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✝️ 👩🦱 Zulmira Gonzales nasceu em 20 de março de 1920 na cidade peruana de Iquitos. Filha de mãe mestiça e pai espanhol, e veio se estabelecer no Brasil, ainda criança, na cidade de Belém, capital do Pará. Seu primeiro contato com o protestantismo foi ainda na escola com a professora primária Onésima. Ao assistir às conferências proferidas pelo pastor Gabino Brelaz durante a semana santa se sentiu tocada pelo evangelismo. Se converteu, aderindo à Igreja Batista (era católica praticante) e começou a participar de grupos das Bandeirantes. As diferenças religiosas entre ela e sua mãe, a fizeram deixar à casa, vindo à morar definitivamente com professora Onésima e família (mãe e filha se reconciliaram anos depois).
Seu primeiro trabalho pastoral foi junto com as crianças dirigida pela missionária Joia Lunsford. Iniciou seus estudos teológicos na Escola de Trabalhadoras Cristãs (E.T.C.) sob as orientações da diretora da época D. Mildread Mein, vindo ao Recife em companhia do casal Schaly no navio Afonso Pena. No começo foi censora no Colégio Americano Batista e na E.T.C. No ano seguinte, trabalhou como enfermeira, após passar três meses em João Pessoa fazendo um curso na casa de Odete Pires. Nessa época adoeceu gravemente e voltou para Santarém a fim de se recuperar. Em 1950, voltou a terminar o curso na E.T.C. Ao final, regressou à Santarém, onde trabalhou no Colégio Batista, e à noite num grupo escolar do Estado, durante sete anos. Recebeu o convite para retornar a Recife e trabalhar no E.T.C., onde exerceu várias funções e cargos: diretora do internato, diretora do refeitório, coordenadora do Curso Facultativo, professora de Artes Aplicadas, de Educação Religiosa, etc.
Em 1977 foi homenageada como ex-aluna do ano da E.T.C., em maio desse ano recebeu a cidadania brasileira. Em agosto, terminou o curso de Relações Públicas. No primeiro dia de janeiro de 1978 encerrou a carreira no S.E.C. (Seminário de Educadoras Cristãs) passando a trabalhar na Igreja Batista Emanuel, sendo diretora da Creche Raio de Sol, pertencente à mesma, onde atuou junto às crianças carentes da comunidade da Ilha do Destino, dando-lhes formação cristã e acolhimento social.
Junto com o pastor Enéas Pizza (de saudosa memória), foi uma das fundadoras da primeira Igreja Batista de Maranguape I, da qual participou ativamente durante anos, congregando junto com vários grupos de evangelização, em sua maioria voltados ao público feminino. A idade avançada trouxe consigo as complicações do Alzheimer, e Zulmira Gonzales que durante anos acolheu e amparou centenas de crianças e adolescentes, também foi cuidada e amparada por Zé Roberto e sua família, seus vizinhos de longos anos. No dia 31 de janeiro de 2010, aos 89 anos, Dona Zulmira, como era chamada por todos, fez sua última viagem, partiu serenamente rumo à Casa do Pai, à qual durante anos serviu com gosto e devoção.
Sempre risonha e brincalhona, era conhecidíssima em Maranguape I por sempre estar passeando com suas cadelas da raça Basset Hound (Pensy, Oly e Juma) e divertia a todos com seu repertório imperdível de boas histórias. Se viva, completaria em 2025, no dia 20 de março, seus 105 anos! Sua memória nunca será esquecida por aqueles que tiveram o prazer e o privilégio de conviver com ela. Sua trajetória pastoral esteve pautada no Salmo 37, versículo 5: "entrega o teu caminho ao Senhor; confia Nele, e Ele tudo fará". 🙏🙏🙏
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
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