terça-feira, 17 de janeiro de 2023

HOJE NA HISTÓRIA - 17.01.23 - 50 Anos da Morte de Tarsila do Amaral

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😓🖤 Num dia como hoje, 17 de janeiro, há exatamente 50 anos, morria em São Paulo, a pintora e desenhista TARSILA DO AMARAL, considerada uma das mais importantes artistas modernistas latino-americanas. Influenciada por vanguardas europeias, especialmente pelo cubismo, ela criou um estilo próprio, explorando formas, temáticas e cores na busca por uma pintura de caráter tipicamente brasileiro.

Tarsila de Aguiar do Amaral nasceu em 1° de setembro de 1886 na cidade de Capivari (São Paulo). Amaral, que costuma ser chamada simplesmente de Tarsila, começou a estudar pintura acadêmica em 1916. Em 1920 viajou para Paris, onde teve aulas na Académie Julian, retornando ao Brasil logo após a Semana de Arte Moderna de São Paulo de 1922, festival de arte moderna, literatura e música que anunciava o rompimento do Brasil com a arte acadêmica (ao contrário do que muitos pensam Tarsila não chegou a participar da Semana de Arte Moderna de 1922).

Em dezembro de 1922 Tarsila voltou a Paris, onde estudou com o cubista André Lhote e brevemente com Fernand Léger (cuja obra viria a influenciar o desenvolvimento da sua), bem como com Albert Gleizes. Ela foi acompanhada nesta viagem pelo poeta Oswald de Andrade, com quem viria a se casar. Em Paris, ela se voltou para a cultura brasileira em busca de inspiração artística, pintando A Mulher Negra (1923), um retrato achatado, estilizado e exagerado de uma mulher afro-brasileira nua contra um fundo geométrico. A pintura marca o início de sua síntese entre estética de vanguarda e temática brasileira.

Tarsila voltou ao Brasil em dezembro seguinte, seguida por Andrade e o poeta vanguardista francês Blaise Cendrars. Os três visitaram o Rio de Janeiro durante o Carnaval e as cidades barrocas mineiras durante a Semana Santa. Essas viagens inspiraram Tarsila e Andrade a aprofundar os aspectos característicos da cultura brasileira. Naquele ano, ela iniciou sua fase Pau-Brasil, batizada em homenagem ao manifesto Pau-Brasil de Andrade, um apelo por uma arte e uma literatura genuinamente brasileiras.

Suas pinturas retratavam as paisagens e os povos do Brasil de uma forma que refletia a abordagem orgânica de Léger ao cubismo. Pinturas como E.F.C.B. (Central Ferroviária do Brasil) (1924) e Carnaval de Madureira (1924) retratam o desenvolvimento industrial do Brasil e suas tradições rurais em composições planas nas quais estradas, edifícios e figuras são reduzidos a seus contornos essenciais e formas básicas.

Em 1928, Tarsila pintou aquela que talvez seja sua obra mais conhecida, Abaporú (“Homem que Come” na língua Tupí-Guraraní), uma figura humana em forma de desenho animado sentada ao lado de um cacto sob um sol escaldante. A pintura inspirou o “Manifesto Antropofágico” de Andrade, que descrevia a digestão brasileira e a transformação da cultura europeia em termos de canibalismo. No final dos anos 1920 e início dos anos 1930, Tarsila pintou outras figuras de estilo antropofágico, muitas vezes inseridas em paisagens surrealistas, como em Antropofagia (1929).

Tarsila viajou para a União Soviética em 1931. Ela foi afetada pela pintura realista socialista que viu, e seu trabalho nas décadas de 1930 e 1940 transmitiu um interesse mais profundo pelas questões sociais. Ela mais uma vez pintou figuras reconhecíveis, como em Segunda Classe (1933), uma imagem de uma família da classe trabalhadora em frente a um vagão de trem. Na década de 1950, Tarsila voltou às paisagens semicubistas de sua fase Pau-Brasil, estilo que usou até o fim da vida.

Em 2019, o Museu de Arte de São Paulo (Masp) realiza a maior exposição já dedicada à artista: Tarsila Popular. Reunindo 92 obras da pintora, a mostra se propõe a apresentar Tarsila sob outras óticas, ressaltando o que caracteriza sua pintura como tipicamente brasileira. Tarsila Popular supera o recorde de visitação do Masp: 400 mil pessoas em três meses de exposição.

A animação brasileira Tarsilinha (BRA, 2022), dirigida por Célia Catunda e Kiko Mistrorigo trouxe para o público infantil o universo de Tarsila do Amaral a partir da estória de uma menina de 8 anos, que embarca em uma jornada fantástica para recuperar as memórias da mãe, levadas embora por um ser misterioso (disponível no Amazon Prime Vídeo).

Tarsila do Amaral figura como um grande nome da pintura no cenário internacional, representando uma arte genuinamente brasileira ao contemplar elementos, temáticas e narrativas populares que constituem a identidade nacional forjada inicialmente pelo movimento modernista. Tarsila se tornou o grande nome das artes plásticas do modernismo brasileiro e sempre manifestou seu compromisso com a busca de uma arte verdadeiramente brasileira, empreitada modernista por excelência. 👏👏👏👏👏👏

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

👉 Para saber mais sobre a Semana de Arte Moderna de 1922, acesse:


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