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🎂🎉 Num dia como hoje, 25 de janeiro, há 105, nascia em Campo Grande, no então estado de Mato Grosso e atual capital do Mato Grosso do Sul, o advogado, professor, político e ex-presidente do Brasil JÂNIO QUADROS. Com uma carreira meteórica, foi de vereador a presidente em apenas 12 anos de vida pública, entre 1948 e 1960. Sua passagem pelo Palácio do Planalto foi marcada por ações pitorescas; e em plena guerra fria condecorou Ernesto "Che" Guevara com a ordem Cruzeiro do Sul em 19 de agosto de 1961. Os mesmos que apoiaram a sua ascensão à presidência, cujo lema era varrer a corrupção (a vassoura foi o símbolo usado em sua campanha) articularam a sua queda. Jânio Quadros não resistiu às pressões e renunciou em 25 de agosto de 1961.
Jânio da Silva Quadros nasceu em 25 de janeiro de 1917, filho de Gabriel Quadros e de Leonor da Silva Quadros. Transferiu-se com a família para São Paulo, onde ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo aos 18 anos, bacharelando-se em 1939. Formado, montou um pequeno escritório de advocacia no centro da capital e começou a lecionar em dois colégios. Inicia sua carreira política nesse estado. Foi vereador (1948-1950) pelo Partido Democrata Cristão (PDC), deputado estadual na mesma legenda e líder de sua bancada (1951-1953), prefeito de São Paulo (1953-1954) pelo PDC e pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) e governador desse estado (1955-1959). Elegeu-se deputado federal pelo estado do Paraná na legenda do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), em 1958, mas não chegou a participar das sessões do Congresso, porque viajou para o exterior.
Por sua peculiar fala e seus métodos nada convencionais como político e administrador público, conquistou a população, principalmente as classes mais baixas, que viam em sua figura um verdadeiro salvador. Com seu inquestionável carisma, galgou todos os postos que ambicionava e conquistou fama de vencedor: nos vários pleitos que disputou, derrotou os candidatos oficiais, que tinham atrás a máquina do governo.
Jânio Quadros concorreu às eleições presidenciais de 3 de outubro de 1960 pela U.D.N. – União Democrática Nacional – e com apenas 43 anos de idade, venceu o pleito com o pleito com 5.636.623 votos, 48,27% dos votos válidos, contra os 3.846.825, do candidato do governo, marechal Henrique Teixeira Lott, que teve 32,93%. Em terceiro lugar ficou o prefeito de São Paulo e ex-governador Adhemar de Barros, com 2.195.709 votos, ou 19,56 % dos votos válidos. Foi o primeiro chefe de Estado a tomar posse em Brasília, em 31 de janeiro de 1961, tendo como vice o candidato da oposição João Goulart, herdeiro do petebismo varguista.
Jânio Quadros assumiu a presidência de um país com cerca de 72 milhões de habitantes. Iniciou seu governo lançando um programa antiinflacionário, que previa a reforma do sistema cambial, com a desvalorização do cruzeiro em 100% e a redução dos subsídios às importações de produtos como trigo e gasolina. Tratava-se de incentivar as exportações do país, equilibrando a balança de pagamentos. O plano foi aprovado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), credenciando o governo à renegociação da dívida externa brasileira. Internamente, essa política teve um alto custo para a população, implicando, por exemplo, a elevação dos preços do pão e dos transportes.
Em março, Jânio Quadros encaminhou o projeto da lei antitruste e de criação da Comissão Administrativa de Defesa Econômica, vinculada ao Ministério da Justiça, o que foi rejeitado pelo Congresso Nacional. No princípio de agosto, o presidente anunciou a criação da Comissão Nacional de Planejamento e a preparação do Primeiro Plano quinquenal, que viria substituir o Plano de Metas estabelecido na administração de Juscelino Kubitschek.
A relação entre o presidente Jânio Quadros e seu vice, João Goulart, não foram boas, e eles praticamente só se avistavam nas cerimônias oficiais. Numa época em que não existia Twitter, Jânio governou por bilhetinhos, recadinhos redigidos nem sempre com a sobriedade que mereciam (Jânio nunca recusou uma boa dose de uísque, embora diante de um copo de uísque ou de uma cachaça, a escolha sempre recorria para a branquinha, a "marvada"). Algumas de suas medidas tomaram conta do anedotário político brasileiro, como proibir a briga de galos e o uso de biquíni nas praias, além de corridas de cavalos durante a semana.
A política externa "independente" implementada pelo governo indicava a tentativa de aproximação comercial e cultural com os diversos blocos do mundo pós-guerra, o que provocou a desconfiança de setores e grupos internos que defendiam o alinhamento automático com os Estados Unidos. Repercutiu negativamente, também, a condecoração, por Jânio do ministro da Economia cubano Ernesto Che Guevara, com a ordem do Cruzeiro do Sul.
No âmbito interno, o governo experimentava, ainda, a ausência de uma base política de apoio: no Congresso Nacional dominavam o PTB e o PSB, ao mesmo tempo em que Jânio Quadros afastara-se da UDN, enfrentando a oposição cerrada do então governador do estado da Guanabara, Carlos Lacerda. Esses são alguns dos principais fatores que teriam levado à renúncia do presidente em 25 de agosto de 1961, consumada através de documento apresentado ao Congresso Nacional, após sete meses de mandato (31/01/1961–25/08/1961). Em sua carta-renúncia, Jânio afirmou ser pressionado por "forças terríveis", as quais nunca deu nomes.
Com o vice-presidente João Goulart em viagem à China, esse gesto abriu uma grave crise política, uma vez que a posse de Goulart era vetada por três ministros militares. Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul, e genro de Goulart, chegou a organizar uma rede de transmissão radiofônica chamada Cadeia da Legalidade para articular a resistência civil e militar diante da ameaça golpista. A solução encontrada pelo Congresso, e aprovada em 3 de setembro de 1961, foi a instauração do regime parlamentarista, que garantiria o mandato de João Goulart até 31 de janeiro de 1966.
No ano seguinte à renúncia, Jânio se candidatou ao governo de São Paulo, mas por poucos votos não se elegeu. Ele teve depois seus direitos políticos cassados pela ditadura militar e só voltou à vida política em 1986, após vencer nas urnas o adversário Fernando Henrique Cardoso e assumir a prefeitura de São Paulo pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro). Concluiu seu mandato na prefeitura em dezembro de 1988.
Em abril de 1989, realizou viagem de turismo pela Europa e Oriente Médio. Após seu retorno ao Brasil, em maio, filiou-se ao Partido Social Democrata (PSD). Em novembro de 1990, já sofrendo problemas de saúde, Jânio foi abalado pela morte de sua esposa, Eloá do Vale, com quem teve dois filhos. Nos dois anos posteriores, seu estado de saúde agravou-se, e após três derrames cerebrais, ele acabou internado em estado vegetativo no Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo, onde veio a falecer em 16 de fevereiro de 1992, aos 75 anos de idade. Foi sepultado no Cemitério da Paz, na zona sul da cidade. 😞😓😥😢😭
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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
📚 Biblioteca da Presidência da República
💻 Site da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
🗄️ Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil - CPDOC-FGV (adaptados)
👉 Para saber mais sobre a renúncia de Jânio Quadros, acesse:
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