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🌊⛵ Um dos episódios mais tensos no processo de emancipação política do Brasil foi a chegada no Rio de Janeiro do BRIGUE TRÊS CORAÇÕES com novos decretos das Cortes de Lisboa em 28 de agosto de 1822, portanto há exatamente 201 anos.
Numa manobra radical, que desalinhava as posssibilidades de um diálogo mais amistoso com os deputados portugueses, as Cortes destituíam, na prática, o papel de D. Pedro como príncipe-regente, reduzindo-o à condição de mero delegado das autoridades de Lisboa.
A partir daquele momento, seus ministros seriam nomeados em Portugal e sua autoridade não mais se estenderia a todo o Brasil. Ficaria limitada ao Rio de Janeiro e regiões vizinhas. As demais províncias passariam a se reportar diretamente a Lisboa.
As Cortes também determinavam a abertura de processo contra todos os brasileiros que houvessem contrariado as ordens do governo português. O alvo principal era o ministro José Bonifácio de Andrada, defensor da Independência e grande aliado de D. Pedro.
Convocadas à revelia de D. João VI, as Cortes vinham tomando decisões contrárias aos interesses do Brasil desde o ano anterior. No final de 1821, tinham ordenado a volta de D. Pedro a Portugal, de onde passaria a viajar incógnito pela Europa com o objetivo de se educar. O príncipe decidira ficar no Rio de Janeiro, mas desde então o seu poder vinha sendo reduzido.
Tribunais e repartições em funcionamento no Brasil durante a permanência da corte haviam sido extintos ou transferidos para a antiga metrópole. As províncias receberam instruções para eleger cada uma sua própria junta de governo, que se reportaria diretamente a Lisboa e não ao príncipe no Rio de Janeiro.
Em outra tentativa de isolar D. Pedro, as Cortes tinham nomeado governadores das armas, ou seja, interventores militares, encarregados de manter a ordem em cada província e que só obedeciam à metrópole. A radicalização se expressava no tom dos discursos em Lisboa. O deputado português Borges Carneiro havia chamado D. Pedro de “desgraçado e miserável rapaz” ou simplesmente de “o rapazinho”.
Curiosamente, o mesmo brigue Três Corações que levou os decretos de Lisboa para o Rio de Janeiro, foi o mesmo mandado pelo o governador da Capitania de Pernambuco, Caetano Pinto de Miranda Montenegro, para recepcionar o príncipe D. João quando este veio para o Brasil em 1808, fugindo das tropas napoleônicas que haviam invadido Portugal. 👮♂️👮🏻♂️
#201anosdachegadadobriguetrescoracoes
#independenciadobrasil
🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
👉 O projeto Muita História pra Contar produziu em 2022 uma série de 200 postagens alusivas ao processo de emancipação política do Brasil, publicadas entre 19 de fevereiro e 6 de setembro de 2022, fazendo assim uma contagem regressiva de 200 dias para o dia do bicentenário. Quem quiser acessar, segue o link abaixo:
⏳#muitahistoriapracontar⌛
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