quarta-feira, 20 de abril de 2022

HOJE NA HISTÓRIA - 20.04.22 - 25 Anos do Assassinato do Índio Galdino

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😓🖤 Num dia como hoje, 20 de abril, há exatos 25 anos, por volta das 5:00 h. da manhã, cinco jovens da filhos da abastada sociedade brasiliense encontraram dormindo numa parada de ônibus na Asa Sul o indígena GALDINO JESUS DOS SANTOS, líder indígena da etnia Pataxó, que havia participado no dia anterior das comemorações do Dia do Índio. O grupo ateou fogo ao índigena após jogar álcool sobre ele, queimando mais de 95% de seu corpo. Galdino não resistiu às queimaduras e morreu horas depois no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). O crime ficaria impune se testemunhas não tivessem anotado a placa do carro utilizado pelos criminosos. A polícia conseguiu localizar os cinco meliantes, dentre eles um de menor idade: Max Rogério Alves, Antônio Novély Cardoso de Vila Nova, Eron Chaves de Oliveira, Tomaz Oliveira de Almeida e G. A.

Galdino vivia em uma aldeia no sul da Bahia. Estava na capital federal com um grupo de oito índios para reivindicar a devolução de terras griladas por fazendeiros. Ele era um dos conselheiros de sua tribo e participou de manifestações do Dia do Índio em Brasília. Ao retornar ao local em que estava hospedado, Galdino se perdeu e só encontrou o caminho correto pela madrugada. Foi, contudo, impedido de entrar pela dona da pensão. Decidiu, então, abrigar-se sob um ponto de ônibus. Os criminosos disseram à imprensa que não tinham a intenção de matar o líder indígena. Segundo eles, atearam fogo pois "só queriam fazer uma brincadeira, achamos que era só um mendigo".

Alguns dos rapazes eram filhos de juízes e políticos. Pertencentes a famílias de grande poder aquisitivo e influência, desde a prisão os criminosos contaram com regalias a que nenhum outro preso comum tinha direito, como ficar de posse da chave da própria cela. Por motivos desconhecidos, a promotora responsável por acompanhar o processo pediu afastamento do caso pouco tempo antes do julgamento deles. Pela gravidade do crime não teriam direito a determinados benefícios, mas, já no ano seguinte, receberam autorização para exercer funções administrativas em órgãos públicos. Três dos cinco rapazes chegaram a ser flagrados pela imprensa local se dirigindo em carro próprio até o presídio sem passar por qualquer tipo de revista, após namorar e ingerir bebida alcoólica em um bar.

Todos são servidores públicos hoje. Um deles é Tomás Oliveira de Almeida, técnico legislativo do Senado. Numa consulta rápida ao portal da transparência da Casa, vemos que ganha R$ 22.318,81. Vida boa, tranquila. Gutemberg Nader de Almeida Júnior, irmão caçula de Tomás, é concursado da Polícia Rodoviária Federal. Eron Chaves ganha R$ 15 mil como agente de trânsito no DF. Antônio Novely Vilanova é fisioterapeuta da secretaria de Saúde do DF e também recebe R$ 15 mil por mês. Max Rogério é analista no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios há 6 anos.

Galdino teria 69 anos hoje. Na época do brutal assassinato, Max Rogério (o analista do TJDF) disse isso aqui: “A gente pensou em dar um susto. Foi só isso, uma brincadeira. Pensamos que ele ia acordar, dar um pulo e sair correndo.” Brasília vai completar 62 anos na quinta-feira, dia 21 de abril. O assassinato de Galdino, morto na cidade após participar de encontros pelo “Dia do Índio” de 1997, fez hoje 25 anos. Nenhuma justiça foi feita. A vida de Galdino se junta às de milhares de indígenas que foram massacrados desde a colonização portuguesa no Brasil, um verdadeiro genocídio que se perpetua até os nossos dias. 😞😓😥😢😭

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#lutoporgaldinojesusdossantos

🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

⏳#muitahistoriapracontar⌛

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