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🎤😭🎸 Num dia como hoje, 27 de outubro, há cinco anos por volta das 21h, morria no Hospital Miguel Arraes em Paulista, o cantor, compositor e arranjador pernambucano ERASTO VASCONCELOS, irmão do percussionista Naná Vasconcelos. Ele estava internado há dois meses em decorrência das complicações de um infarto sofrido no mês de agosto. O artista não resistiu a uma parada cardíaca aos 70 anos. Silenciava-se uma das vozes mais representativas da cultura pernambucana.
Erasto iniciou a carreira em 1965, acompanhando movimentos como a tropicália e o Clube da Esquina, tocando ao lado de Gilberto Gil, Gal Costa, Caetano Veloso e Lô Borges, entre outros. Vivendo em Nova York, teve por duas vezes a oportunidade de tocar ao lado de Stan Getz. Também nessa cidade, gravou, em 1977, o LP "Stone alliance", com Marcio Montarroyos e Hermeto Pascoal, e mais dois discos que permanecem inéditos no Brasil. Voltou para o Brasil em 1981.
Em 2005, lançou o CD "Jornal da Palmeira", cujo repertório foi extraído de um musical criado por ele e que fala sobre o canto dos pássaros, danças e festas regionais e lembranças de Recife e Olinda, com 12 composições próprias compostas em épocas distintas: "Recife", "O baile 'Betinha' ", "Mauricéia", "Pipoca do cinema", "Azulão poema", "Forró das meninas", "Advinhação", "Capiba disse que é pra já", "Poema da paz", "Guia de Olinda", "Ceci" e "Maranguape". O disco foi produzido por Fábio Trummer, vocalista e guitarrista do Eddie, grupo com o qual o músico costuma se apresentar, teve projeto gráfico assinado pelo vocalista Jorge du Peixe e contou com a participação do baterista Pupillo, do baixista Dengue (do grupo Nação Zumbi), da cantora Karina Buhr (do grupo Comadre Florzinha), do percussionista Alexandre Urêa (do grupo Eddie) e da Orquestra Popular de Pernambuco.
Erasto veio a adoecer passando por uma forte depressão. Teve o apoio dos amigos e principalmente da família unida de seis irmãos. Além de músico, Erasto era também escritor. Escreveu e desenhou, em 1970, o livro Dez cantigas de roda, um maracatu, um afoxé, mas cuidado existe uma cobra, relançado em 2015 com uma edição fac-símile (reprodução exata da publicação original). A obra foi dedicada a Ginga, filha do artista. Uma das últimas apresentações de Erasto foi no Festival de Inverno de Garanhuns, em julho. O irmão do músico, Naná Vasconcelos, faleceu no mesmo ano, em 9 de março.
Os últimos anos de Erasto Vasconcelos foram no bairro de Maranguape I em Paulista, onde deixou registrado uma homenagem ao bairro na música "Maranguape". Quem canta sua aldeia, se torna universal, assim dizia o escritor russo Tolstói, e Erasto sempre será lembrado pelos moradores do bairro cujo refrão deixou eternizado: "maranguape um, maranguape zero, maranguape dois, tem que ser sincero". 👏👏👏👏👏👏
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo🖋️ professor e historiador.
📖 Créditos do texto:
🖱️ Site do Diário de Pernambuco
🖱️ Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira
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