terça-feira, 25 de julho de 2023

HOJE NA HISTÓRIA - 25 de Julho - Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

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🗓 O DIA INTERNACIONAL DA MULHER NEGRA, LATINO-AMERICANA E CARIBENHA, é comemorado anualmente no dia 25 de julho, data escolhida por ter sido nesse dia, no ano de 1992, que foi organizado o primeiro Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas, em Santo Domingo, na República Dominicana, onde estavam em pauta as discussões sobre os diversos problemas e alternativas das mulheres negras no continente. A partir desse encontro, nasceu a Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-Caribenhas, que junto à Organização das Nações Unidas (ONU), lutou para o reconhecimento desta data comemorativa, cujo objetivo é dar visibilidade à luta contra opressão e racismo vivenciado historicamente pelas mulheres negras.

No Brasil o dia 25 de julho é também o Dia Teresa de Benguela, rainha do Quilombo de Quariterê (também chamado de Quilombo do Piolho na década de 1740 por José Piolho). A data foi criada pela Lei n°. 12.987, sancionada pela presidente Dilma Rousseff em 2014. Tereza de Benguela foi um líder quilombola de destaque que resistiu à escravidão durante duas décadas no século XVIII, lutando pela comunidade negra e indígena que vivia sob sua liderança.

A rainha Tereza coordenava a administração, a economia e a política da comunidade que ficava no Vale do Guaporé, próximo à fronteira entre Mato Grosso e a Bolívia, nos arredores de Vila Bela da Santíssima Trindade. Corajosa e visionária, ela defendeu a liberdade e a autonomia de seu povo. Sob sua liderança, o quilombo prosperou durante 20 anos, tornando-se uma comunidade autossustentável e resistindo às investidas das autoridades coloniais. Em 27 de junho de 1770, uma tropa de bandeirantes comandados por Luiz Pinto de Souza Coutinho invadiu a comunidade e iniciou um massacre contra os quilombolas.

Tereza comandou a defesa, ordenando aos quilombolas que pegassem em armas para resistir. Sobreviveram ao ataque 79 negros e 30 indígenas, que foram aprisionados e levados para Vila Bela, onde foram publicamente humilhados, torturados e marcados a ferro com a letra "F", de fugitivo. Em seguida, foram entregues para os seus escravizadores. Alguns relatos afirmam que a rainha do Quariterê teria cometido suicídio para não se submeter aos seus captores. Outros dizem que Tereza foi assassinada pelos bandeirantes. Em 1795, uma nova expedição militar destruiria definitivamente o reduto rebelado dos negros de Quariterê.

A saga épica de Tereza de Benguela ficou durante séculos apagada da historiografia oficial, até ser redescoberta e reabilitada em meados do século XX, graças aos esforços do movimento negro. Em 1994, ela foi homenageada com um desfile da escola de samba Unidos do Viradouro, com o enredo "Tereza de Benguela – Uma Rainha Negra no Pantanal". A líder quilombola também foi saudada pela escola de samba paulistana Barroca Zona Sul no carnaval de 2020, com o enredo "Benguela... A Barroca Clama a Ti, Teresa".

O exemplo de Tereza de Benguela inspira gerações até hoje, nos lembrando da importância de valorizar a cultura afro-brasileira e reconhecer a contribuição histórica das mulheres negras para a construção do país. Inclusive, sua história será contada no filme 'Tereza de Benguela' , um curta-metragem do diretor Salles Fernandes, gravado na cidade de Sorriso, em Mato Grosso.

Apesar de serem maioria entre os brasileiros, a população negra ainda sofre com o racismo estrutural e luta todos os dias para que as desigualdades e discriminações sejam eliminadas de nosso país. Tereza e tantas outras mulheres como Luiza Mahin, Dandara, Carolina Maria de Jesus e Conceição Evaristo devem ser lembradas por seus feitos e seus legados devem sempre ser repassados para as próximas gerações. 👊🏽👊🏽👊🏽

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

🖼 Créditos das imagens: as artes que ilustram este post foram confeccionadas pela artesã Joelma Artes (Instagram: @joelmanascimento687)

👉 Para saber mais sobre Elza Soares, Marielle Franco, e Ruth de Souza, já mencionadas no projeto Muita História pra Contar, acesse:

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