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🎉🎼 Num dia como hoje, 29 de outubro, há 110 anos, nascia no Rio de Janeiro Nelson Antônio da Silva, que mais tarde ficaria nacionalmente conhecido como NELSON CAVAQUINHO. Compositor, violonista, e cantor, Nelson Cavaquinho é uma referência quando o assunto é samba-canção com suas canções eternizadas nas vozes de artistas de renome como Elizeth Cardoso, Paulinho da Viola, Nora Ney, Beth Carvalho, Nara Leão, Elza Soares, Elis Regina, Thelma Soares, Clara Nunes e Paulo César Pinheiro. Ficou marcado pela maneira como tocava seu violão, com um som estalado, além de ter melancolia, desamor, morte e flores como temas recorrentes em suas canções.
Nelson nasceu na Rua Mariz e Barros, no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro. O pai, Brás Antônio da Silva, era contramestre da Banda da Polícia Militar e tocava tuba. A mãe, Maria Paula da Silva, foi lavadeira do Convento de Santa Teresa. O tio, também músico, juntamente com o pai e amigos, organizava, aos domingos, rodas de samba em sua casa. De origem humilde, abandona o curso primário para ajudar no orçamento familiar. Muda-se, aos 8 anos, para as imediações da Lapa e, em 1928, para a vila operária, na Gávea, onde trabalha numa fábrica de tecidos e participa das rodas de choro dos empregados.
Aos 20 anos, seu pai altera a data de sua certidão para 1910, para que possa ingressar na cavalaria da Polícia Militar, em 1932. Patrulhando o Morro da Mangueira conhece os sambistas Zé da Zilda, Carlos Cachaça e Cartola. É detido mais de uma vez ao trocar a ronda pelo samba. Seu estilo de vida boêmio o afasta da polícia aos 27 anos. Trabalha como pedreiro e passa a vender parcerias em sambas, gênero ao qual mais se dedica. Substitui o cavaquinho pelo violão, o qual toca usando apenas o polegar e o indicador.
Apesar da vasta produção não se promove em rádios e gravadoras: seu palco são bares como o Cabaré dos Bandidos, no centro da cidade. Tem seu primeiro samba, Não Faça Vontade a Ela (parceria com Rubens Campos e Henricão), lançado em 1939, por Alcides Gerardi. A partir 1943, ganha mais publicidade na voz do cantor Ciro Monteiro, que canta Apresenta-me Aquela Mulher (com Augusto Garcez e Gustavo de Oliveira), Não Te Dói a Consciência (Ari Monteiro), Aquele Bilhetinho (Augusto Garcez e Arnô Canegal, 1945), e Rugas (Augusto Garcez e Ari Monteiro, 1946).
Mais tarde, a cantora Dalva de Oliveira grava Palhaço, 1952 (com Osvaldo Martins e Washington Fernandes) e Elizeth Cardoso, Amor que Morreu, 1953 (Roldão Lima e Gilberto Teixeira). Inicia em 1955 a duradoura parceria com Guilherme de Brito, com quem compõe Garça e Cinzas (com R. Gaetani), Pranto de Poeta, 1957, A Flor e o Espinho, 1957 (Alcides Caminha), Folhas Secas e Quando Eu Me Chamar Saudade, 1973.
Faz apresentações no Zicartola (1963), restaurante de Cartola e Dona Zica. Ao lado de Zé Kéti, Elton Medeiros, Jorge Santana, Cartola e Nuno Veloso, forma o grupo A Voz do Morro, que faz única apresentação em um programa de televisão. Com Clementina de Jesus, Cartola e Carlos Cachaça, grava o LP Fala Mangueira. É protagonista e tema do curta-metragem Nelson Cavaquinho, de Leon Hirszman, em 1969. No ano seguinte, lança o LP Depoimento de Poeta, dois anos mais tarde, Nelson Cavaquinho - da série Documentos, pela RCA, e, em 1973, Nelson Cavaquinho, com a participação de Guilherme de Brito.
Em 1977 grava, com Guilherme de Brito, Candeia e Elton Medeiros, o álbum Quatro Grandes do Samba. Apesar de ser um poeta marginal durante muitos anos, tem seu talento reconhecido em vida: em 1985 é lançado o álbum Flores em Vida, no qual Nelson Cavaquinho executa algumas de suas canções e é homenageado por intérpretes como Chico Buarque, Beth Carvalho, João Bosco e Toquinho.
Com mais de 50 anos de idade, conheceria Durvalina, trinta anos mais moça do que ele, sua companheira pelo resto da vida. Morreu na madrugada de 18 de fevereiro de 1986, aos 74 anos, vítima de um enfisema pulmonar. Dentro de uma estrutura musical tradicional, Nelson Cavaquinho introduziu marcas bastante peculiares. Cantando a realidade local, tange o universal, traduzindo sentimentos humanos com simplicidade, como se, por meio da música, ele pudesse adiar a hora da morte. 😞😓😪😢😭
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
📖 Créditos do texto:
🖱️ Enciclopédia Itaú Cultural - versão web
🖱️ Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira - versão web (adaptados)
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