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✝️ 🚓 Num dia como hoje, 18 de maio, há exatamente 50 anos, ocorreu um dos crimes mais horrendos da História brasileira. Estamos falando do assassinato da menina ARACELI CABRERA SÁNCHEZ CRESPO, nascida em em São Paulo, em 2 de julho de 1964, que foi raptada, drogada, estuprada e assassinada em Vitória (Espírito Santo), aos oito anos de idade. Seu corpo foi encontrado seis dias depois, desfigurado por ácido, com marcas de violência e abuso sexual reveladas por perícia legal. Apesar de três homens serem apontados como culpados, chegando a serem presos, não ficaram muito tempo na cadeia, sendo absolvidos do caso. Por isso nossa luta não pode parar para que a impunidade não prevaleça, e não tenhamos outros casos Araceli.
Em 18 de maio de 1973, uma sexta-feira, Araceli Cabrera deixou o colégio São Pedro, em Vitória (ES), mais cedo a pedido de sua mãe por conta do horário do ônibus que a levaria de volta para casa. Nunca mais retornou. Seu corpo foi encontrado seis dias depois em um matagal, nas proximidades do Hospital Infantil, desfigurado e em adiantado estado de decomposição. Começava um dos casos policiais de maior repercussão na história judicial brasileira, deflagrado em plena ditadura militar e marcado por uma mistura de elementos: boatos, pressões, omissões e denúncias de destruição de provas.
Após investigação conturbada, com os restos mortais de Araceli durante quase três anos no Serviço Médico Legal à espera de sepultamento, o Ministério Público denunciou três pessoas por envolvimento na morte da menina: Paulo Constanteen Helal, Dante Brito Michelini, conhecido como Dantinho, e o seu pai, Dante de Barros Michelini, pertencentes a famílias influentes do Espírito Santo.
Segundo a denúncia, Paulo e Dantinho “arquitetaram um plano diabólico para possuí-la sexualmente, usando de todos os recursos, mesmo se fosse necessário, sacrificá-la, como aconteceu”. Além da cobertura feita pelos veículos locais, as publicações nacionais e emissoras de rádio e televisão deram grande espaço ao crime. Chegou a ser tema de peça teatral, de romance reportagem e do programa Globo Repórter. Vale salientar que no decorrer das apurações do crime dezenas de pessoas morreram em circunstâncias misteriosas, o que sugere que houve tentativas de eliminar quem pudesse desvendar o caso Araceli.
Os principais "suspeitos", todos membros de tradicionais e influentes famílias do Espírito Santo, foram condenados pelo crime em 1980. Porém, em novo julgamento, em 1991, os réus foram absolvidos após uma série de controvérsias e de reexame do processo. Os acusados recorreram da decisão e o caso voltou a ser investigado. Na época, segundo a imprensa, o Tribunal de Justiça do Espírito Santo anulou a sentença e o processo foi parar nas mãos do juiz Paulo Copolilo, que gastou cinco anos para estudar o processo. Na sentença de mais de 700 páginas, o juiz absolveu os acusados "por falta de provas".
No livro-reportagem "Aracelli, meu amor", lançado em 1976 e reeditado em anos posteriores, o escritor José Louzeiro (1932-2017) aprofundou as investigações sobre os fatos que culminaram com o assassinato da menina. O livro chegou a ser censurado durante a ditadura militar, por solicitação dos advogados dos acusados, cujas famílias mantinham relações com o aparato policial-militar.
Por força da Lei nº 9.970/2000, o 18 de maio foi instituído como Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, em razão dos crimes brutais que passaram à história como "O Caso Araceli".
A violência sexual infantil é uma realidade no Brasil. A cada hora, mais de duas crianças sofrem algum tipo de violação. No entanto, muitos casos ainda não são denunciados. É importante que as pessoas denunciem para interromper a violência, proteger as crianças e os adolescentes e garantir uma plena assistência médica e psicológica. Disque 100 e denuncie, ou procure a delegacia de polícia. Essa luta é de todos nós.
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
👉 Para saber mais sobre o caso Araceli Cabrera, acesse:
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