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💪💄 Num dia como hoje, 30 de agosto, há 200 anos nascia em Morrinhos, Laguna, na província de Santa Catarina, Ana Maria de Jesus Ribeiro, que mais tarde se tornaria em ANITA GARIBALDI, a “Heroína de Dois Mundos”, única mulher no mundo a lutar em batalhas em dois continentes. Anita foi feminista antes do feminismo, defendeu a República em tempos de Império, lutou contra homens sem deixar de ser mulher, guerreira, aventureira, ousada, e amada. Em menos de dez anos, Anita viveu intensamente a aventura de ter participado de dois grandes eventos da História, em lados opostos do Atlântico, do lado de cá, lutou na Guerra dos Farrapos, do outro lado do Atlântico lutou pela unificação italiana.
Anita nasceu em 30 de agosto de 1821, filha de Bento Ribeiro da Silva e Maria Antônia de Jesus. O pai era tropeiro e Anita foi criada praticamente pelo tio, Antônio, que a incentivou a gostar de assuntos relacionados à política local. Aos 14 anos, ela foi obrigada a se casar com o sapateiro Manoel Duarte de Aguiar, que a abandonou para se alistar no Exército imperial. Anita e sua família estavam em lados opostos de seu esposo, eles eram farroupilhas!
Ela veio a conhecer o amor numa causualidade aos 18 anos. Após a tomada do porto de Laguna, a bordo do barco Itaparica, o marinheiro, republicano, socialista, e revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi observou através de sua luneta uma formosa moça entre várias mulheres. Imediatamente, ele segue até a cidade para tentar encontrar quem era a donzela encantadora, mas sem sucesso. Antes de regressar ao barco, ele é convidado para um café por Antônio, farroupilha e tio de Anita! Logo no primeiro encontro, Garibaldi teria dito “Tu devi esser mia” (Você tem que ser minha). E assim nasceu um amor que resistiu a várias batalhas e grandes revoluções.
Anita ensinou Garibaldi a montaria de cavalos e ele em troca a ensinou a manusear armas de fogo. Quando Garibaldi partiu de Laguna em 20 de outubro, Anita abandonou tudo e seguiu viagem junto com seu companheiro. A coragem e ousadia de Anita são narradas nos escritos deixados pelo próprio Garibaldi, que em suas memórias descreve com precisão a bravura de sua amada.
Na batalha naval de Laguna (15 de novembro de 1839), Anita comandou as baterias do navio Rio Pardo, e ela mesma fez a pontaria do canhão. Uma explosão no convés atingiu Anita jogando-a à distância. Apesar dos apelos de Garibaldi, ela queria continuar, sob protestos foi colocada no porão com uma promessa: "vou, mas é para chamar os medrosos que estão lá"! Anita demostra sua coragem, por diversas vezes levando munição, atravessando próximo a cadáveres e arriscando a sua vida.
Com o final da Republica Juliana, o casal retorna para o sul, combatendo mais uma vez em Santa Vitória e no combate das Forquilhas em Curitibanos, Anita torna-se prisioneira, mas foge após pedir para buscar o corpo de Garibaldi no campo de Batalha. Em 16 de setembro de 1840, nasce seu primogênito, Domênico Menotti, na região da Lagoa dos Patos. Doze dias após o parto, foge a cavalo semi-nua e com o recém-nascido de um ataque de Pedro Moringue durante a noite.
Reencontrando mais tarde Garibaldi, em Vacaria, continuando na fuga pelo Rio das Antas, em relatos Garibaldi destacou a bravura e coragem de Anita na fuga. Em 1841, afasta-se da Revolução Farroupilha e segue com a família para o Uruguai, participando das lutas contra Juan Manuel de Rosas. Em 26 de março de 1842, casam-se na igreja de São Francisco de Assis, em Montevidéu, na sequencia nascem Rosita (que morreu após 30 meses de febre tifoide), Terezita e Ricciotti.
Em fins de 1847, Garibaldi envia Anita e os filhos para a casa da mãe, em Nice, e em maio parte com 63 camisas vermelhas, a bordo do navio Esperança, a caminho da Itália. Em solo italiano, ela continua envolvida em batalhas. Em 1849, Garibaldi e Anita são perseguidos, e fugindo de Roma com os austríacos em seu encalço, grávida de cinco meses e vestida de soldado, Anita adoece em Orvieto, próximo à província de Ravenna, acometida por febre tifoide. Mesmo enferma e quase sem forças, ela não se afasta de Garibaldi, morrendo em seus braços em 4 de agosto de 1849 no pequeno quarto da família Ravaglia, em Mandriole, próximo a Santo Alberto.
Os restos mortais de Anita Garibaldi foram desenterrados sete vezes! Até que em 1932, o ditador italiano Benito Mussolini da depositou-os na base do monumento equestre em homenagem a ela levantado na Piazzale Anita Garibaldi, na colina de Gianicolo, em Roma. A Heroína de Dois Mundos inspirou dezenas de filmes, novelas, livros, peças, foi tema de escola de samba e dá nome a dois municípios catarinenses, além de várias ruas e praças espalhadas pelo Brasil, além de uma ponte em Laguna, inaugurada em 2015. Seu nome está escrito no Livro dos Heróis da Pátria desde 2012 em Brasília. Serena e ao mesmo tempo forte, foi Anita Garibaldi, versos da música de Vanere Rocha, que exprimem bem o retrato da "Heroína de Dois Mundos", "Mãe da Pátria Italiana", uma das mulheres mais corajosas e valentes da História brasileira. 💪💋💄👊
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo ✒️ professor e historiador.
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