sábado, 21 de outubro de 2023

HOJE NA HISTÓRIA - 20.10.23 - 200 Anos do Massacre do Brigue Palhaço

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🌊⛵🌊 Nas águas da baía do Guajará, quase em frente ao Ver-O-Peso, em Belém, capital da Província do Grão-Pará, na noite de 20 para 21 de outubro de 1823, há exatamente 200 anos, 256 brasileiros, a maioria soldados do 2º Regimento de Artilharia de Belém, foram massacrados e mortos no porão do navio São José Diligente, batizado mais tarde de “Brigue Palhaço”. Foi o primeiro massacre do Estado brasileiro contra seu próprio povo no processo de emancipação política.

Belém foi tomada de assalto pela farsa e pela força de tropas imperiais comandadas por um mercenário inglês, a soldo de Dom Pedro I, o capitão-tenente John Pascoe Grenffel, então com 23 anos de idade e no comando de 90 homens, mas apoiado na mentira de que a armada de Lord Thomas Cochrane, conde de Dundonald, futuro marquês do Maranhão, o comandante geral da forças imperiais, estaria acorada nas imediações de Salinas, pronta para entrar em ação. 

A rendição teve um preço amargo e cruel. A instabilidade política na província provocou uma convulsão social e Belém mergulhou numa caos com cenas de vandalismo por toda a cidade. Nem Greenfell escapou da violência, sendo esfaqueado nas costelas por um português (ele sobreviveu ao atentado).

Segundo o documento “Exposição breve de como foram fuzilados cinco brasileiros e mortos 252 no porão do navio São José Diligente", que se encontra na Biblioteca Nacional, no dia 17 de outubro de 1823, 255 pessoas foram presas. Este documento narra que no dia 17 de outubro, 255 pessoas foram presas. Grenffel, diz o documento, determinou que elas fossem atadas braço-a-braço e conduzidas com brutalidade para o navio.

Este documento cria uma controvérsia, ao negar a teoria de que os presos teriam sido mortos por corrosão provocada por cal (óxido de cálcio) virgem. No navio, diz o documento, havia uma tina de água envenenada e os presos estavam encarcerados no porão, com as escotilha fechadas. Segundo tal documento, a morte dos presos teria sido conseqüência da sede, que os obrigou a tomar a água envenenada, falta de ar e uma luta desesperada para alcançar e forçar a abertura das escotilhas.

Diante da situação, relata o documento, Grenffel manda abrir fogo sobre os presos e determina ao comandante da embarcação, Joaquim Lúcio Araújo, que cortasse cabeças e braços que aparecessem fora das escotilhas. Pela manhã, havia 252 pessoas mortas e os quatro sobreviventes foram presos incomunicáveis e nada mais se soube deles.

O documento relata uma cena emblemática que teria ocorrido na manhã do dia 21: sobre o tombadilho do São José Diligente foi estendido uma imensa peça de pano, vedando a visão do barco para o continente. Sob este anteparo, que segundo João Lúcio, “ainda hoje cobre a nossa visão”, os mortos foram trasladados do Brigue Palhaço para outro navio que estava por trás e que transportaria os corpos para a localidade Penacova, na área de Miramar, nas imediações do antigo depósito de inflamáveis do Port of Pará (arrendatária inglesa do porto de Belém, na época).

Do Acesso Documental do Arquivo Nacional foi encontrada uma relação nominal dos mortos no Brigue Palhaço; um histórico suscinto dos fatos; e referências a uma segunda devassa (inquérito militar para apurar os fatos) – foram feitas quatro. 

De acordo com o documento “Translado da devassa que se procedeu sobre a morte de presos a bordo de São José Diligente”, sobreviveram quatro, mas apresenta os nomes de cinco sobreviventes: Sabino José Gonçalo; Antonio Duarte, furriel do Regimento de Cavalaria; Apolinário Antonio, Artilharia; Constantino, Cavalaria; e Lourenço Ginsimiano, listado duas vezes, entre os mortos e os sobreviventes. 😞😓😥😢😭

#200anosdomassacredobriguepalhaco
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

✅ Leia a lista completa dos prisioneiros que foram massacrados e mortos no porão do navio São José Diligente:


⏳#muitahistoriapracontar⌛

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