sábado, 13 de setembro de 2025

HOJE NA HISTÓRIA - 13.01.25 - Morre o Multi-instrumentista Hermeto Pascoal

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✝️ LUTO 😞 Quem diria que numa noite de sábado um bruxo dos sons se encantaria para deixar uma lacuna imensurável na História da Música Brasileira. Morreu aos 89 anos o compositor, arranjador e multi-instrumentista HERMETO PASCOAL. De acordo com nota divulgada pelo Hospital Samaritano Barra, localizado na Zona Sudoeste do Rio de Janeiro, onde ele estava internado, o falecimento ocorreu às 20h22, em razão de falência múltipla dos órgãos.

A notícia foi confirmada em comunicado divulgado nas redes sociais oficiais do artista. “Com serenidade e amor, comunicamos que Hermeto Pascoal fez sua passagem para o plano espiritual, cercado pela família e por companheiros da música”, diz a publicação no perfil oficial do compositor. A nota ainda completa que "No exato momento da passagem, seu Grupo estava no palco, como ele gostaria: fazendo som e música”.

Nascido em 22 de julho de 1936 em Lagoa Grande, Alagoas, Hermeto Pascoal revolucionou a música brasileira, rompeu fronteiras entre o erudito, o popular e o experimental. Criou música com chaleiras, sons da natureza e até discursos falados. No Brasil, colaborou com nomes como Elis Regina, Egberto Gismonti, Itiberê Zwarg, Airto Moreira e muitos outros.

Sua genialidade conquistou o mundo: Miles Davis declarou Hermeto como um dos músicos mais importantes do planeta. Suas composições influenciaram artistas da Europa ao Japão, mostrando a força da criatividade brasileira. Foram 75 anos de carreira dedicados a uma obra ao mesmo tempo erudita e popular.

Hermeto Pascoal já venceu três vezes o Grammy Latino, além de receber títulos das Universidades Federais de Alagoas e Paraíba, e da Julliard School, dos Estados Unidos. O mestre devotou sua arte até o fim. Em 2024 lançou o disco ‘Para você, Ilza’, um tributo à esposa. Em julho deste ano foi a última apresentação do músico, no Rio de Janeiro.

Sua trajetória singular segue como referência, inspirando gerações através de cada nota musical. Um mestre que fez da música um ato de liberdade, que tirava som da vida, da terra, do ar, das ruas e do povo. Nunca será esquecido pelos amantes da boa música brasileira. 

#morrehermetopascoal 🖤
#lutopohermetopascoal 🥀
#adeushermetopascoal 👋

🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Fontes consultadas para a postagem:

🖱️ Enciclopedia Itaú Cultural
💻 Portais G1, UOL e Metropolis.
🎼 Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira

👉 Para saber mais sobre Angela Ro Ro, que faleceu nesta semana, acesse:


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sexta-feira, 12 de setembro de 2025

HOJE NA HISTÓRIA - 12.09.25 - 90 Anos do Nascimento do Cantor e Compositor Geraldo Vandré

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🎉🎼 Num dia como hoje, 12 de setembro, há 90 anos, nascia em João Pessoa, na Paraíba, o cantor, compositor, músico e poeta paraibano GERALDO VANDRÉ, reconhecido como uma das grandes vozes da música de protesto e da resistência cultural contra a ditadura militar no Brasil, sobretudo nos anos 1960. Seu nome está fortemente associado à luta por liberdade e justiça social através da canção popular.

Geraldo Pedrosa de Araújo Dias iniciou a carreira artística no Rio de Janeiro, onde participou dos famosos festivais da canção. Foi colaborador do CPC (Centro Popular de Cultura da UNE) desde 1961, e conheceu ali Carlos Lyra, que migrava da bossa nova para uma música mais engajada. Logo fizeram juntos as primeiras canções, como “Aruanda”.

Em 1966, Vandré ganhou repercussão nacional, ao participar do Festival da TV Record com a música “Disparada”, composta com Théo de Barros e interpretada por Jair Rodrigues. Vandré dividiu o primeiro lugar com Chico Buarque, que concorria com “A Banda”.

Dois anos depois, o artista ficou ainda mais conhecido com a canção “Para Não Dizer Que Não Falei das Flores”, que ficou em segundo lugar no 3º Festival Internacional da Canção. A derrota foi bastante contrariada, pois a obra era uma crítica à ditadura militar. Alguns dizem, inclusive, que a canção apressou a criação do AI-5 (Ato Institucional Nº 5).  

"Caminhando", se transformou em hino da resistência política. Através da canção, Vandré falou e cantou o que todos estavam querendo dizer, mas não tinham coragem. O cantor soltava o refrão que na verdade era uma chamada à luta armada contra os ditadores. A música ficou proibida de 1968 até 1979.

Vandré se exilou no Chile, Alemanha e França, e em 1973, quando voltou ao Brasil, acabou mudando seu estilo musical. Apesar da perseguição e do exílio, ele deixou um legado marcante na música popular brasileira, com discos como Hora De Lutar (1965), Canto Geral (1968) e colaborações com artistas da MPB e da bossa nova.

Vandré abandonou a vida pública e se afastou do mundo artístico, atuando como advogado e servidor público, função em que se aposentou. O artista teve sua vida e obra contada nas biografias "Vandré, o homem que disse não", de autoria de Jorge Fernando dos Santos, e "Geraldo Vandré – Uma Canção Interrompida" do jornalista Vitor Nuzzi.

Nos últimos anos, Vandré tem levado uma vida discreta, afastado dos palcos e da mídia, embora ainda seja reverenciado como símbolo da canção engajada. Apesar de raramente conceder entrevistas ou se apresentar, seu estilo poético e combativo permanece referência para artistas que buscam unir música e consciência social. Seu legado é o de um artista que transformou a canção popular em arma de luta, tornando-se um ícone da cultura brasileira e da memória política do país. Viúvo há dois anos comemora hoje 9 décadas de uma história fecunda e ímpar, cuja melhor lição ficou nos versos de sua canção: "quem sabe faz a hora, não espera acontecer"! ✨ 👏👏👏👏👏👏

#90anosdegeraldovandre
#historiadamusicapopularbrasileira
#pranaodizerquenaofaleidasflores
#caminhandoecantando
#ditaduranuncamais

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👉 Para saber mais sobre Gilberto Gil e Caetano Veloso, que também foram perseguidos pela ditadura, acesse:



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quinta-feira, 11 de setembro de 2025

HOJE NA HISTÓRIA - 11.09.25 - Jair Bolsonaro é condenado a 27 anos e 3 meses pelo S.T.F.

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🏛️📜 A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) finalizou nesta quinta-feira (11) o julgamento da ação da trama golpista.

Por 4 votos a 1, os ministros condenaram o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. 

A maioria dos réus foi condenada a mais de 20 anos de prisão em regime fechado.

Apesar da definição do tempo de condenação, Bolsonaro e os demais réus não vão ser presos imediatamente. Eles ainda podem recorrer da decisão e tentar reverter as condenações. Somente se os eventuais recursos forem rejeitados, as prisões poderão ser efetivadas.

Confira as penas definidas para os condenados:

👨‍⚖⚖ Jair Bolsonaro – ex-presidente da República: 27 anos e três meses;

👨‍⚖⚖ Walter Braga Netto - ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice-presidente na chapa de 2022: 26 anos;

👨‍⚖⚖ Almir Garnier - ex-comandante da Marinha: 24 anos; 

👨‍⚖⚖ Anderson Torres - ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal: 24 anos;

👨‍⚖⚖ Augusto Heleno - ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI): 21 anos; 

👨‍⚖⚖ Paulo Sérgio Nogueira - ex-ministro da Defesa: 19 anos; 

👨‍⚖⚖ Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. 2 anos em regime aberto e garantia de liberdade pela delação premiada;

👨‍⚖⚖ Alexandre Ramagem - ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin): 16 anos, um mês e 15 dias.

Ramagem foi condenado somente pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Ele é deputado federal e teve parte das acusações suspensas.

A medida vale para os crimes de dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado, ambos relacionados aos atos golpistas de 8 de janeiro.

#julgamentodejairbolsonaro
#tramagolpistade8dejaneiro
#historiarecentedobrasil
#semanistiapraquematacaademocracia 

🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Créditos do texto 📰 Agência Brasil.

👉 Para saber mais sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, acesse:




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segunda-feira, 8 de setembro de 2025

HOJE NA HISTÓRIA - 08.09.25 - Morre a Cantora Angela Ro Ro

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✝️ LUTO 😞 A música popular brasileira ficou mais empobrecida hoje, dia 8 de setembro de 2025, com a morte da cantora ANGELA RO RO, aos 75 anos. Ela estava internada no Hospital Silvestre, no Cosme Velho, na Zona Sul do Rio de Janeiro, desde 17 de junho, para tratar uma infecção pulmonar e problemas renais, sendo submetida a uma traqueostomia. Desde então, teve uma série de complicações. Segundo o advogado Carlos Eduardo Lyrio, recentemente ela teve uma nova infecção e, na manhã desta segunda, não resistiu. A informação foi confirmada por Laninha Braga, ex-namorada que estava cuidando da cantora.

Com uma carreira pautada pela autenticidade, Angela foi pioneira ao assumir publicamente sua homossexualidade em um país conservador, tornando-se uma das primeiras artistas brasileiras a se posicionar de forma tão direta, o que fez dela um símbolo de resistência e liberdade. Dona de uma das vozes mais marcantes da música brasileira, Angela construiu uma trajetória singular na MPB desde o fim dos anos 1970. 

Angela Maria Diniz Gonsalves nasceu no Rio de Janeiro em 5 de dezembro de 1949. Ela ganhou o apelido de “Ro Ro” ainda na infância devido à sua voz rouca e grave, característica que marcaria toda a sua carreira. Cantora, compositora e pianista, ela construiu um repertório eclético mas de inconfundível marca passional, presente em suas letras e performances.

Dona de uma voz inconfundível, misturava blues, samba-canção, bolero e rock, tornando-se uma das artistas mais originais e autênticas da música popular brasileira. Sua carreira se estendeu por décadas, com canções que atravessaram gerações e apresentações que emocionaram o público em palcos de todo o país.

Começou a carreira profissional em bares do Rio, até ser contratada pela Polygram (hoje Universal Music). O primeiro LP foi lançado em 1979 com composições da artista, como "Agito e Uso", "Tola Foi Você" e "Amor, Meu Grande Amor" - primeiro grande sucesso nacional que revelou ao país uma artista que falava de sentimentos pela ótica feminina. Suas letras abordavam dores, amores e confissões, como “Demais”: “Todos acham que eu falo demais/E que ando bebendo demais”. Ao todo, lançou 10 álbuns de estúdio.

O primeiro sucesso nacional veio em 1980, quando, vestida de smoking, cantou sozinha no palco do Teatro Fênix o clássico “Amor, Meu Grande Amor”, música que revelou ao país uma artista que falava de sentimentos pelo olhar das mulheres. No mesmo programa, dividiu o palco com a veterana Angela Maria.

Ao longo da trajetória, influenciada por nomes como Ella Fitzgerald, Maysa e Elis Regina, Ro Ro criou uma obra que foi também abraçada por outros grandes artistas. Ney Matogrosso interpretou “Balada da Arrasada”, Maria Bethânia gravou “Fogueira” e Frejat regravou “Amor, Meu Grande Amor”.

Antes de ser internada neste ano, Angela Ro Ro colaborou com a produção do primeiro documentário sobre sua trajetória. Dirigida por Liliane Mutti, a obra está em fase final de produção.

Angela Ro Ro se despede, mas sua arte permanece viva. Seu legado permanece, sua arte e coragem seguem inspirando artistas e gerações em todo o país. Descanse em paz Angela! ✨️🖤🙏 👏👏👏

#morreangelaroro 🖤
#lutoporangelaroro 🥀
#adeusangelaroro 👋

🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Fontes consultadas para a postagem:

💻 Portais G1, UOL e Metropolis.
📺 Canal History Channel Brasil.
📰 Jornais O Globo e Folha de São Paulo.

👉 Para saber mais sobre Preta Gil, que também nos deixou em 2025, acesse:


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terça-feira, 2 de setembro de 2025

HOJE NA HISTÓRIA - 02.09.25 - Morre o Jornalista Mino Carta

😭 📰⚰ 👴 ⚰📻 😭

✝️ LUTO 😞 Morreu na madrugada desta terça, 2 de setembro, em São Paulo, aos 91 anos, o jornalista MINO CARTA, fundador e diretor de redação da Revista Carta Capital. Ao divulgar o óbito, a própria revista informou que a última passagem dele foi no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, internado há duas semanas, em decorrência de problemas de saúde não revelados. Além da Carta Capital, fundada em 1994, o jornalista participou das criações das revistas Quatro Rodas, Veja e IstoÉ.

Nascido em Gênova, na Itália, Mino Carta chegou ao Brasil após o fim da 2ª Guerra Mundial. O jornalismo fazia parte de sua tradição familiar: seu avô materno, Luigi Becherucci, foi diretor do jornal Caffaro, até ser afastado durante a perseguição do regime de Benito Mussolini. Seu pai, Giannino Carta, chegou a ser preso em 1944 por se opor ao fascismo, mas conseguiu fugir durante uma revolta de carcereiros.

Após a guerra, Giannino trouxe os filhos ao Brasil para assumir a direção da Folha de S. Paulo, mas ao desembarcar descobriu que o cargo já não existia.

A estreia de Mino no jornalismo ocorreu ainda adolescente, em 1950, quando o pai recebeu encomendas de artigos sobre a Copa do Mundo no Brasil de jornais italianos. Como não gostava de futebol, delegou a tarefa ao filho de 16 anos.

“Como pagavam bem, eu topei, pensando em mandar fazer um terno azul-marinho em um bom alfaiate, que eu tanto desejava para participar dignamente dos bailes de sábado. A partir daí, percebi que a felicidade não era tão cara e podia ser alcançada escrevendo”, contou Mino em entrevista de 2008.

Em 1956, abandonou o curso de Direito em São Paulo e voltou para a Itália, onde trabalhou na Gazetta del Popolo e como correspondente para os jornais brasileiros Diário de Notícias e Mundo Ilustrado. No retorno ao Brasil, seu pai assumiu a editoria internacional do Estado de S. Paulo, e Mino seguiu carreira no jornalismo.

Aos 27 anos, foi convidado por Victor Civita, fundador da Editora Abril, para dirigir a revista Quatro Rodas. Participou ainda da criação de publicações que se tornaram marcos do jornalismo brasileiro: Veja (1968), IstoÉ (1976) e, por fim, Carta Capital, em 1994. Também integrou a equipe que fundou o Jornal da Tarde, em 1966, e lançou o Jornal da República, em 1979, ao lado de Cláudio Abramo.

Além da carreira editorial, Mino se dedicou à literatura, com romances como Castelo de Âmbar (2000), A Sombra do Silêncio (2003) e A Vida de Mat (2016), que misturam memórias pessoais e reflexões filosóficas.

Sempre acompanhado de sua Olivetti, recusou modismos tecnológicos e nunca escondeu o desencanto com os rumos do Brasil. Até o fim, manteve-se fiel a uma máxima: jornalismo deve servir à verdade, fiscalizar o poder e desafiar o pensamento único.

A trajetória de Mino Carta marcou a história da imprensa brasileira. O presidente Lula compareceu ao velório para prestar homenagens e decretou luto oficial de três dias em todo o país. Mino foi casado com Maria Angélica Pressoto, que morreu em 1996. Um de seus filhos, o também jornalista Gianni Carta, morreu em 2019, vítima de câncer. Mino deixa a filha, Manuela Carta. 😞😓😥😢😭

#morreminocarta 🖤
#lutoporminocarta 🥀
#adeusminocarta 👋

🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Fontes consultadas:

📔 Revista Carta Capital
💻 Portais G1, JC on line e Metropolis.
📰 Jornais O Globo e Estado de São Paulo.

👉 Para saber mais sobre JR Guzzo, que também faleceu este ano (há exatamente um mês), acesse:


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sábado, 30 de agosto de 2025

HOJE NA HISTÓRIA - 30.08.25 - Morre o Escritor Luis Fernando Verissimo

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✝️ LUTO 😞 A literatura brasileira ficou mais empobrecida neste sábado, dia 30 de agosto de 2025, com a morte aos 88 anos do o cronista, escritor e publicitário LUIS FERNANDO VERISSIMO. Ele também foi cartunista, roteirista e apaixonado por jazz, tendo integrado o grupo Jazz 6 como saxofonista. Em reclusão há alguns anos, Verissimo vinha enfrentando as consequências de um acidente vascular cerebral sofrido em 2021 e encontrava-se internado no Hospital Moinhos de Vento desde o dia 11 de agosto em razão de uma pneumonia.

Luis Fernando Verissimo nasceu na capital gaúcha em 26 de setembro de 1936 e passou parte da infância e da adolescência nos Estados Unidos. Filho do também escritor Erico Verissimo, publicou crônicas em jornais nacionais e gaúchos, entre eles Folha da Manhã, Pato Macho, Zero Hora, O Globo e O Estado de São Paulo,  construindo sua própria identidade literária, transitando entre jornalismo, sátira política e ficção.

Autor de livros de contos, romances, peças de teatro e roteiros para televisão, criou personagens como ‘Ed Mort’ e ‘Fagundes’, que apareceram em coletâneas de humor e adaptações audiovisuais. Algumas de suas obras foram traduzidas para outros idiomas e circularam no exterior. Suas crônicas abordam temas ligados ao cotidiano urbano, à política, à cultura e às relações interpessoais. Verissimo teve mais de 70 livros publicados e 5,3 milhões de cópias vendidas.

Foram as crônicas e os contos que o tornaram um dos escritores contemporâneos mais populares no país. O Analista de Bagé, lançado em 1981, teve a primeira edição esgotada em uma semana.

Ao longo da carreira, ele produziu trabalhos de sucesso, como O Clube dos Anjos, O Jardim do Diabo, A Décima Segunda Noite e Os Espiões. A lista de obras publicadas inclui, ainda, Comédias da Vida Privada, A Grande Mulher Nua, Ed Mort: Todas as Histórias, As Mentiras que os Homens Contam, O Nariz & Outras Crônicas e A Velhinha de Taubaté.

Em 1988, Luis Fernando Verissimo começou seus trabalhos como colaborador do Estadão. Até janeiro de 2021, quando sofreu o AVC, o escritor também foi colunista do jornal.

Para quem passou a vida escrevendo, os últimos tempos de Verissimo foram difíceis, embora ele nunca se queixasse. Nos últimos anos, ele enfrentou uma série de doenças, como câncer na mandíbula, AVC, problemas cardíacos, herpes e Parkinson. Em razão disso, o cronista teve movimentos e fala debilitados. 

O presidente Lula, por meio das redes sociais, se manifestou sobre a morte do escritor Luis Fernando Verissimo e ressaltou a importância de sua obra no enfrentamento à ditadura e ao autoritarismo. “Um dos maiores nomes de nossa literatura e do nosso jornalismo”, disse Lula. O escritor deixou a esposa Lúcia, os filhos, Fernanda, Mariana e Pedro, e alguns netos.

Verissimo também ficará marcado na história por frases e pensamentos que marcaram mais do que a literatura, mas todos os brasileiros; como esta: "Uma vez me perguntaram o que eu achava da passagem do tempo, e eu disse: sou contra”, contou, quando festejava seus 80 anos. Verissimo nos ensinou a imaginar uma vida mais leve. 

#morreluisfernandoverissimo 🖤
#lutoporluisfernandoverissimo 🥀
#adeusluisfernandoverissimo 👋

🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Fontes consultadas:

🏛️ Site da ABL 
💻 Portais G1, JC on line e Metropolis.
📰 Jornais O Globo e Estado de São Paulo.

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domingo, 24 de agosto de 2025

HOJE NA HISTÓRIA - 24.08.25 - 50 Anos da Tragédia da Lagoa em João Pessoa

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✝😭💔 Num dia como hoje, 24 de agosto, há exatamente 50 anos, o que deveria ser uma tarde dominical de diversão e entretenimento no parque Solon de Lucena, centro da cidade de João Pessoa, capital da Paraíba, terminou com um desastre nunca visto antes no país: o naufrágio de uma portada (embarcação do Exército) na lagoa que fica dentro do parque com a morte de 35 pessoas, sendo 29 crianças. A TRAGÉDIA DA LAGOA, como ficou conhecida foi provocada pelo excesso de passageiros na dita embarcação, que não suportou o peso e afundou diante de aproximadamente cinco mil pessoas que estavam ali para as comemorações do dia do soldado.

Naquele ano de 1975, o Exército brasileiro havia organizado uma exposição para comemorar o dia do soldado no parque Solon de Lucena, na época principal ponto de entretenimento de João Pessoa. Houve exposição de armas (equipamentos bélicos obsoletos, usados na Primeira Guerra Mundial), de carros de combates e uma atração extra: um passeio de barco em volta da lagoa, a bordo de uma espécie de balsa (uma portada do tipo M-2) usada pelo Exército para transportar mercadorias, mas que naquele dia levaria pessoas.

Seria um passeio diferente, que, por isso mesmo, empolgava os visitantes da festa, especialmente as crianças. Desde o começo do dia, uma longa fila se formou nas margens da lagoa, com os interessados em navegar naquela balsa. E ficou assim o dia inteiro.

A tragédia aconteceu no final da tarde, por volta das 17h15, quando já estava quase anoitecendo e a festa terminando, e os soldados encarregados de organizar a fila avisaram que aquela seria a última viagem. Quando quem estava no fim da fila percebeu que não embarcaria, todos correram, a fim de garantir um lugar. E a consequência disso foi que embarcou muito mais gente do que devia. Cerca de 200 pessoas, quando a capacidade da balsa era para pouco mais de 50. Os soldados até tentaram conter a multidão, mas logo desistiram.

E a balsa partiu, superlotada. Mas, poucos metros depois, começou a afundar, pelo excesso de peso. Assustadas, as pessoas passaram para a parte da balsa que ainda estava seca. Mas o acúmulo de gente no mesmo lado fez o barco virar de vez. Todos foram parar dentro d'água, em um ponto onde a lagoa passava dos cinco metros profundidade.

O acidente foi anunciado no rádio e em poucos minutos o Corpo de Bombeiros chegou à Lagoa para fazer o resgate das vítimas. Policiais militares e pessoas que observavam o passeio também atuaram na operação.

Não havia boias, ninguém vestia colete salva-vidas e poucos sabiam nadar, até porque a maioria dos passageiros da balsa eram crianças - o cenário perfeito para uma improvável tragédia aquática, a míseros metros das ruas da cidade. Um afogava o outro. Com exceção das crianças, o que matou as pessoas foi também o pânico. Ao caírem na água, elas se agarravam umas às outras, e com isso afogavam até quem sabia nadar.

Foi o que aconteceu com o maior herói daquele dia, o sargento Reginaldo Calixto, que estava de folga e apenas passeava pela lagoa aquele domingo. Quando ele ouviu as pessoas gritando, se atirou na água da lagoa e tratou de puxar para a margem quem ele encontrava pela frente. Especialmente as crianças. Fez isso duas ou três vezes, até que virou vítima das próprias pessoas que tentava salvar: foi agarrado por náufragos desesperados e morreu afogado.

Fora ele, praticamente ninguém entrou na água da lagoa para ajudar os náufragos – todos ficaram nas margens, acompanhando aquele tétrico espetáculo. Só quando o Corpo de Bombeiros chegou ao local, alertado por um radialista que testemunhou o desastre e correu para a rádio na qual trabalhava a fim de convocar a população da cidade a ajudar, é que começaram os resgastes – já então de corpos, e não mais de sobreviventes.

O recolhimento dos corpos foi feito com redes de pesca, que traziam cadáveres em vez de peixes, porque a água escura da lagoa não permitia enxergá-los da superfície – e não houve tempo para chamar mergulhadores. O resgate dos corpos durou mais de 24 horas, até porque, como não se sabia quantas pessoas havia na balsa, era impossível saber quantos haviam morrido no desastre.

O Jornal paraibano "A União" publicou numa de suas edições a lista completa das vítimas fatais da tragédia:

⚰️🖤 Ailton de Souza, 11 anos
⚰️🖤 Alexandre Pinto de Lemos, três anos
⚰️🖤 Bernadete de Lourdes Azevedo Rodrigues, 13 anos
⚰️🖤 Carlos Alberto Nóbrega, 19 anos
⚰️🖤 Cláudio José Freitas de Almeida, nove anos
⚰️🖤 Denize de Azevedo Leite, 10 anos
⚰️🖤 Edilio Basseto, 30 anos
⚰️🖤 Eredimar Batista Leite Gomes, oito anos
⚰️🖤 Ermes Pessoa de Almeida Filho, 11 anos
⚰️🖤 Francinete Marinho, 17 anos
⚰️🖤 Geane Sandra Arruda e Silva, seis anos
⚰️🖤 Genilda da Silva Amorim, 20 anos
⚰️🖤 Genival Barros de Araújo, 14 anos
⚰️🖤 Gildivam Vieira da Silva, sete anos
⚰️🖤 Gilson Viera da Silva, cinco anos
⚰️🖤 Irene Lopes Vieira, 43 anos
⚰️🖤 Ivânia das Neves Silva, três anos
⚰️🖤 Ivanilson Pinto de Lemos, cinco anos
⚰️🖤 Jailma Batista Leite Gomes, nove anos
⚰️🖤 Jailton Batista Leite Gomes, seis anos
⚰️🖤 Jean Sérgio de Arruda e Silva
⚰️🖤 João Elder Bandeira de Almeida
⚰️🖤 Joelma Solange de Arruda, três anos
⚰️🖤 José Soares
⚰️🖤 José Wertes Abrantes de França, sete anos
⚰️🖤 Maria Célia Silva
⚰️🖤 Maria da Conceição, 13 anos
⚰️🖤 Maria de Fátima Genésio dos Santos
⚰️🖤 Maria Elizete de Almeida, 40 anos
⚰️🖤 Maria José Apolinário da Silva, 22 anos
⚰️🖤 Marieta de Souza da Silva
⚰️🖤 Paulo Sérgio da Silva Mesquita, sete anos
⚰️🖤 Paulo Xavier de Mesquita
⚰️🖤 Reginaldo Calixto da Silva, 30 anos
⚰️🖤 Wilberto Rodrigues da Silva, sete anos

Segundo Nota Oficial emitida pelo 1º Grupamento de Engenharia, em dado momento da travessia, houve um alarde de que a embarcação estava fazendo água, o que causou o pânico. As pessoas se aglutinaram na frente da portada, fazendo com que o barco submergisse com o peso. A única medida de segurança não evitou as mortes: um bote pneumático ao lado da portada (balsa).

50 anos depois, ninguém foi formalmente punido pela tragédia. Na época o Brasil vivia o regime militar, e aquela festa fora organizada pelo próprio Exército, por isso mesmo foi abafada e pouco repercutiu fora da cidade. Tempos depois, o inquérito que investigou o caso apontou o Exército como responsável pelo acidente, por ter permitido o excesso de pessoas na balsa e sem nenhum tipo de proteção, mas os culpados nunca foram penalizados.

Em 2016, a TV Assembleia da Paraíba chegou a produziu o documentário “Lagoa 1975: o passeio que não terminou” (disponível no YouTube). Na obra de 14 minutos, o jornalista Gilvan de Brito – que também escreveu o livro “Opus Diaboli: A Lagoa e Outras Tragédias” – relata que, inicialmente, o oficial que estava encarregado pelo passeio negou-se a levar aquela quantidade superior de pessoas. Segundo o documentário, a capacidade máxima era de 60 pessoas, mas subiram por volta de 200 a bordo.

Tanto o prefeito Hermano Almeida quanto o governador Ivan Bichara decretaram luto oficial por três dias. Até o desfile de sete de setembro de 1975 em João Pessoa foi cancelado. Segundo relatos publicados nos jornais da época, “Todos conheciam alguém ligado às vítimas”. 😞😓😥😢😭

#50anosdatragediadalagoa
#historiadosgrandesdesastresbrasileiros
#tragediadalagoadejoaopessoa

🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋 professor e historiador.

👉 Para saber mais sobre outras grandes tragédias acontecidas no Brasil, acesse:






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