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👸🌊⛵ Num dos momentos mais dramáticos da História portuguesa, na madrugada de 27 de novembro de 1817, quando todos apressadamente corriam para os navios que deveriam levar a Corte portuguesa para o Brasil, antes da chegada das tropas napoleônicas do General Junot, num momento de insanidade, aquela a quem chamavam de "a Louca", foi quem teve a lucidez de falar a verdade: "não corram, não corram, vão pensar que estamos fugindo". A fala é de Maria Francisca Isabel Josefa Antônia Gertrudes Rita Joana de Bragança, que durante 38 anos (1777-1815) reinou sobre Portugal, sendo a primeira mulher a conquistar este feito.
D. Maria I era a filha mais velha de D. José I e D. Mariana Vitória. O casal régio apenas havia tido filhas, o que explica que a herdeira ao trono fosse uma mulher. Apesar de não ser novidade no contexto europeu, não era comum uma mulher reinar. E em Portugal a questão gerou problemas devido ao mito das Cortes de Lamego, que alegadamente proibia uma mulher casada com um estrangeiro de herdar o trono. Assim, a solução encontrada para D. Maria, foi casá-la com o próprio tio, futuro D. Pedro III, 17 anos mais velho do que ela.
D. Maria I não conseguiu lidar com os sucessivos lutos de filhos, do esposo e de aliados próximos, e aos poucos foi entrando num processo depressivo, que a incapacitou de continuar no trono. Ela foi declarada oficialmente incapacitada em 10 fevereiro de 1792, passando o trono a ser exercido pelo seu filho: D. João (pai do futuro D. Pedro). A historiadora Mary del Priore contesta que D. Maria I tenha sido mesmo louca, mas era vítima de profunda depressão, na época confundida com melancolia e insanidade. A vinda da família real para o Brasil piorou ainda mais o estado de saúde de D. Maria I, que foi a primeira monarca europeia a atravessar o oceano Atlântico e a pisar solo americano.
Coube a D. Maria I assinar o alvará régio que proibia o funcionamento de fábricas e manufaturas no Brasil, sob a alegação de que o funcionamento desses empreendimentos retirava mão de obra da agricultura e da mineração em 5 de janeiro de 1785. Foi também D. Maria I quem assinou a sentença que condenou à morte Joaquim José da Silva Xavier, o conhecido Tiradentes, líder da Conjuração Mineira, que foi enforcado no dia 21 de abril de 1792 no antigo Largo da Lampadosa, Rio de Janeiro.
No Brasil, D. Maria I permaneceu oito anos, terminando seus dias no Convento do Carmo, na cidade do Rio de Janeiro, no dia 20 de março de 1816, completando hoje seus 207 anos de falecimento. O seu corpo foi sepultado no Convento da Ajuda também no Rio de Janeiro. No ano de 1821, com o regresso da Família Real Portuguesa para Portugal, os seus restos mortais foram levados para a Basílica da Estrela em Lisboa, sendo a única monarca da dinastia de Bragança que escolheu não ser sepultada no Mosteiro de São Vicente de Fora (além dela, apenas D. Pedro I é o monarca ausente no Panteão Real da Dinastia de Bragança, sendo que seus restos mortais foram transladados para o Brasil em 10 de abril de 1972, mas o coração permanace na igreja de Nossa Senhora da Lapa na cidade do Porto, Portugal).
Um provérbio muçulmano diz que Alá (Deus, na religiosidade islâmica) teria roubado a sanidade dos loucos para que eles não pecassem. E sendo a mentira um dos pecados mais cometidos, não se pode culpar D. Maria I de dizer a verdade na hora da fuga para o Brasil, embora todos jurassem se tratar de apenas uma mera transferência da corte para a colônia. 😞😓😥
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
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