma mulher reinar. E em Portugal a questão gerou problemas devido ao mito das Cortes de Lamego, que alegadamente proibia uma mulher casada com um estrangeiro de herdar o trono. Assim, a solução encontrada para D. Maria, foi casá-la com o próprio tio, futuro D. Pedro III, 17 anos mais velho do que ela.

D. Maria I não conseguiu lidar com os sucessivos lutos de filhos, do esposo e de aliados próximos, e aos poucos foi entrando num processo depressivo, que a incapacitou de continuar no trono. Ela foi declarada oficialmente incapacitada em 10 fevereiro de 1792, passando o trono a ser exercido pelo seu filho: D. João (pai do futuro D. Pedro). A historiadora Mary del Priore contesta que D. Maria I tenha sido mesmo louca, mas era vítima de profunda depressão, na época confundida com melancolia e insanidade. A vinda da família real para o Brasil piorou ainda mais o estado de saúde de D. Maria I, que foi a primeira monarca europeia a atravessar o oceano Atlântico e a pisar solo americano.

Coube a D. Maria I assinar o alvará régio que proibia o funcionamento de fábricas e manufaturas no Brasil, sob a alegação de que o funcionamento desses empreendimentos retirava mão de obra da agricultura e da mineração em 5 de janeiro de 1785. Foi também D. Maria I quem assinou a sentença que condenou à morte Joaquim José da Silva Xavier, o conhecido Tiradentes, líder da Conjuração Mineira, que foi enforcado no dia 21 de abril de 1792 no antigo Largo da Lampadosa, Rio de Janeiro.

No Brasil, D. Maria I permaneceu oito anos, terminando seus dias no Convento do Carmo, na cidade do Rio de Janeiro, no dia 20 de março de 1816, completando hoje seus 207 anos de falecimento. O seu corpo foi sepultado no Convento da Ajuda também no Rio de Janeiro. No ano de 1821, com o regresso da Família Real Portuguesa para Portugal, os seus restos mortais foram levados para a Basílica da Estrela em Lisboa, sendo a única monarca da dinastia de Bragança que escolheu não ser sepultada no Mosteiro de São Vicente de Fora (além dela, apenas D. Pedro I é o monarca ausente no Panteão Real da Dinastia de Bragança, sendo que seus restos mortais foram transladados para o Brasil em 10 de abril de 1972, mas o coração permanace na igreja de Nossa Senhora da Lapa na cidade do Porto, Portugal).

Um provérbio muçulmano diz que Alá (Deus, na religiosidade islâmica) teria roubado a sanidade dos loucos para que eles não pecassem. E sendo a mentira um dos pecados mais cometidos, não se pode culpar D. Maria I de dizer a verdade na hora da fuga para o Brasil, embora todos jurassem se tratar de apenas uma mera transferência da corte para a colônia. 😞😓😥

#207anosdamortededonamariaI
#historiadamonarquiaportuguesa
#processodeindependenciadobrasil

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domingo, 19 de março de 2023

HOJE NA RELIGIÃO - 19 de Março - Catolicismo - Dia de São José

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✝️🙏 O dia 19 de março é um dia especial para os adeptos do Catolicismo, pois se comemora o DIA DE SÃO JOSÉ, "pai terreno" de Jesus Cristo e esposo de Maria, mãe de Cristo e um dos santos mais venerados pela Igreja Católica em todo o mundo. A vida de São José é um exemplo de humildade, obediência e amor a Deus. Ele soube acolher a vontade divina em sua vida e cuidar de Jesus e Maria com dedicação, por isso é um modelo de pai e esposo para todos os cristãos.

As referências bíblicas a José ajudam a desvender quem foi este personagem fundamental para a História do Cristianismo. Segundo o Evangelho de Mateus, José era artesão de ofício, profissão que teria ensinado a seu Filho, quem igualmente se indica que era "artesão" (Marcos 6:3). Era de condição humilde, embora as genealogias de Mateus 1:1-17 e Lucas 3:23-38 o apresentem como pertencente à estirpe do rei David.

Ignora-se a data de sua morte, embora se aceita que José de Nazaré morreu quando Jesus Cristo já tinha mais de 12 anos, mas antes do início de sua pregação. Em efeito, o Evangelho de Lucas menciona os "pais" de Jesus quando este já conta com 12 anos (Lucas 2:41-50), mas não se menciona José de Nazaré nos evangelhos sinóticos durante o ministério público de Jesus, pelo que se presume que morreu antes de que este tivesse lugar. As Escrituras assinalam José como “justo! “ (Mateus 1:19), que implica sua fidelidade à Torá e sua santidade.

O dia de São José é também o início do chamado ciclo junino na região nordeste com o plantio do milho, que segundo a tradição se chover será um inverno bom para as plantações e colheitas. Coincidentemente, São José também é considerado pelos nordestinos como o protetor dos agricultores, e seu dia é comemorado justamente um dia antes da chegada do outono no hemisfério sul. A tradição e devoção a São José são tão fortes que várias cidades do Nordeste tem São José como padroeiro (Abreu e Lima, na região metropolitana de Recife é uma delas).

São José foi declarado oficialmente como Patrono Universal da Igreja, Patrono da Justiça Social e padroeiros dos carpinteiros e trabalhadores em geral (São José Operário). Seu manto marrom representa a humildade e simplicidade, e a túnica roxa a fé, paciência e confiança. Os lírios demonstram a pureza em seu coração e a vitória da vida sobre a morte. Sempre carregando o menino Jesus Cristo, e com o olhar direcionado para o chão, mostrando que ele é o pai terreno de Jesus. A figura de José foi contemplada e admirada por diversos Padres e Doutores da Igreja e é hoje objeto de estudo de um ramo particular da Teologia, a Josefologia. A exortação apostólica “Redemptoris custos”, escrita por João Paulo II e publicada em 15 de agosto de 1989, é considerada a carta magna da teologia de São José. 📜⛪🙏

#diadesaojose
#hojenareligiao
#historiadocatolicismo

🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

👉 Para saber mais sobre João Batista, outro personagem importante na História do Cristianismo, acesse:




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segunda-feira, 13 de março de 2023

HOJE NA HISTÓRIA - 13.03.23 - 200 Anos da Batalha do Jenipapo

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😠💣💥 Num dia como hoje, 13 de março, há exatamente 200 anos, às margens do rio Jenipapo, na vila de Campo Maior, no interior do Piauí (hoje uma cidade de 47 mil habitantes a 80 km de Teresina) ocorreu a BATALHA DO JENIPAPO, um dos confrontos mais sangrentos da Guerra da Independência do Brasil, e capítulo fundamental no processo de consolidação do território nacional. Uma coalização formada por piauienses, maranhenses e cearenses se rebelou contra as tropas do Major João José da Cunha Fidié, que era o comandante das tropas portuguesas, encarregadas de manter o norte da ex-colônia fiel à Coroa Portuguesa. Os brasileiros lutaram com instrumentos simples, não com armas de guerra, não tinham experiência. Perderam a batalha, mas fizeram com que a tropa desviasse seu destino.

A província do Piauí era considerada estratégica por ser uma espécie de porta de entrada para as províncias do Norte, especialmente Maranhão e Grão-Pará, onde os portugueses tinham prestígio dentre as elites locais. Também havia uma importância econômica: nesta época, o Piauí tinha uma pecuária pujante, com um dos maiores rebanhos de bovinos do país, e era um dos principais fornecedores de carne seca do Norte e Centro-oeste, sendo suplantado apenas pelo charque do Rio Grande do Sul.

O Piauí passava, assim como suas vizinhos em todo o Brasil, por um complicado processo de lutas pela independência em 1823. Desde a Revolução do Porto em 1820, e mais especificamente com a determinação das cortes portuguesas de que deveriam ser criadas Juntas Governativas nas províncias, que jurassem lealdade à Portugal, houve um alvoroço de disputas entre separatistas e conservadores.

No Piauí, a Junta pró-lusitana foi criada em 7 de abril de 1822, e seu governador das armas era João José da Cunha Fidié, português experiente que havia lutado nas guerras napoleônicas. Ao longo da província, no entanto, algumas vilas foram contra ao processo, como Parnaíba, Campo Maior e até uma parte da capital Oeiras.

Após a declaração da independência do Piauí feita a 19 de Outubro de 1822, em Parnaíba, o comandante português reúne suas tropas e parte de Oeiras em direção à Parnaíba, a 13 de novembro, para combater os emancipacionistas liderados por Francisco Inácio da Costa, José Francisco de Miranda Osório, José Marques Freire, Luís de Sousa Fortes Bustamante Sá e Menezes, Simplício José da Silva, Luis Rodrigues Chaves, João da Costa Alecrim, José Antônio da Costa Cardoso e Alexandre Nery Pereira Nereu. 

Fidié chegou a Campo Maior e, no dia 13 de março de 1823, pela manhã, onde tem início a batalha entre suas tropas bem armadas e experientes, além de brasileiros sem treinamento militar, utilizando paus, pedras e outros materiais de pouco poder ofensivo. As margens do rio Jenipapo foram palco de uma batalha desigual. Foram cerca de 1.600 soldados das tropas portuguesas, armadas com 11 canhões e lideradas por oficiais experientes. Do outro lado, estava uma milícia precária, formada às pressas, com cerca de 2.000 homens do Piauí e Ceará. Em sua maioria, eram vaqueiros e trabalhadores rurais, arregimentados por líderes políticos locais, além de indígenas e negros libertos.

A Batalha do Jenipapo durou cinco horas: começou por volta de 9h e seguiu até as 14h, deixando um saldo de 36 mortos do lado português e entre 200 e 400 mortos nas tropas brasileiras, um número superior ao de todas as baixas ocorridas na Independência da Bahia (durante o movimento,que se estendeu por um ano e quatro meses em Salvador e arredores, houve aproximadamente 150 mortes no lado brasileiro).

Os portugueses ganharam a batalha, mas foram surpreendidos ao retornar ao acampamento: num ataque de surpresa, os brasileiros se apoderaram dos armamentos e da munição, além do dinheiro e da bagagem do major Fidié. Com esse material de guerra, bloquearam o caminho de volta para a capital Oeiras, forçando o comandante e suas tropas a abandonarem o Piauí.

O Exército ficou acampado na fazenda Tombador, seguiu para a vila do Estanhado e depois seguiu para Caxias, no Maranhão, onde houve um princípio de rebelião entre soldados portugueses. Com isso, o Exército português ficou isolado em Caxias, sem a possibilidade de receber reforços de Oeiras, Parnaíba e São Luís, já dominados pelos brasileiros.

As tropas portuguesas são obrigadas a recuar para o Maranhão e os rebeldes piauienses acabam conseguindo dominar a província. Essa tendência se espalha também no próprio Maranhão. Em 20 de julho de 1823 a guarnição comandada por Fidié, 700 homens, que estava entricheirada no monte da Taboca, perto de Caxias, sitiada e hostilizada por milicianos e voluntários do Ceará, do Piauí e do Maranhão, sob o comando do capitão-mor José Pereira Filgueiras, acabou capitulando (rendendo-se). Fidié é enviado ao Rio de Janeiro e de lá para Lisboa, onde termina seus dias.

Ao mesmo tempo, os independentistas da capital organizavam suas tropas e recebiam reforços do Ceará, Pernambuco e Bahia, chegando a perto de 22 mil soldados arregimentados. O reforço também veio pelo mar. Depois de expulsar os portugueses da Bahia, escorraçando o Exército liderado por Madeira de Melo, a esquadra do almirante escocês Thomas Cochrane desembarcou em São Luís e fez com que a junta governativa, sob a mira de canhões, jurasse lealdade a D. Pedro em 28 de julho de 1823.

A cidade de Campo Maior abriga um monumento, um museu e um cemitério nas margens do rio. Neste campo santo despido de adornos e mausoléus, estão enterrados os restos mortais dos brasileiros anônimos que morreram em batalha, cercados por pedras e cruzes de madeira. O cemitério do Batalhão é considerado patrimônio nacional e foi tombado em 1990.

Após alguns movimentos por parte de políticos, historiadores e da população, a data de 13 de março de 1823 foi acrescida à bandeira estadual a partir de 2005, após aprovação da Assembleia Legislativa do Piauí. Está em curso a implantação do estudo da Batalha do Jenipapo na disciplina de História. Durante as comemorações e reflexões do dia 13 de março o município de Campo Maior faz a entrega da Medalha do Mérito Heróis do Jenipapo, uma alusão à Batalha que decidiu os rumos que o Brasil tomaria no pós 7 de setembro de 1822. 👏👏👏👏👏👏

#200anosdabatalhadojenipapo
#historiadaindependenciabrasileira
#guerraspelaindependenciadobrasil

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👉 Para saber mais sobre a Batalha do Jenipapo, acesse:




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sábado, 11 de março de 2023

☢️🏭 POSTAGENS SOBRE RADIOATIVIDADE E ENERGIA NUCLEAR 🛢️☢️

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🛢️☠️ A descoberta de um fenômeno físico chamado RADIOATIVIDADE no final do século XIX e início do século XX, a partir dos estudos e pesquisas de Wilhelm Conrad Roentgen, Henri Becquerel, e do casal Curie (Marie e Pierre Curie) mudou para sempre os rumos da humanidade. Dos tratamentos para a cura do câncer (radioterapia) ao poder destruidor da bomba atômica, passando pela capacidade de gerar energia limpa para as grandes metrópoles, o uso da energia atômica e da radioatividade até hoje levanta polêmicas pelos benefícios que traz, mas também pelos perigos de seu uso bélico ou inadequado. Bombas nucleares decidiram a rendição janponesa na Segunda Guerra Mundial em 1945. Grandes desastres nucleares já aconteceram com consequências danosas para o meio ambiente e para o ser humano. Three Mile Island, Chernobyl e Fukushima são exemplos da fragilidade do manuseio desse tipo de energia, apesar de toda a segurança que envolve o processo. Nem o Brasil escapou de um acidente nuclear em 1987 quando catadores de lixo violaram uma cápsula contendo césio-137 e resultando na morte de quatro pessoas. A bem ou para o mal, o uso dessas tecnologias desafia pesquisadores, cientistas e ativistas ambientais para discutirem os rumos que elas podem tomar nos próximos anos. O projeto Muita História pra Contar (re)visitou este tema em várias postagens, cujos links abaixo disponibilizamos para quem quiser saber mais sobre este assunto: ☢️😨☢️😨☢️

👉 Morte de Marie Curie


👉 Teste Trinity


👉 Bomba Atômica sobre Hiroshima


👉 Bomba Atômica sobre Nagasaki


👉 Acidente Nuclear em Three Mile Island


👉 Acidente Nuclear de Chernobyl


👉 Acidente com o Césio 137 em Goiânia


👉 Desastre Nuclear na Usina de Fukushima


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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

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sábado, 4 de março de 2023

HOJE NA HISTÓRIA - 04.03.23 - Morre o Cartunista Paulo Caruso

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✝️ LUTO 🖤 O cartum brasileiro está de luto. Morreu neste sábado, dia 4 de março de 2023, o caricaturista, ilustrador, chargista e músico PAULO CARUSO, aos 73 anos. Ele estava internado no Hospital 9 de Julho, em São Paulo, havia cerca de um mês, tratando um câncer no intestino. Paulo Caruso era irmão gêmeo de Chico Caruso, que assina as charges da primeira página de O GLOBO há 38 anos.

Paulo José de Hespanha Caruso nasceu na capital paulista em 6 de dezembro de 1949. Cursou arquitetura na Universidade de São Paulo (USP) no início dos anos 1970, mas não exerceu a profissão. Em 1985, no Salão de Humor de Piracicaba, no interior de São Paulo, uniu a paixão pela música ao amor pelos cartuns e montou uma banda só com cartunistas.

Formado em 1976 em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), não seguiu a carreira. No fim da década de 1960, já havia começado a trabalhar como chargista no Diário Popular. Nos anos 1970, foi colaborador de O Pasquim, ao lado de Millôr Fernandes (1923-2012), Jaguar (1932), Henfil (1944 - 1988) e Ziraldo (1932).

Nas décadas seguintes, em revistas como Careta, Senhor e IstoÉ, fez caricaturas de personalidades brasileiras, que refletiam momentos-chave da história política do Brasil. Colaborou ainda com a revista Veja e o jornal Folha de S.Paulo. Publicou, entre outros, os livros Ecos do Ipiranga (1984), Bar Brasil na Nova República (1986), Avenida Brasil (1992) e São Paulo por Paulo Caruso - Um Olhar Bem-Humorado sobre Esta Cidade (2004), em homenagem aos 450 anos de sua cidade nata

Com a verve política afiada em seus desenhos, Paulo notabilizou-se também por fazer charges ao vivo durante as entrevistas do programa "Roda Viva", desde a estreia da atração, em 1986, na TV Cultura (SP). As charges, tanto dos entrevistados no centro da roda quanto dos entrevistadores na bancada, acompanhadas das frases mais emblemáticas ditas por eles, viraram uma das principais marcas do programa. 

A qualidade de seu traço, a capacidade para a caricatura e a criatividade de suas produções fizeram de Paulo Caroso um ícone do quadrinho brasileiro. Nas redes sociais, Laerte Coutinho escreveu uma homenagem ao amigo e colega de ofício: “Paulo Caruso, querido, morreu. Grande herói do quadrinho brasileiro”. 😞😓😥😢😭

#morrepaulocaruso
#lutoporpaulocaruso
#adeuspaulocaruso

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

👉 Para saber mais sobre Elifas Andreato, outro grande ilustrador brasileiro, acesse:


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quarta-feira, 1 de março de 2023

HOJE NA HISTÓRIA - 01.03.23 - Centenário da Morte de Rui Barbosa

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😓🖤 Num dia como hoje, 1° de março, há exatamente 100 anos morria em Petrópolis, Rio de Janeiro, o jurista, advogado, político, diplomata, escritor, filólogo, jornalista, tradutor e orador RUI BARBOSA. Graças às suas contribuições jurídicas e intelectuais, ele se tornou uma grande referência para a política e um exemplar defensor da democracia. Um homem que mudou o curso dos acontecimentos políticos, econômicos e sociais dos primeiros anos da nossa República.

Nascido em Salvador (BA) no dia 5 de novembro de 1849, Ruy Barbosa de Oliveira (grafia original de seu nome) foi também membro da Academia Brasileira de Letras. Formado em direito trabalhou como advogado e jornalista. No ano de 1877, elegeu-se deputado para a Assembleia Provincial e, no ano seguinte, Deputado-Geral da Assembleia da Corte (RJ). Como parlamentar defendeu o sistema de educação gratuito, obrigatório e laico abrangendo desde as primeiras letras até o ensino superior. Defendia, também, a implantação do federalismo no Brasil.

Em 1889 participou da reunião que convenceu o marechal Deodoro da Fonseca no levante contra a monarquia. Defensor de uma política liberal, no período republicano assumiu a pasta da Fazenda e da Justiça, sendo revisor da nova Constituição Federal, promulgada em 1891. Na pasta da Fazenda promoveu a queima dos arquivos da escravidão, em dezembro de 1890, com o intuito de impedir que antigos proprietários de escravos processassem o Estado, medida essa que pode ser vista também como a tentativa de apagamento do passado escravocrata do Brasil e uma barreira para que os escravizados requeressem indenizações.

Defendia um o país que não dependesse tanto da economia agrária e promovesse o desenvolvimento industrial, visão que propiciou uma reforma financeira que permitiu que os bancos privados pudessem emitir papel-moeda e a expansão crédito para a criação de empresas. No entanto, essas medidas criaram um clima de falsa prosperidade e o crescimento da especulação na Bolsa de Valores gerando a crise econômica com aumento da inflação e desvalorização da moeda, além da sequência de falências de vários empreendimentos. A crise ficou conhecida como “Encilhamento” e se arrastou até o governo de Prudente de Morais.

Durante o governo de Floriano Peixoto, Rui Barbosa se exilou por conta de suas críticas ao governo e consequente perseguição, voltando ao Brasil somente em 1895. Em 1897 foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras e ocupou a presidência do Instituto dos Advogados de 1914 a 1916.

“Em 1º de março de 1923, apagou-se o sol”. Foi assim que o jornal carioca Gazeta de Notícias anunciou a morte de Rui Barbosa, tido como a maior celebração latina. Estampado na primeira página de vários jornais da época, ele era denominado o "maior dos brasileiros" e até hoje conhecido como o Águia de Haia por causa da força de sua atuação na conferência internacional de Haia em 1907, que colocou o Brasil no topo da diplomacia internacional. Mais que um ícone, Rui foi um herói do liberalismo brasileiro. Lutou pelo federalismo e pelo abolicionismo. Libertador de cativos, defensor de oprimidos, educador do povo, reformador da pátria, apóstolo de todas as causas liberais, que mais elogios se pode dar à este personagem que mudou os rumos na política e sociedade brasileiras? 🧐 👏👏👏👏👏👏

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

👉 Para saber mais sobre a Constituição de 1891, acesse:


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HOJE NA HISTÓRIA - 01.03.23 - 458 Anos da Fundação do Rio de Janeiro

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⚔️🧐💣 Num dia como hoje, 1° de marco, há 458 anos, Estácio de Sá, sobrinho de Mem de Sá (terceiro Governador-Geral do Brasil), lança as bases de São Sebastião do Rio de Janeiro, na várzea existente entre os morros do Pão de Açúcar e Cara de Cão. Foi a segunda cidade fundada no Brasil, depois de Salvador, esta fundada em 1549. A escolha do nome se deu em homenagem ao rei D. Sebastião I, o rei-menino, monarca de Portugal, e a São Sebastião, ao qual se atribui a operação de um milagre que culminou na fundação da cidade.

A região que ocupa atualmente a cidade do Rio de Janeiro foi descoberta em Janeiro de 1502 por uma expedição portuguesa comandada por Gaspar de Lemos, que acreditou ter chegado à desembocadura de um grande rio, assim, batizou a baía com o nome de Rio de Janeiro. Contudo, foram os franceses que primeiro se estabeleceram na região e competiam com os portugueses no comércio do pau-brasil. Os franceses trouxeram colonos para habitar e explorar o lugar e, em 1555, comandados por Nicolau Durand de Villegagnon estabeleceram a França Antártida, primeira investida francesa de se fixar permanentemente no Brasil.

Em 1564, uma expedição portuguesa foi enviada para a região com o objetivo de construir uma cidade fortificada, de modo que resistisse a outras investidas dos franceses. Estácio de Sá chegou em terras cariocas no dia 28 de fevereiro de 1565 com alguns navios e soldados, desembarcando na praia entre o morro Cara de Cão e o Pão de Açúcar. No dia seguinte, ele imediatamente oficializou a fundação de São Sebastião do Rio de Janeiro, que mais tarde se chamaria Rio de Janeiro.

A Baia da Guanabara foi libertada dos franceses em 20 de janeiro de 1567, no dia de São Sebastião. Durante a batalha de Aruçumirim, Estácio de Sá foi flechado, como São Sebastião, vindo a falecer um mês depois, em 20 de fevereiro. Em 1763 a capital do Brasil foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro, permanecendo até 1960. A cidade do Rio de Janeiro é internacionalmente conhecida como uma das mais belas do mundo, pelas suas incríveis paisagens naturais e pelo caloroso e divertido povo carioca, sendo conhecida como "cidade maravilhosa". 👏👏👏👏👏👏

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

👉 Para saber mais sobre São Sebastião, acesse:


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