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💣💥⛵ Num dia como hoje, 22 de maio, há 65 anos, na cidade de Niterói, Rio de Janeiro, ocorreu a REVOLTA DAS BARCAS, um levante popular contra o sistema hidroviário da cidade. A revolta, além de seis mortos e 118 feridos, resultou na depredação e incêndio tanto do patrimônio das barcas quanto da residência da família de empresários que administrava o serviço, o Grupo Carreteiro, e terminou com intervenção federal e estatização das barcas.
Na época anterior à construção da ponte Rio-Niterói, a principal ligação entre essas duas cidades era por meio das barcas, que transportavam 100 mil pessoas por dia, principalmente trabalhadores indo de casa em Niterói para o trabalho na capital fluminense. Desde 1953, as barcas eram administradas pelo Grupo Carreteiro, que modernizou o serviço, mas começou a cobrar cada vez mais pela tarifa, sem resolver os problemas de superlotação e atraso. Ao mesmo tempo, reivindicava mais subsídios do governo, alegando prejuízo, embora o enriquecimento da família dona do grupo fosse cada vez mais aparente. Para completar, os administradores não cumpriram o acordo para aumentar o salário dos funcionários, que entraram em greve na noite de 21 de de maio.
Fuzileiros navais então foram chamados para suprir o transporte, mas seus barcos não tinham capacidade suficiente, e pela manhã a aglomeração começou a crescer. Os militares tentaram controlar a multidão com agressões e as pessoas reagiram jogando pedras. A resposta foi uma rajada de metralhadora para o alto. Foi o estopim da revolta. As barcas foram depredadas, e a estação, incendiada. De lá, as pessoas seguiram para o escritório do grupo, jogaram móveis e documentos na rua e colocaram fogo em tudo.
A população seguiu posteriormente para a residência da família do Grupo Carreteiro. Os imóveis foram saqueados e incendiados e o conflito só terminou com o envio de tropas do Exército. De acordo com o noticiário da época a revolta durou 16 horas e deixou 5 mortos e 126 feridos (há controvérsias quanto ao número de vítimas).
Finalmente, os militares conseguiram dominar a situação, chamada pela imprensa de “uma pequena Bastilha”. A revolta deixou seis mortos e mais de 180 feridos, além dos danos materiais. Após a Revolta das Barcas, o transporte foi estatizado, as tarifas foram reduzidas e os serviços foram expressivamente melhorados. Foi encomendada a construção de seis novas embarcações com capacidade para 2 mil passageiros, dentre elas a "Vital Brasil", inaugurada em 1963. A partir de 2012, as barcas passaram a ser operadas mediante uma concessão estadual. 🌊⛵🌊
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
👉 Para saber mais sobre a greve dos caminhoneiros de 2018, outro protesto relacionado com a questão dos meios de transporte no Brasil, acesse:
💻 https://jrscommuitahistoriapracontar.blogspot.com/2022/05/hoje-na-historia-4-anos-do-inicio-da.html
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